Autoconhecimento e reencontro:



Palpitam em mim todos os cantos, partes, pedaços (e sempre foi assim). A anatomia é maluca. Sinto, e muito, em tudo. Dentro e fora. Nas extremidades, no mais fundo. No mais escondido e obscuro de mim.

Meus reencontros comigo mesmo sao ao mesmo tempo, dolorosos e exuberantes. No inicio, é essa dor comparada a aprender alguma coisa nova, uma sensaçao de incapacidade de cumprir o objetivo. Mas depois de um tempo, sinto muito forte a felicidade clandestina de me reencontrar. Depois de processar e digerir acontecimentos, perdas, sensaçoes e situaçoes, o que me resta é quase o colapso de reflexao para tentar evoluir.

E somente um eufórico reencontro (de dentro) é comparavel à dor da saudade. Saudade é sentida fisicamente, não é mesmo? Eu, acho que como todos, sinto no peito (literalmente) quando alguém me faz falta. A verdadeira falta. Sinto todos os dias a dor maior no peito da saudade dos meus.
 
Para mim, é muito maior do que uma dor física de queda, de quebrar a perna, de torcer o tornozelo jogando bola. É maior do que me queimar cozinhando. É muito maior do que muita dor genuinamente fisica. Sentir saudade de um amor que acabou ou de uma pessoa querida que se foi é demasiado doloroso, mas tristeza mesmo é sentir falta de si mesmo!

Sentir saudade de si mesmo é nao se reconhecer. É estar longe de sua propria essencia. Olhar pra dentro e nao reconhecer suas proprias atitudes. É nao saber onde anda aquela velha e gostosa sensaçao de bem-estar consigo. De encontrar os pequenos prazeres da vida na sua própria solidão (a solidão boa, e não a ruim. A solidao intrínseca do ser humano, que é de verdade e muito boa). É de ter que fugir para fingir que se achou. Sentir saudade de si mesmo é mentir pra dentro, que é a pior mentira de todas. E lá dentro, continuar se perguntando como voltar a ser feliz...

Por isso que tomar uma xícara de chá de si mesmo todos os dias é lindo e cheio de dor. É moderado e necessario…
 
Ter a percepçao de que te perdeste de ti é sofrido, mas quando te dás realmente conta de que te perdeste e te angustias, é também o maior impulso para teres a consciencia de que é preciso reencontrar-te.

Nós somos os nossos maiores parceiros… E é pra toda vida.

E é por isso que vibra dentro de mim a satisfaçao de ver que posso sempre tentar, posso sempre melhorar, posso sempre me ser. Posso, para sempre, me ter e contar comigo mesmo. A cada dia de autoconhecimento, sigo mais confiante, mesmo assustado com obstáculos que vão sempre passar pelo meu caminho.

Um viva a nós mesmos, portanto!

Autor: Yuri Jinkings


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