A NECESSIDADE DE FORMAÇÃO PARA UTILIZAR AS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA DOCENTE



Filomena Maria Rates Soares[1]

Lina Cardoso Nunes[2]

RESUMO

Este artigo é parte da revisão da literatura de uma pesquisa sobre formação docente para utilizar as tecnologias na prática docente do ensino superior. A importância na formação de competências do docente para atuar no ensino superior se tornou uma exigência, depois das mudanças que ocorreram na forma de ensinar e aprender impulsionada pelas transformações da inserção das novas mídias na educação. As tecnologias mudaram a face das indústrias, alterando as formas de trabalho, implicando diretamente em mudanças e em mobilização de competências dos indivíduos, exigindo dos docentes e das universidades, cenário ideal para esta formação de competências, uma reformulação de seus saberes docentes para intervir de forma dinamizadora e integradora na preparação de seus discentes utilizando as tecnologias.

Palavras-chave: Formação docente. Competências profissionais. Inclusão digital.

ABSTRACT

This article is part of the literature review of research on training teachers to use technology in teaching practice in higher education. The importance of skills in the training of teachers to work in higher education became a requirement after the changes that occurred in the form of teaching and learning driven by changes of the integration of new media in education. The technologies have changed the face of industries, changing forms of work, involving changes in direct and in mobilizing the skills of individuals, requiring teachers and universities, this ideal scenario a re-building their knowledge of teachers to engage in proactive and inclusive in the preparation of their students using the technology.



Keywords: teacher training. Professional skills. Information technologies.

1. INTRODUÇÃO

Incluir digitalmente um indivíduo é dar recursos tecnológicos e formação para que esta pessoa tenha condições de tecer redes afetivas e cognitivas (PELLANDA ET AL, 2005) que permitam a construção do seu crescimento pessoal e coletivo. Progressivamente vai ocorrendo esta interação; há uma ampliação significativa de seus conhecimentos, através de novos saberes durante seu aprendizado. Isto ocorre porque o feed-back, ou seja, o retorno deste ensino/aprendizagem, no contexto da "interação online" no processo de construção do conhecimento que vão sendo acrescentados, é crucial para a formação docente (PAIVA, 2003, p.1).

Uma vez que as competências de um indivíduo implicam a construção do dia a dia, durante a sua formação, a inclusão do mesmo, pode abrir horizontes nunca antes imaginados. Isto acontece à medida que a construção desta teia vai sendo agregada a novos saberes que ocorrem quando há acesso a Internet, aos programas e às diversas formas de valorização desta inserção tecnológica resultante deste feed-back.

Esta inserção trouxe para os professores universitários, novas exigências em relação à sua formação, há uma urgência cada vez maior na preparação dos professores para atuar na universidade. O docente agora precisa através da inclusão não só partir em busca de novos conhecimentos, mas também interagir com o discente desta era tecnológica.

O aluno constata que, a partir desta rede de conhecimentos, não há uma polaridade única, nem receptor, nem emissor, mas uma inversão constante destes papéis.Isto resulta numa pluralidade e uma necessidade constante de novas produções textuais para suprir esta demanda cobrada pelo ambiente educacional é o que Lévy (2000) chama de inteligência coletiva. As informações são tão rápidas que o conhecimento anda na velocidade da luz e o docente, principal agente deste processo, deve estar engajado na formação destes saberes.

Estas transformações nos conceitos dos saberes só são possíveis através da concretização desta "infobetização", ou seja, transformar realmente esta virtualidade em algo concreto em busca de novos conceitos e aprendizados que segundo Demoly, Wisnievsky e Eder (2005, p.164) é adquirir capacidade ou qualificação para criar um sujeito virtualmente em condições de ser "auto-reflexivo", capacitado e responsável para conseguir levar adiante este processo.

Os autores ressaltam ainda, a importância da valiosa contribuição das novas tecnologias da rede inclusiva, que promove uma verdadeira interferência na forma de criar e recriar as redes e enfatizam as afirmações de Lévy (2009) quando diz que a noção de página vai desaparecer, porque os conhecimentos possibilitados pela rede, não têm fronteiras, são desprovidos de um limite, uma vez que as informações que circulam são analisadas sobre três formas de ver a inclusão para nossos estudantes: a apropriação, a produção de conhecimento e que estes alunos "se coloquem como autores reflexivos" nesta rede aberta, tanto na produção/conexão como em uso sobre qualquer suporte" (DEMOLY, WISNIEVSKY E EDER, 2005, p.169). Esta preparação do discente leva à formação de docentes com competência para também usar qualquer tipo de "suporte".

Como estas redes de conhecimento, através de softwares de aprendizagem, têm tomado conta das universidades e da educação, a velocidade desta produção não tem valorizado e nem priorizado a formação do professor para lidar neste novo paradigma. Isto deixa transparecer uma idéia equivocada de que somente esta produção desesperada de softwares para a educação, vai resolver os problemas educacionais no século XXI. A formação foi deixada de lado e o despreparo do docente para lidar em um modelo de educação dinâmico e mutante tem assustado o educador que se sente inseguro e incapacitado para exercer seu papel de mestre.

Muitas escolas e universidades promovem alguns cursos rápidos com a certeza de que capacitarão estes docentes para lidar neste ambiente, porém esta prática equivocada só tem causado mais dúvidas nestes docentes que se sentem completamente despreparados. Santos e Radtke (2005, p.328) ressaltam que a atividade do docente não deve limitar-se a "fornecer informações aos alunos", pois em uma perspectiva transformadora do uso do computador na educação, a atuação do docente deve ser integradora, ou seja, o docente que saiba assumir seu papel junto a seus alunos com autonomia neste ambiente desafiador, adquirindo o respeito do alunado, sendo capaz de criar e recriar um ambiente natural da produção do conhecimento.

A idéia desta construção de uma rede de conhecimento que perpassa neste hipertexto, onde há uma interconexão de saberes, exige um novo saber pedagógico. É notório que todos os autores ressaltam a necessidade desta formação que proporcionará uma dimensão pedagógica que não privilegie apenas a dimensão técnica do docente.Esta tecnologia inovadora que "transcende aos conceitos fragmentários e pontuais de ensino, aprendizagem e treinamento, pela interação renovada do saber pelo fazer, do repensar o saber e o fazer, enquanto objetos permanentes da ação e da reflexão crítica sobre a ação" (BASTOS, 1997, p.23).

Nesta perspectiva, Santos e Radtke (2005, p.328) ressaltam como os demais autores que já foram citados nesta pesquisa sobre a inclusão digital no ensino superior, que a inserção tecnológica é um processo necessário para formação docente com capacidade para construir um ambiente de aprendizagem, desafiador como forma auxiliadora "da autonomia, da criatividade e da auto-estima do aluno". Desta forma o aluno passa de ator coadjuvante para exercer seu papel principal em sua formação acadêmica durante a construção do seu conhecimento, usando este processo inclusivo para buscar informações e se relacionar com outras pessoas em ambientes colaborativos nas interações homem/computador.

2. FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

No cenário atual onde a educação é feita através do ciberespaço a formação do docente entra na pauta do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) como prioridade, porque não têm como manter o docente, papel principal da educação, fora desta realidade, onde a comunicação e o aprendizado vem pela rede em uma proporção gigantesca. A formação do docente neste contexto é uma necessidade, uma vez que esta cobrança é exigida pelo mercado de trabalho em todos os campos e profissões.

A comprovação disto se reflete na revolução tecnológica, que começou na última década do século XX.A época das perplexidades e do desconforto, onde os processos educacionais deixaram a perspectiva estática de poucos cursos e especializações, para se dividir em uma infinidade de áreas distintas ou interligadas, exigindo novas formas de ensinar, novos conceitos, cobrados pelo mercado de acordo com sua especificidade (DREIFUSS, 1996).

As indústrias se modernizaram com esta inserção tecnológica, cobrando uma formação mais apurada, direcionada e tecnológica, exigindo a construção de novas competências, que segundo Deluiz (1995) o próprio mercado passou a cobrar da escola e das universidades, profissionais que se encaixem neste perfil.

Neste cenário os cursos técnicos e as universidades passaram a constituir uma iniciação para o mercado de trabalho. Surgiram então, diversos questionamentos de como introduzir esta formação, preparação para este mercado que começou a andar a passos largos, como se dessem saltos de tempo e espaço. Uma fantástica indústria tecnológica implicou diretamente mudanças na forma de ensinar e aprender.

As universidades foram e continuam sendo o cenário natural para a preparação dos atores (os sujeitos) que desempenharam seu papel fundamental e importante na educação (os docentes). O docente não é o ator coadjuvante, ele é por direito o que desempenha o papel principal, aquele que ensina e orienta na formação de profissionais deste mercado atual e competitivo e também aquele que prepara os docentes em sua fase inicial para a educação.

Com relação à necessidade de formação do docente para educar de acordo com as necessidades do mercado é que o governo através de seus programas tenta inserir os professores para atuar na educação, valorizando a habilidade de lidar com as tecnologias para educar neste novo modelo de aprendizagem. A formação docente neste modelo não é simplesmente uma questão de oportunidade e sim uma exigência do próprio mercado.

Dentre os programas criados pelo governo, está o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo). Este programa  foi criado pela Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997 (BRASIL, 1997), pelo Ministério da Educação, para promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio.Desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), por meio do Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica (DITEC), em parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais.

É um programa que funciona de forma descentralizada, no qual para cada Unidade da Federação existe uma Coordenação Estadual do ProInfo, que tem como atribuição principal inserir a utilizaçãodas tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede pública; outra função deste órgão é articular as atividades desenvolvidas sob sua competência, principalmenteas ações dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs) [3].

Outro programa que se destaca na formação de professores é o PROFORMAÇÂO criado na gestão do ministro da educação Paulo Renato de Souza - governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).O PROFORMAÇÃO é um dos programas da Secretaria de Educação a Distância (SEED), em conjunto com a Secretaria de Ensino Fundamental (SEF), tem como finalidade a formação a distância do professor laico em Magistério de nível médio, mas que já opera nas primeiras séries do ensino fundamental e nas classes de alfabetização e pré-escola, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

O PROFORMAÇÂO foi financiado pelo Fundo de Desenvolvimento da Escola (FUNDESCOLA) que veio em substituição ao Projeto Nordeste I e II em 1997. Até 2003, por sua vez, funcionava com recursos oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), do Fundo Nacional da Educação (FNDE) e do Banco Mundial (BM) - criado em 1944 que teve sua origem, como resultado da conferência de Bretton Woods[4]. A partir de 2004, o PROFORMAÇÃO conta apenas comrecursos provenientes do orçamento do próprio Ministério da Educação (AUGUSTO, MORAES, TOGNOLLI, 2008).

Estes autores (idem) concluem em seu artigo que o PROFORMAÇÃO é um programa constituído para países em desenvolvimento, o que implica almejar uma hierarquia dos que utilizam a "informática ou o ciberespaço" (grifo nosso) a um treinamento mais refinado do docente. Os autores destacam ainda a opinião de um dos especialistas em Educação a distância, Michel Moore[5] que enfatiza a importância de se investir neste tipo de programa, porque os profissionais do mundo todo podem se capacitar sem sair de casa, sem deixar suas atividades nas instituições em que trabalham como docentes.

Atualmente há uma necessidade de reformulação na formação docente, visto que a expectativa atual na preparação do mesmo é de um mestre que intervenha constantemente em sua prática, fazendo avaliações e reformulações, baseado em práticas diferenciadas, buscando métodos alternativos para atingira urgente alteridade, com autonomia e participação, consciente e responsável (VASQUES, PALIPÉRIO, 2009). Para a participação consciente e responsável deste docente, ressalta Gatti (2001), é necessário valorizar a pesquisa para reformular a formação docente.

Este docente formado no contexto da sociedade do conhecimento pode vir a se tornar um profissional reflexivo e competente, porque nos ambientes digitais, o docente aprende a reformular seus métodos e práticas de acordo com a troca de experiências resultantes desta interação, levando à reformulação de seus métodos e práticas. Isto lhe dá o diferencial necessário para que ele conduza sua própria formação e busque novos conceitos, novas metodologias que se encaixem e agreguem às necessidades de seus alunos, o prazer de compartilhar e aprender a aprender. Isto quer dizer que ele será capaz de ensinar e aprender e neste processo ele também pode desenvolver métodos inovadores enquanto ensina de acordo com suas vivências.

Sobre estas capacidades Imbérnon (2009, p.5) explica que a "formação permanente deve estender-se ao terreno das capacidades, habilidades e atitudes e questionar permanentemente os valores e as concepções de cada professor e da equipe como um todo". Para isto, será necessário assumir a formação como método de "descobrir, organizar, fundamentar, revisar e construir a teoria" (idem), porque formação docente segundo sua concepção é "formar-se para a mudança e a incerteza" (idem). Este processo se torna necessário porque ajuda a mudar o sentido comum de ensinar, para recompor seus conhecimentos baseados no equilíbrio, nas práticas e informações teóricas que dêem sustentabilidade à formação de competências do docente.

A melhor maneira de se conseguir isto é procurar acompanhar processos que o capacitem, permitindo-o que se torne um professor totalmente reflexivo e comprometido com sua formação na preparação de seu currículo para a educação.Esta preparação consiste em saber interpretar, analisar e reformular suas práticas pedagógicas para a nova realidade do mundo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

Segundo Mercado (1998, p.1) "o reconhecimento de uma sociedade cada vez mais tecnológica deve ser acompanhado da conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias".Segundo o autor (idem) a formação para este mercado não têm sido privilegiada pelas autoridades públicas e recebido a devida importância que ela merece, uma vez que esta realidade inovadora já é um cotidiano no século XXI. Assim, alerta para a necessidade desta formação urgente do docente. Quanto ao uso da tecnologia na formação do docente, Valente (2007, p.4) ressalta que:

[...] outro fator importante na formação do profissional é a aquisição de conhecimento sobre como usar a tecnologia do computador como ferramenta educacional. O profissional deve estar preparado para: usar a informática com seus alunos, observar as dificuldades do aluno frente à máquina, intervir e auxiliar o aluno a superar suas dificuldades e diagnosticar os potenciais e as deficiências do aluno a fim de promover os potenciais e superar as deficiências.

Para que isto ocorra, o citado autor ressalta ainda a necessidade de o docente integrar em sua vivência (em sala de aula) as tecnologias, porque elas servem como auxílio para corrigir deficiências em relação aos seus alunos. Deficiências que podem ser superadas com a utilização das tecnologias e dos programas educacionais. Exemplo disto é que fica bem mais fácil o entendimento dos alunos no laboratório de informática durante as aulas, porque podemos levá-los a links de sites com imagens e outros entendimentos que lhes permitam compreender como os processos ocorrem em diversas situações durante sua preparação.

A formação docente na era tecnológica, com o desenvolvimento da indústria e o cooperativismo das comunicações em larga escala, associada à educação como veículo e engajamento das comunidades acadêmicas evidenciaram a necessidade da formação docente por todo o mundo. Neste sentido Deluiz (1994, p.21) ressalta que "hoje, a discussão sobre formação profissional tem que incluir o setor terciário", onde não há uma necessidade de uma formação específica, porém há uma concentração maior de força de trabalho. Esta concentração traz razões pelas quais achamos necessária a inclusão das tecnologias, por evidenciar a preparação destes profissionais para lidar com esses setores terciários, onde as tecnologias abarcaram a elaboração de um conjunto de medidas necessárias, antes desconhecidas.

Para atuar com as tecnologias empregadas nas indústrias nas quais há a necessidade de uma rapidez na prática, sem muita especialização, ou seja, de conhecimento específico de como esta ciência (a engenharia da computação) realmente acontece, porém de uma especificidade na formação para manusear e operar esta tecnologia. Esta cobrança exige do docente que ele traga na sua formação conhecimentos específicos para lidar e atuar como formador dos seus alunos neste cenário.

Uma das maiores revistas do Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (PRELAC) de publicação periódica do Escritório Regional de Educação da UNESCO, criada para difundir, acompanhar e contribuir com as grandes linhas do o Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (PRELAC) tem como objetivos, o Programa Mundial de Educação Para Todos (EPT). Os maiores leitores da revista são líderes de setores políticos, técnicos e sociais envolvidos nas políticas educacionais, tanto do Estado como da sociedade civil, e de outras áreas relacionadas com a educação[6].

A revista em foco tem como principal preocupação abordar de forma construtiva a educação, situação docente, gestão e cultura escolar e responsabilidade social consideradas de suma importância nas decisões sobre as políticas educacionais. Um dos assuntos de relevância enfatizados pela revista é a formação docente que se tornou uma exigência social frente à preparação e necessidade de se desenvolver conteúdos que integrem a comunicação e as tecnologias de forma sistemática aos programas de formação docente.

A referida revista ressalta ainda que a importância das iniciativas de políticas públicas na modalidade de educação a distância como base de integração e formação docente das zonas rurais. Tal modalidade tem como objetivo integrar auto-aprendizagem, utilizando materiais didáticos elaborados pelo Instituto e interação grupal baseada na escola; visitas mensais de supervisão de instrutores, realizadas por tutores do Instituto; oficinas mensais em centros regionais e oficinas anuais de verão realizadas nos Institutos no Caribe, Jamaica e Guiana.

O Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (PRELAC), ressalta ainda que várias instituições de educação superior criaram sítios na web, com interesse de divulgar seus programas de trabalho, para facilitar o acesso dos alunos e docentes, além de facilitar a divulgação de seu trabalho e integrar o esforço ao uso das tecnologias de informação e comunicação. Todos os esforços foram feitos para que seus docentes fossem preparados e formados para operar de forma sistemática em todas as instituições de educação com as tecnologias de informação e comunicação. Com estes esforços e com as dificuldades encontradas foi possível comprovar a necessidade de uma formação urgente, frente à utilização das novas tecnologias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a modernização das indústrias, impulsionada pelas tecnologias houve necessidade de mudanças na formação dos saberes do docente. Uma vez que a universidade é o cenário ideal para a preparação do mestre visionário atual, a formação do docente só pode ser viabilizada se for em um sentido formador de suas próprias capacidades, de uma capacitação continua, uma vez que as tecnologias são dinâmicas. Sendo a universidade o cenário ideal para esta formação o governo e a sociedade da comunicação, impulsionado pelas novas tecnologias exigem cada vez mais métodos que integre este docente para exercer com dignidade seu papel na sociedade.

Apesar de investimentos do governo na criação de vários programas para a formação destes docentes, nos diversos segmentos da sociedade, ainda não é suficiente, é necessária a formação urgente através da criação de métodos diários que preparem estes professores para aprender a buscar métodos alternativos com autonomia e alteridade que provoquem uma ação dinâmica de sua maneira de agir levando-os a refletir sobre seus próprios conceitos. Conceitos este, que mudaram completamente com a noção de não linearidade do ambiente online.

Esta não linearidade do ambiente multifacetado da Internet passou a integrar as metodologias de ensino nas universidades, e exigir urgências na formação e reformulação dos conceitos deste novo mestre, tornando-o de certo modo, cognitivo e capaz de provocar a ação-reflexão necessária na sua preparação continua, para que desta forma, tenha condições de intervir na preparação de seus alunos, quando necessário e prepará-los para a sociedade do conhecimento.

REFERÊNCIAS

AUGUSTO, U.R. A. MORAES, C. J. TOGNOLLI.Tecnologia, ética e formação de professores: o caso do PROFORMAÇÃO. Artigo acessado do site: http://br.geocities.com/aulavirtualedemocracia/moraes_tognolli_augusto.pesquisa2004_09.htm acessado dia16 de outubro de dois mil e oito.

BASTOS, J. A. L. Educação e Tecnologia. Educação &Tecnologia. Revista Técnico Científica dos Programas de Pós-graduação em Tecnologia dos CEFETs PR/MG/RJ. Curitiba, ano 1, n. 1, p. 4-29, abr. 1997.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CONSELHO PLENO. Resolução CNE/CP 1/2006. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de maio de 2006, Seção 1. p.11. Acessado do site.http://www.fesp.rj.gov.br/fesp_2007/concursos/educacao2008/rcp01_06.pdf.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de educação Superior. Resolução CNE/CES 3/2001. Diário da União, Brasília, 9 de Novembro de 2001. Seção 1. p.37. Acessado do site:http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf

DELUIZ, Neize. Formação do trabalhador: produtividade & cidadania. 8 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1995.

DEMOLY, K.; WISNIEVSKY, L. A.; EDER, O. A inclusão no uso das múltiplas mídias em uma perspectiva smiótica: uma experiênciade formação de educadores. In

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DREIFUSS, R. A época das Perplexidades. Mundialização, Globalização e Planetarização: Novos desafios.Editora Vozes: 1996, 354 p.

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LÉVY, Pierre. A inteligência Coletiva – por uma antropologia do ciberespaço. 3. ed. São Paulo:Editora Loyola, 2000.

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VASQUES, Mônica Heloisa Braga, PALIPÉRIO, Fabíola Cristina M. Caovilla.Educação: Pluralidade, Ética e Competência na Formação Profissionalizante Continuada dos Educadores. Informações retiradas do site: http://www.hottopos.com/vdletras7/monica.htm, dia 04 de abril de 2009


[1] Mestre em Educação, Estácio de Sá. Profª do Curso de Pós-graduação em Enfermagem do Trabalho e Pós- graduação em Microbiologia e docente da Graduação em Enfermagem e de Fisioterapia da Universidade Iguaçu.

[2] Doutora em Educação, UFRJ. Profª do Curso de Mestrado em Educação, Universidade Estácio de Sá/UNESA.

[3]Acessadas no site: http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=136&Itemid=77 dia quinze se abril de dois mil e oito.

[4]Refere-se à atuação prática e operacional "por vezes ideológica" das duas organizações criadas em 1944 para cuidar das moedas e das finanças internacionais, mas que acabam necessariamente por envolver-se na administraçãoprática da vida econômica dos países membros, daí derivando uma série de implicações políticas (e jurídicas) que tendem a despertar, por vezes, mais paixões do que racionalidade nos debates políticos e econômicos conduzidos na esfera doméstica desses países. Esse papel, paradoxalmente, começou a ser mais realçado quando veio a termo o modelo "clássico" de Bretton Woods, no início dos anos 70 (ALMEIDA, 2002, p.1)

[5]Michael Moore é reconhecido internacionalmente como um dos pioneiros nos estudos de educação a distância. Professor da Pennsylvania State University (EUA) atua como especialista do Banco Mundial e preside o American Center for Study of Distance Education (ACSDE). Integrou a Open University, a mais tradicional instituição de ensino a distância do mundo, da Inglaterra, seu país de origem.Informações acessadas do site:http://www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materias/0018.html, dia quinze de outubro de dois mil e oito.

[6] Informações retiradas do site: http://www.unesco.cl/revistaprelac/por/ediciones/200408/politicasdeformacao/4.act


Autor: FILOMENA MARIA RATES SOARES


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