Delirante
Delirante
A socialite, em sua poltrona, delira:
“Pássaros voam numa plantação de tomates.Minha voz não diz quem é cego,
Mas anuncia quem tem olhos de abacates”.
A socialite levanta da poltrona e diz:
“Margarida, querida,
venha apreciar a arte. Esqueça um pouco os afazeres!
Venha logo, para ouvir a poesia dos prazeres”.
Margarida escuta o delírio, mas não o entende.
Fica calada, com expressão de admirada.
Volta ao seu trabalho pensando, apenas pensando:
“Cada coisa que tenho que escutar. Vá te catar!”
Autor: Felipe Figueira
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