O HINO DA MINHA PÁTRIA



Se eu pudesse entender o que os homens daquela época escreveram, seria tão fácil cantar. Mas tenho a certeza que não foi escrito prá mim, brasileiro analfabeto, matuto, deseducado, sem nenhuma noção daquelas palavras difíceis, daquele jeito diferente de dizer as coisas.

Se eu fosse letrado, certamente entenderia que a linguagem usada é erudita, mas nasci numa terra árida e nunca vou entender o que é um lago. Sou acostumado com os barreiros, deixados pelas chuvas no meio do sertão. Mesmo assim vou tentar te interpretar da maneira que eu entendo.

Na beira do rio Ipiranga, naquele lugar calmo, um monte de gente escutou um grito danado de alto que doía até nos ouvidos. Saiu da garganta daquela gente corajosa. Naquele momento, era como se nascesse um sol diferente, que brilhou no coração daquele povo, iluminando o sonho de cada um. O sonho da liberdade resplandecia sobre a agora, terra nossa. As pessoas olhavam prá cima, antegozando os raios cintilantes deste sol imaginário que aqueceria suas vidas.

Vivenciavam a garantia dessa igualdade que parecia ter conquistado com o braço forte, com o sangue, com a alma, desafiando dentro de cada um a própria vida.

E em uníssono, em um coro entre lágrimas,declararam o amor que cantamos até hoje: "Ó Pátria amada, cultuada, linda, te amamos, seja bem-vinda ao nosso coração"!

Brasil, tu és o nosso sonho enorme, nossa esperança intensa, como um raio que dilacera nosso peito cheio de amor e de esperança que se manterá até morrermos.

No teu céu límpido, despoluído, vemos a imagem do Cruzeiro do Sul que brilha como se iluminando a nossa vida, cheia de orgulho e alegria.

És naturalmente grande, lindo, forte, cheio de riquezas. Mas a principal riqueza é o teu povo, que impávido, orgulhoso, luta colossalmente acreditando em ti.

E o teu futuro mostra de forma tão clara esta grandeza, esta riqueza. Nas florestas, no solo com as lavouras, no subsolo com o ouro, diamantes,pedras preciosas e até com o pré-sal. Ah! Minha terra, adorada por nós e pelas tantas mil que te respeitam por seres tão rica, mas que somente nós podemos te chamar de mãe. Mãe delicada, mãe bondosa, mas com tantos filhos ingratos que te roubam, te maculam mas te deixam, arrancando de ti tantas coisas boas e mandando prá fora.

Mas teu povo também te submeteu a esta preguiça medonha, e vives deitado eternamente nesse berço gostoso, esplêndido, ouvindo as sinfonias que vêm dos mares. E debaixo dessa luz irradiada desse céu azul como nenhum outro, brilhas como se fosses a flor deouro da América,iluminada pelo sol de um novo e diferente amanhã.

Chamamos-te de Brasil porque tinhas uma floresta de pau-brasil que hoje nem existe mais, mas mesmo assim, que a nossa bandeira cheia de estrelas, chamada de lábaro, seja ostentada, mostrada com orgulho, cheia de um amor diferenciado e eterno. Que o verde-louro desta bandeira diga, fale e proclame a paz e a glória não só do passado, mas de um futuro lindo e promissor, pois estamos aqui Brasil, para erguer o tacape, as armas, a clava forte em uma defesa indescritível e orgulhosamente verás, que mesmo debaixo de tantas decepções e agonias, um verdadeiro filho teu, jamais te abandonará, fugirá da luta, pois verdadeiramente quem te ama e te adora, certamente te defenderá se sujeitando à própria morte.

Esta é minha maneira de cantar o meu hino.

Muito obrigada Pátria amada.

Obrigada Mãe gentil, que mesmo despedaçada, continuas a encantar os filhos do teu solo.

Tua filha Solange Lins


Autor: solange Lins


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