Desemprego ou falta de profissionais capacitados?



A crise mundial está no final de seu inicio ou no inicio de seu final. Mesmo com a volta da expectativa do crescimento econômico neste segundo semestre, grandes empresas como Petrobras, Usiminas  e Vale divulgando milhões de Reais em investimentos, a taxa de desemprego poderia ser menor se as empresas encontrassem a mão de obra que procuram.

 

O País precisa de uma melhoria significativa no seu sistema educacional preparando as novas gerações de trabalhadores para a versatilidade do mundo moderno. Bem como as políticas contra o desemprego precisam apresentar soluções adequadas à realidade de uma economia que não pode ser mais dividida simplesmente em formal e informal.
É imprescindível que o governo e as empresas invistam em melhorar a qualidade da mão de obra, buscando capacitar cada vez mais a sua ferramenta mais valiosa: seus funcionários.

 

Hoje o empresariado descobriu o filão que é a criação de novas universidades. O retorno financeiro que tais empresas proporcionam é imediato com investimentos modestos. Uma conseqüência deste procedimento é o despreparo das universidades em produzir profissionais capacitados para o mercado. Novos cursos superiores com períodos acadêmicos menores ou em finais de semana que apenas oferecem um diploma universitário são comuns na maioria das capitais do país. O que podemos perceber é que de um lado falta emprego para a maioria da população e do outro falta profissionais qualificados para as empresas contratarem.

 

A solução está nos investimentos em cursos que possam capacitar nossos funcionários a entrar de vez no mercado de trabalho. Cursos profissionalizantes além de preparar o estudante para o mercado atual são mais rápidos e baratos. Por se tratar de curso com foco profissional, ele devolve ao mercado em muito pouco tempo o profissional com o perfil que o próprio mercado exige. A distancia cultural entre o que chamamos de chão de fábrica e a concepção, geração e a execução do projeto são enormes. Perde-se tempo e dinheiro por não se fazer entender projetistas, encarregados e ou lideres de equipes. A dificuldade que um profissional desqualificado tem para ler um desenho, interpretar uma planta, raciocinar com lógica e principalmente saber fazer contas, pode gerar desperdícios de tempo e materiais que inviabilizam um empreendimento. Tais funções não podem estar somente a cargo do gestor de contrato.

 

Um bom profissional é aquele que tem facilidade para entender os métodos, procedimentos e processos construtivos. Só saberá comandar aquele que tem domínio sobre ele mesmo. Aquele que não se assusta com qualquer turbulência no mercado de trabalho, pois se julga suficientemente capaz de arrumar outro emprego por se achar com competência para isso. Isso é preparo.

 

Não adianta o País formar centenas de alunos em cursos superiores a cada ano se eles não têm conhecimento suficiente para comandar ou gerenciar um empreendimento. Caso tenhamos uma safra maior de profissionais capacitados por cursos técnicos e ou profissionalizantes, diminuiremos as diferenças intelectuais nos canteiros de obras, fábricas e empresas prestadoras de serviços. O Governo poderia criar incentivos fiscais às empresas que patrocinassem cursos de capacitação de sua força de trabalho e ao final desse curso, aqueles profissionais que não fossem absorvidos pela própria empresa estariam disponíveis no mercado para contratação por outras empresas.

 

Sistemas de ensino com focos profissionais como SENAI, SENAC não tem como abrir suas portas para atendimento a outros setores do mercado. As vagas nestas instituições de ensino são restritas. Quando tem alunos faltam professores, quando tem professores e alunos falta alimentação e quando tem estrutura para receber futuros profissionais faltam verbas para a sua manutenção. Enquanto o governo não resolver assumir sua responsabilidade social no que tange a criação de novos postos de emprego e criar condições para que o setor privado viabilize tais investimentos através da possibilidade de capacitar um futuro funcionário e diminuindo sua carga de tributos, isso não será possível. Diante de uma absurda tributação às empresas, somente incentivos fiscais poderiam alterar esse quadro. Não adianta distribuir cestas básicas, vales alimentação e demais programas sociais sem a manutenção da maior fonte de riqueza do povo: sua capacidade de trabalhar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

José Liberato de Assis Castro

Engenheiro Civil e Produção

Gerente de engenharia da Gramo Engenharia.


Autor: José Castro


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