Nossos Filhos Nosso Reflexo



Nossos Filhos Nosso Reflexo– 07/09/2009

 

Sede meus imitadores como eu sou de Cristo (Paulo de Tarso)

 

Meu filho termina de descascar uma bala me entrega o papel e eu o jogo pela janela do carro. Fiz com todo cuidado para que ele não visse. Qual não foi a minha surpresa! Ele viu e logo falou: - “você não falou que não podia jogar lixo no chão?” Está de castigo, vai ficar pensando.  Como fiquei assustada com a sua observação e também com muita vergonha do meu ato. Aceitei a correção de um garoto de mal completos três anos e fiz todo restante do trajeto para casa em silêncio. O que dizer naquele momento? Hoje, depois do fato ocorrido, sem a vergonha do flagrante é fácil encontrar a resposta. No momento do ocorrido o silêncio falou mais alto que eu.

 

Durante a semana comecei a observar como é o nosso comportamento e a nossa linguagem prática. Se falo ao meu filho que não pode atravessar fora da faixa e deve observar o sinal ele me ouvi repeti a frase várias vezes durante o dia e nós mães e pais imaginamos ter cumprido o nosso papel, conseguimos vencer mais uma etapa. Mas na hora da prática se atravessarmos fora da faixa e ainda com sinal fechado para pedestre, jogo todas as minhas palavras por terra. A resposta do meu ato refletirá muito mais que minhas palavras anteriores.

 

É claro que o discurso é muito mais fácil que a vida cotidiana, afinal falar é o que parece de mais convencido, imaginamos, mas não é. Enganamos-nos. Vi um relato de uma mãe que apanhou do filho. Fiquei indignada, falei aos montes, mas enquanto via a cena na minha frente comecei a entender que desde muito cedo o que o garoto aprendeu com o pai foi bater na mãe. Nunca o viu dar um carinho. Claro que não estou justificando os fatos. Mas aquela não era a imagem do garoto, mas do pai refletida no garoto. Estava doente de ciúmes como o pai fora, mesmo não compreendendo o porquê dos ciúmes.

 

Outra cena chocante que escutei é o pai que xingava todos no trânsito quando alguém não o deixava ultrapassar. Um dia na sala de aula o amigo de classe não o permitiu passar á sua frente na hora do lanche ele partiu para cima do amigo aos berros e palavrões. O pai foi chamado e qual não foi à surpresa! O pai já chegou xingando é claro. Xingava todos em alta voz clamava que tinha mais o que fazer, pois ele trabalhava e não tinha tempo para perde.

 

Somos formadores de opinião e de caráter de nossas crianças. Resumindo criamos pessoas iguais, melhores ou piores que nós. Vai depender do nosso comportamento para que eles possam copiar. Estamos fazendo seguidores, caminhamos juntos para podermos ensinar comportamento, exemplos e atitudes.

 

O que estamos ensinando a nossos filhos? Para serem melhores que nós ou um reflexo de tudo de ruim que somos, ensinando nossa impaciência no trânsito, na vida no relacionamento com o próximo, no valor ás coisas e não ás pessoas. Quando recebo flores do meu marido, meu filho passa o dia com ela na mão me dando novamente e repetindo as palavras do pai, mas também já repete suas palavras quando está nervoso, ansioso. É impressionante como eles captam tudo tão rápido, e se torna quase impossível fazer a correção com palavras.  

 

Fomos dormir e meu filho me pediu que cantasse enquanto ele orava, levantou as mãos e orava, depois disse para eu orar e ele cantava. Perguntei, onde aprendeu isso menino, a resposta foi imediata. Com você! Não é assim que faz na igreja? Ou seja, devo observar até meu comportamento quando estou diante da igreja. Ele observa cada detalhe. Tudo serve para formação de seu caráter.

 

Quando os corrigimos não prestamos atenção que eles muitas das vezes estão apenas nos copiando. Precisamos observar a nós mesmos e mudar algumas atitudes assim muitas das deles também será mudada. Você me dirá que novidade está tentando passar? Nenhuma. É apenas uma observação prática que esquecemos ao longo do dia.

 

Já treinei inúmeros líderes e os vejo repetir frases, idéias, mas é diferente quando educamos alguém. Conseguimos como adultos refletir a liderança e retirar o que não presta, a criança não, ela apenas copia cegamente. Paulo disse para sermos imitadores dele como ele era de Cristo. É uma grande responsabilidade, já que o ditado popular é: “faça o que falo e não o que faço”.

 

Quando começam a questionar o que as crianças estão se tornando esquecemos que somos nós adultos quem os formamos. Então o que nosso caráter é eles também serão, e estão reproduzindo de uma forma plena, pois tem mais tempo para aperfeiçoar a violência e a ganância. Precisamos voltar para dentro de nós e vermos onde estamos errando para não deixarmos nossos erros para outros enfrentarem. Se formos seres melhores teremos uma geração melhor.

 

As crianças estão dando valor a coisas e não pessoas é o que estamos vivendo hoje. Quantas casas de idosos estão lotadas, pois os pais abandonaram os filhos emocionalmente e hoje também estão abandonados e não adianta governo nos dizer que somos obrigados assumi-los. Eles nunca assumiram seus filhos, não deram exemplo, apenas estão colhendo o que plantaram. Hoje os filhos estão interessados no que os pais estão deixando de herança não que são seus pais. É o valor que nosso espelho reflete como pais. É hora de limpar nossos espelhos e deixar refletir valores mais excelentes. Vale pensar...

 

 

 

Até a próxima...

 

Silvia Letícia Carrijo de Azevedo Sá

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http://www.artigonal.com/find-articles.php?q=silvia+leticia

 


Autor: Silvia Leticia Carrijo


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