A Liderança numa Gestão Democrática



Autores:

Alessandra Santana dos Santos Novais, discente, UNASP.

e-mail: [email protected]

Eunice Barros Ferreira Bertoso, Mestre, docente, orientadora, UNASP.

e-mail: [email protected]; [email protected]

A elaboração deste artigo está de acordo com as orientações propostas para sua publicação: Psicopedagogia On Line.

Relato de Pesquisa

"A Liderança Numa Gestão Democrática".

Alessandra Santana dos Santos Novais; Docente: Eunice Barros Ferreira Bertoso.

Resumo

Este artigo apresenta a discussão dos resultados obtidos por uma pesquisa realizada no ano de 2008, sobre o tema: "A Liderança numa Gestão Democrática". O objetivo desse trabalho é colaborar com a discussão e reflexão sobre a liderança democrática e a sua equipe gestora, na melhoria do processo de gestão escolar, claro que não iremos esgotar o assunto. Aponta que os papéis de gestão se modificaram ao longo das últimas décadas a ponto de na atualidade, serem co-autores das decisões administrativas e pedagógicas nas unidades escolares. Foram aplicados questionários mistos, constituídos de perguntas fechadas e abertas e optou-se por trabalhar com a totalidade dos sujeitos pesquisados: 15 gestores no total, sendo 10 de escolas Estaduais e 5 de escolas Particulares da periferia de São Paulo. Os resultados basearam-se nas contribuições dos sujeitos em questão. As respostas evidenciaram que é possível o gestor liderar de uma forma democrática através de diálogos, saber ouvir, participação em conjunto, bem como conhecimento, integração do grupo e respeito. Assim sendo, este estudo auxiliará a percepção de aspectos da relação entre gestores e sua equipe docente merecendo um tratamento cuidadoso, que leve em conta aspectos social, cultural e legal. Evidencia-se desta forma a necessidade de novos olhares nesta parceria.

Palavras-chave: liderança, gestores, democracia.

Abstract

This article presents the argument of the results obtained by a research carried out in the year of 2008, about the subject:"The Leadership in a Democratic Management".The objective of that work is going to collaborate with the argument and reflection about the democratic leadership and to his administrative team, in the improvement of the trial of clear, school management that are not going to exhaust the matter.It aims that the papers of management were modified to the long one of the last decades to point of, in the present time, they will be coauthors of the pedagogical and administrative decisions in the school units.They were applied mixed questionnaires, constituted of questions closed and open and opted by work with the totality of the subjects researched:15 agents in the total, being 10 of State schools and 5 of private schools of the periphery of São Paulo.The results based itself in the contributions of the subjects in question.The answers showed up that is possible the agent lead of a democratic form through dialogues, know to hear, participation in assembly, as well like knowledge, integration of the group and respect.Like this being, this I study will help the perception of aspects of the relation between agents and his equip educational deserving a prudent handling, that light in count lawful, cultural, and social aspects.Shows up-itself in this way the need of new you will look in this partnership.

Keywords: leadership, administrative, democracy.

1.Introdução

A sociedade necessita de liderança competente. Uma vez que, ela se divide em grupos e cada grupo precisa de pessoas com caráter a fim de inspirá-las a atingir seus objetivos, assim como numa gestão escolar.

Segundo estudiosos pode-se definir liderança como conduzir um grupo de pessoas, influenciando seus comportamentos e ações, para atingirem objetivos e metas de interesse comum deste grupo, de acordo com uma visão do futuro baseado num conjunto coerente de idéias e princípios.

Segundo Lacombe, (2006):

"O líder deve ser capaz de alcançar objetivos através dos liderados e, para isto, conforme o tipo de liderado e a ocasião agem de diferentes maneiras: ele ordena, comanda, motiva, persuade, dá exemplos pessoais, compartilha os problemas e ações, ou delega e cobra resultados, alterando a forma de agir de acordo com a necessidade de cada momento e com o tipo de liderado, visando a alcançar os objetivos da empresa".

Atualmente os gestores enfrentam vários desafios considerados principais para colocar em prática a democracia num ambiente escolar que são: ambiente organizacional, comprometimento, motivação e comunicação (Oliveira e Marinho, 2005), onde possa mobilizar a comunidade, os pais, os alunos e sua equipe de trabalho, mas nem sempre todos os gestores têm essa habilidade ou consciência, de que precisa aprimorar seus conceitos quanto a sua liderança.

Vários fatores são postos para atualidade em que no ambiente escolar não ocorre cooperação, porque o gestor encontra certa resistência por parte dos funcionários pelo simples fato de não haver cooperação dos subordinados quanto ao cumprimento dos objetivos que devem ser alcançados.

Sabemos que quando falamos de liderança estamos falando de equipes ou grupo e é onde ocorrem os relacionamentos e os desafios que por sua vez não é uma tarefa fácil, requer algumas atitudes, responsabilidades, pois, segundo Hunter (2006): "o líder é o responsável pelo crescimento e declínio de qualquer coisa e não há equipes fracas, apenas líderes fracos".

Uma das maneiras eficazes de os lideres demonstrarem respeito pelas habilidades e capacidade da outra pessoa é delegar responsabilidades, pois com certeza isso demonstrará confiança em sua equipe.

Percebe-se que existe um contraste evidente entre ser líder e ser chefe, ser líder é ter como prioridade o servir ao contrário do chefe se protege de correr riscos que tem como característica o poder. Essa prioridade em servir faz o líder buscar primeiro, e acima de tudo o bem estar integral de todo o grupo.

A liderança é uma habilidade de se relacionar com as pessoas, pois a base da vida é o relacionamento uns com os outros e o desempenho, o sucesso e a felicidade dependem da habilidade em que se relacionam efetivamente. Mas também, a maneira de se tornar uma pessoa contagiosa é desenvolver qualidade em que os outros se sintam atraídos por elas.

Para Luck (2006), a liderança é um conjunto de fatores associados a se unirem em ações comuns coordenadas. Afirma ainda que a gestão seja indicada como processo, pelo qual se mobiliza e coordena o talento humano em conhecimento, habilidades e atitudes, coletivamente organizado, de modo que as pessoas em equipe possam promover resultados desejados.

De acordo com Maxwell (2003):

"O sucesso, realização e felicidade dependem da habilidade no relacionamento efetivo com as pessoas. Para desenvolver a habilidade de se relacionar efetivamente implica em colocar-se no lugar de alguém ao invés de colocá-los nos seus lugares. Sempre que puder dialogue, encoraje, participe, valorize, perdoe, ouça e entenda. A gestão, para que ela se torne democrática tem que haver participação e respeito pela opinião do outro, uma parceria".

As pessoas sentem necessidade de palavras de afirmação e elogios, pois assim manterão um desempenho bem maior ao realizar suas atividades, porque trabalho mais elogios aumenta a energia e com certeza os subordinados trabalharão com mais satisfação.

O ambiente escolar é desgastante e consumidor, por isso "todo mundo precisa ser incentivado, tanto como individuo quanto como um colaborador" afirma Maxwell, (2003 pg.62). E o papel do gestor também é motivar os seus funcionários e corpo docente para que eles se sintam contagiados e desempenhem muito melhor sua tarefa que às vezes lhes trazem cansaço e enfado, mas tendo um líder que os valoriza, com isso levanta o moral de seus subordinados e os motiva a cooperar com o gestor, pois a confiança impulsiona a equipe a alcançar os objetivos propostos pelo grupo.

Liderar com democracia para Jacobs (1970 p. 232): "é uma interação de pessoas na qual uma apresenta informação de um tipo e de tal maneira que os outros se tornam convencidos de que seus resultados serão melhores, caso se comporte da maneira sugerida ou desejada".

Percebemos que os princípios fundamentais da democracia devem nos servir de guia para o desenvolvimento de nossa ação política e pedagógica cotidiana e na definição de prioridades na organização dessa ação a fim de que possa ser realista, isto é que ela se adapte as condições concretas da escola ou sociedade nas quais atuamos, pois é um sistema de vida no qual a organização e a regulamentação dos processos de integração social são fundamentadas no principio da liberdade entendida como o direito a autodeterminação.

A democracia pressupõe conforme OLIVEIRA (2005), a possibilidade de participação do conjunto dos membros das sociedades em todos os processos decisórios que dizem respeito a sua vida cotidiana, seja vinculada na escola, no bairro, em casa e até ao poder do Estado.

LUCK (2008) trabalha a Teoria de estilos de Liderança que são:

·Estilo autocrático, o dirigente centraliza a tomada de decisão e assume uma liderança de forma individual. Seu sucesso é determinado por sua capacidade de a partir de sua autoridade, mobilizar seguidores, essa liderança é realizada de forma a evitar e até mesmo a desconsiderar as ambigüidades e paradoxos que ocorrem em toda e qualquer organização ou instituição social.

·Estilo democrático se assenta sobre a participação e sobre a tomada de decisão compartilhada, seguida de ações colaborativas, em que, em equipe, os membros da organização assumem responsabilidades conjuntas pelo seu desenvolvimento e realização de objetivos elevados, o sucesso da escola em promover tal formação está diretamente assentado na combinação de energias e esforços conjuntos de muitas pessoas na realização de sua missão.

·Estilo liberal é marcado por uma falta de liderança e de direcionamento definidos externamente à organização ou grupo.

A Teoria dos Traços resume o entendimento de liderança sob o enfoque da identificação de traços sociais, físicos, intelectuais ou de personalidade que diferenciem líderes de não-líderes.Para Bergamini (1994):

"A sistematização dos estudos sobre liderança, hoje conhecida como o enfoque ou Teorias dos Traços, enfatiza especialmente as qualidades do líder. Tal tendência de estudo, ficou assim conhecida porque seus pesquisadores propunham como ponto de partida que os líderes deveriam possuir certas características de personalidade especiais que seriam basicamente as principais facilitadoras no desempenho do papel de liderança".

No modelo da Teoria dos Traços, os líderes passaram a serem entendidos como seres diferentes das demais pessoas pelo fato de possuírem alguns traços de personalidade considerados como profundos responsáveis não só por fazê-los emergir como tal, mas também por mantê-los em suas posições.

Na idéia de Robbins (2002), as Teorias Comportamentais propõe que comportamentos específicos diferenciam os líderes dos liderados e por acreditarem que comportamentos específicos podem identificar os líderes, a liderança pode ser ensinada, logo, programas de treinamento podem implantar padrões de comportamento nos indivíduos que desejam tornarem-se líderes eficazes. Conforme o autor este seria um caminho muito mais estimulante, já que se presume que o grupo de líderes possa estar sempre em expansão.

Isto que dizer que o líder expressa confiança de que seus funcionários irão alcançar os objetivos propostos e através de palavras e ações comunica um novo sistema de valores, onde um exemplo de comportamento é esperado. Como um herói, o líder se auto-sacrifica e seus comportamentos não são convencionais, demonstrando coragem e convicção.

De acordo com Kotter (1992): "o tipo de liderança eficaz necessária nas grandes empresas de hoje é também similar ao que em geral se considera "espírito empreendedor". Ambos, por exemplo, envolvem assumir riscos".

Outro paradigma rompido por estas linhas da Liderança é a questão do poder. Conforme Kouzes e Posner (1996), o pensamento gerencial tradicional promove a idéia de que o poder é uma soma fixa: se eu tenho mais, então você tem menos. Naturalmente as pessoas que têm esse ponto de vista relutam em dividir o poder. Elas se agarram a qualquer pequeno poder que percebem que têm. Esta visão, porém, é arcaica, e retarda seriamente a consecução de coisas extraordinárias.

Para os autores os gerentes sem autoridade também tendem a adotar estilos gerenciais mesquinhos e ditatoriais. A falta de autoridade cria sistemas organizacionais onde as aptidões políticas se tornam essenciais e "cobrir-se" e "passar a bola" transforma-se nos estilos preferidos para o trato das diferenças.

Segundo Covey (2003): "o líder não é feito apenas de conhecimentos, mas também da vontade de viver em função de princípios que nos fomentem outros a confiança. Esta é imprescindível para que, ainda que sem autoridade formal, as pessoas confiram a alguém autoridade para liderar".

A liderança sempre foi e, com toda a probabilidade, sempre será um fator importante nos assuntos humanos. Mas, nos últimos tempos, tanto a necessidade de liderança de um gestor quanto à dificuldade de proporcionar liderança eficaz nesses cargos aumentaram muito mais do que as pessoas em geral, afirma Kotter (1992).

Os autores parecem concordar que o conceito de liderança mudou ao longo da história. O contexto para a aplicação da liderança é um sistema caótico de organizações e instituições cada vez mais complexas.

O presente artigo abordará teorias em que vários autores denominam a liderança numa gestão democrática. Assim como deve ser a liderança de um gestor, quais são suas habilidades, características adquiridas para uma gestão democrática.

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Autor: Alessandra Novais


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