Ronco e Apnéia Obstrutiva do Sono
Quem não conhece ou convive com alguém que ronca? O número de pessoas com este tipo de problema é tão grande, que algumas até se esquecem de referir quando vão ao médico por achar que roncar é uma coisa "normal". A maioria deste grande número de roncadores é do sexo masculino, porém as mulheres não estão livres do problema.
Alguns indivíduos possuem apnéias associadas, ou seja, param de respirar durante um período da noite. De maneira simplificada, se uma pessoa apresenta mais de 5 apnéias por hora de sono, a doença é chamada de Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), e quando o número de apnéias é inferior a 5 por hora, não havendo queda importante da taxa de oxigênio sanguíneo, denomina-se Ronco Primário. Tais afecções estão intimamente relacionadas com a obesidade e com hábitos incorretos, como o sedentarismo, a ingesta de refeições copiosas antes de dormir, o consumo de cigarro, álcool, tranqüilizantes, dentre outros. Além do ronco usualmente causar grande desgaste nos relacionamentos, pelo incômodo que provoca no parceiro, os portadores da SAOS podem ter sérias complicações de saúde : cardiovasculares, pulmonares, neurológicas, psíquicas,...
Na região da faringe (garganta), há uma vibração de tecidos durante a passagem do ar gerando um ruído (ronco), podendo obstruir parcialmente o fluxo de ar (hipopnéia) ou chegar a um completo colabamento desta região (apnéia obstrutiva). Estes pacientes apneicos geralmente não conseguem atingir um sono profundo e repousante. Desta forma, costumam acordar cansados e ter muita sonolência durante o dia, mesmo que durmam um número adequado de horas por noite. Além disso, indivíduos acometidos podem apresentar dor de cabeça, irritabilidade, queda do rendimento intelectual, impotência sexual e muitos outros sintomas.
Estudos indicam que o número de acidentes automobilísticos em pacientes com SAOS é 7 vezes maior do que na população geral, principalmente em virtude da sonolência. Acidentes de trabalho também são freqüentes.
As pessoas que possuem algumas destas queixas inicialmente devem realizar uma consulta com médico especialista para fazer um diagnóstico correto e avaliar a gravidade do problema. Para isso, muitas vezes o médico precisa do auxílio de exames subsidiários como a Polissonografia (que monitoriza o paciente e registra uma noite de sono) e a avaliação endoscópica das cavidades nasais e da faringe.
Além de medidas comportamentais como perder peso, corrigir hábitos alimentares, praticar atividade física regular e regularizar o sono, existem vários tratamentos disponíveis para o ronco e para os distúrbios respiratórios do sono:
- Geradores de fluxo aéreo: o CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é um aparelho que a pessoa coloca para dormir, o qual fornece uma pressão aérea positiva através de uma máscara, evitando o colabamento das vias respiratórias. Existem ainda outros aparelhos (BiPAP, C-Flex, Auto-set,...) com sistemas semelhantes ;
- Aparelhos intra-orais: os mais utilizados são os que promovem avanço da mandíbula enquanto o paciente dorme. São confeccionados por dentistas especializados;
- Procedimentos Cirúrgicos sob anestesia local: Radiofreqüência, Laser (LAUP), Injeção Roncoplástica e Implantes palatais;
- Cirurgias sob anestesia geral:
- Cirurgias Nasais- Septoplastia, Turbinectomia e outras Cirurgias Endoscópicas Nasossinusais.
- Cirurgias Faríngeas- Uvulopalatofaringoplastia, Faringoplastia lateral,...
- Cirurgias Esqueléticas- Avanço maxilo-mandibular, Avanço Genioglosso,...
Somente após avaliação individualizada do paciente, o médico poderá indicar o(s) melhor(es) tipo(s) de tratamento para cada caso; Os resultados bem sucedidos dependem muito desta indicação adequada. Deste modo, os pacientes ficam satisfeitos e seus parceiros, muito mais...
Dr. Fabio Tadeu Moura Lorenzetti - Otorrinolaringologista - CRM 95.864
Autor: Dr Fabio Lorenzetti
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