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Se de repente, as pessoas acordassem pela manhã, sentindo imensa insatisfação, um grande incômodo, um terrível desconforto! Se após alguns minutos, naqueles primeiros momentos, ainda na cama, pensassem em como estão se sentindo intranqüilas, estressadas! E resolvessem de verdade que viver assim não dá mais! 

Que a situação está totalmente insuportável! Que alguma providência tem que ser tomada urgentemente! Afinal de contas, este mundo é o local que temos para viver. Se continuar prevalecendo a indiferença em relação aos rumos que estão sendo tomados, aonde chegaremos? Se continuarmos a agir, levados pela corrente, seguindo o ¨bateu levou¨, acreditando que não tem jeito, que ¨o mundo é assim mesmo¨, que ¨não adianta eu mudar, pois minha mudança é insignificante e não vai dar em nada¨, realmente vai ser cada vez mais difícil e complicado vivermos em uma sociedade mais harmoniosa e tranqüila.

E ali na cama, antes de se levantarem, pensando em tantos acontecimentos assustadores, em tantos comportamentos nocivos, mas que de tão repetidos já se tornaram habituais, estas pessoas decidissem com firmeza que a partir daquele momento vão assumir que podem colaborar com a mudança! Que o papel que exercem é fundamental e importante! E levantassem da cama completamente firmes com esta decisão. As pessoas pessimistas, negativistas, deixariam de sempre só reclamar, e começariam a pensar em soluções, e passariam a agir! Se os individualistas parassem de insistir nos comportamentos egoístas, se recusassem a sempre só se preocuparem com a resolução dos seus problemas, mesmo sabendo que com isso desencadeavam problemas para muitos outros, e começassem a se comportar de maneira mais educada, mais solidária, empenhados em colaborar na busca de uma sociedade realmente mais tranqüila!

E nunca mais parassem em fila dupla, estacionassem em porta de garagem de outra pessoa, em locais de estacionamento proibido, em ponto de ônibus. Nem por um segundinho só! Se os mentirosos entendessem o mal que causam com suas mentiras (tanto para eles, quanto para o outro) decidissem não mais mentir! E começassem a ser mais autênticos em todas as situações da sua vida. E mais econômicos nas explicações que tentam dar, quando suas mentiras são descobertas! Se aqueles que se julgam espertos (espertinhos) quando enganam e trapaceiam, tomassem consciência que, trapaça ou enganação não é de maneira alguma sinônimo de esperteza, e sim de problema grave de caráter, e após tomarem consciência disso, nunca mais articulassem planos ardilosos para passarem alguém para trás. Se o ¨se dar bem¨ deixasse de ser sempre relacionado a fazer o outro se dar mal, e fosse sempre resultado de uma vitória conseguida através do mérito e do esforço pessoal proveniente de comportamentos sensatos, serenos, e atitudes éticas e honestas.

E respeitassem as filas, os caixas preferenciais para idosos, gestantes e deficientes físicos. E não passassem um cheque sem fundos (intencionalmente), nem contratassem os serviços de alguém, já com a intenção de não pagar. Se todas as pessoas que habitualmente gritam em qualquer lugar e diante de qualquer pessoa, entendessem que gritos são tão incômodos e tão desagradáveis de serem ouvidos, e após este entendimento, parassem de levantar a voz por qualquer motivo! Passassem a se expressar com mais serenidade. E os patrões tratariam os funcionários com o respeito que todos merecem ter, não os humilhando e os desvalorizando em hipótese alguma. E os casais se respeitariam, respeitariam seus filhos e ainda ensinariam uma excelente lição de respeito pelo outro. Se os que se julgam poderosos entendessem que não existe ninguém onipotente, invulnerável e insubstituível.

Que a sua situação momentânea de ter o poder pode ser vista como privilégio, quando usada pelo bem da maioria. Sabemos que na lei do universo existe sempre uma grande possibilidade de retorno em todas as nossas atitudes. Sementes ruins, dificilmente resultam em bons frutos! E se tudo isso não fosse apenas de repente, e sim constantemente?


Autor: Maria Aparecida Francisquini


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