Essa Angústia do Humano Existir



Eu vi toda a inutilidade humana estampada nas ruas. Eu vi as pessoas sorrindo e elas eram ridículas. Eu vi as pessoas fazendo planos e eles eram mais do mesmo. Eu vi as pessoas namorando, elas estavam se abraçando, se acariciando, se beijando, se excitando, saiu de ambas algum tipo de liquido viscoso e o líquido e as pessoas eram tão inúteis que dava vontade de chorar de compaixão de tanta carência de sentido. Eu vi as mulheres se maquiando, falando de sexo, de filhos, de homens, de festas e elas foram andando levando consigo todo o condicionamento humano, típico dos seres humanos que por não terem saída fingem dar sentido ao tempo e as suas ações. Eu vi as pessoas nos hospitais, seus corpos estavam velhos, decrépitos, os olhares mortadições, a cor pálida, seus antigos sonhos haviam agora sumido, restavam a dôr, a solidão, o desespero, a feiúra, a presença constante do nada, elas embora soubessem do fim do que nunca tinha sido falavam em voltar para casa porque tinham muitos planos para os próximo anos. Eu vi as lotações nos transportes  e as carnes dos ocupantes estavam manchadas de vázio, nos olhos a desesperança, uns empurravam os outros enquanto ou seguiam para mais um dia enquanto o sol brilhava ou voltavam para seus muquifos com os ossos alquebrados prontos para o descanso e para o retorno. Eu vi os ricos eles estavam em suas mansões à beira da piscina tomavam uísque, um ria desbragadamente, outro caiu fulminado por um infarto do miocárdio, outro assediava a empregada que exibia suas coxas andando de um lado para outro.
Eu vi todas as ridiculariedades típicas dos humanos e eles não aceitavam que eram ridículos diziam ter uma missão aqui , diziam que estavam construindo algo para ficar na memória da humanidade e enquanto falavam isso seus dentes estavam a mostra e a gordura dos seus corpos os deixavam disformes.Eu vi que nada era algo , mas apenas desculpas forjadas pelas gerações de seres que não podem nada, que não são e nunca serão, pois apenas são marionetes nas mãos de algum ser que quis tudo isso sem se preocupar com os que pensam que são.


Autor: José Carvalho


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