Distração humana, Dinamarca e destino (I)



Paiva Netto

 

A distração humana quanto à própria sobrevivência às vezes é de espantar. Exemplo: no admirável filme “Guerra e Paz”, de 1956, inspirado no livro homônimo do célebre escritor Leon Tolstói, conta-se que, quando Napoleão Bonaparte se aproximava de Moscou, jovens aristocratas descuidados entupiam-se de álcool, fazendo inacreditáveis acrobacias nas janelas enquanto derramavam vodca goela abaixo. Está bem!... o Corso perdeu a guerra, mas sua derrota teve início desde a aproximação do “general inverno”, que botou no século seguinte, o 20, Hitler e Von Paulus de joelhos. É verdade também que os russos acabaram adotando a política de “terra queimada” do ex-ministro da guerra Mikhail Barklay de Tolli, e o general Kutuzov impiedosamente fustigou Bonaparte até que o viu fora da Rússia.

Por mais que poderosas vozes proclamem o perigo que paira sobre nossas cabeças, na aparência não existe ainda uma atitude mundial unificada convencida da gravidade da explosão climática que já nos atinge com fenômenos surpreendentes e funestos. Opiniões gabaritadas, a exemplo do premiado cientista Paul Mayewski, diretor e professor do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade do Maine, EUA, afirmam que o aumento na temperatura do planeta acarretaria “uma tremenda redistribuição em relação à agricultura. O nível do mar também poderia subir muitos metros. Haveria migrações imensas. Seria a maior catástrofe do mundo moderno”.

Os governantes de diversos países, em dezembro, se reunirão na Dinamarca. Contudo, têm enormes desafios pela frente, um deles a estrutura econômica na qual vivemos, alicerçada nos combustíveis fósseis, provocadores de doenças, porquanto, entre outros males, empesteiam o ar que respiramos.  Há o grande esforço por fontes limpas de energia. Será, porém, que já não ultrapassamos o ponto sem retorno? É o que diz o dr. James Hansen, diretor de instituto da Nasa sobre o clima, considerado o maior pesquisador acerca de aquecimento global.

 

Otimismo x Realidade

Sou por natureza otimista, no entanto procuro manter-me com atenção fixada na realidade exposta diante de todos. Ora, já estamos vivendo, como terráqueos, nosso período de liberdade condicional há algum tempo. Al Gore não é um amador. Seu documentário “Uma verdade inconveniente” deveria ter chocado a população terrestre. Todavia, persiste uma espécie de sono hipnótico que só não o veem os que se encontram flagrados por aquela chave desenhada por Jesus, no Seu Evangelho segundo Lucas, 17:26 e 27: “E, como aconteceu na época de Noé, assim ocorrerá nos dias do Filho de Deus. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos”.

Voltarei ao assunto.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

[email protected] — www.boavontade.com


Autor: Álida Santos


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