Bufonaria bananeira.
Se pararmos para pensar, chegaremos a uma conclusão desagradável, para não dizer humilhante.
Por enquanto, fomos invadidos – O TERRITÓRIO BRASILEIRO FOI INVADIDO, SIM... Tem mais hondurenhos que brasileiros na Embaixada. Eles estão armados – os gorilões do Zé Laya, nosso novo Zé – nosotros teniamos apenas um guardinha terceirizado. Imaginem a cena: Zé Laya passeando pela linda capital (dentro da confortável van), aflito, sorumbático, introspectivo. Eis que uma luz pisca naquele cérebro que um vasto couvre-chef recobre, ao divisar nossa Embaixada. Eureca! vamos filar uma bóia naquele recanto aprazível. Foing- foing é o solo de buzina a rasgar o silêncio. Surpresa total. Quem seria? O leiteiro, o carteiro, o alfaiate do embaixador chamado para consultas? A decisão, da qual pode depender o futuro do país amigo está nas mãos do porteiro. Pelo menos é o que nos fazem crer.
Abre-se o portão e da van saem Zé Laya, familia e seu pequeno exército, gente que não acaba mais, como num filme dos irmãos Marx. Numa van cabem tranquilamente de 60 a 70 passageiros. De dar inveja aos nossos ônibus!
– Tem bóia aí? O pessoal está faminto.
– Calma vamos improvisar umas pizzas, afinal, com pizza estamos acostumados.
Segue um discurso do Zé
"Hondurenhos e hondurenhas, (aprendeu com Sarney). Cá estou e daqui não saio – abana-se com o chapéu – mis amigos yo soy el amado Presidente". A pergunta que não quer calar é: Quem pagará a conta da lavanderia? Trouxeram roupas ou mandarão os funcionários da Embajada comprarem? "Por favor – ou sem por favor – me gustan las remeras blancas! Pueden planchar pantralones? Uma cena doméstica, em suma.
Fotografos, milagrosamente ubicados na Embajada, sacan fotos. Em questão de segundos a Humanidade inteira inteira-se da trampita.O homem do chapéu branco, passa a despachar, Seu escritório é a sala do nosso embaixador. Ele chegou à luz dos refletores da mídia por mero acaso. Quem quiser acreditar nessa fábula acredita em mula sem cabeça, Papai Noel , Drácula etc.
Os três tenores de nossa diplomacia – dizem as más línguas que seriam nossos três chanceleres – Celso Amorim, Marco Aurélio – o da percussão top-top - e Samuel Pinheiro Guimarães seguem a cartilha do NOSSOMONARCA e afirmam de nada saber. Está criada a confusão, ou la confusion.
Mas por que diabos "el hombre" não escolheu a embaixada do Gabão, terra do presidente com nome de ração para cachorro?
ISN´T IT WONDERFUL?
Alexandru Solomon é autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas` e o recente livro de contos e crônicas ´O Desmonte de Vênus. (Ed. Totalidade). Disponível nas livrarias Cultura, Saraiva e Pega-sonho (Rua Martinico Prado, 372 – Higienópolis – SP – Tel.: (11) 3668-2107).| E-mail do autor: [email protected]
Autor: Celso Fernandes
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