O Cachimbo



Leitura de imagem "Eis os dois cachimbos"? "Tudo isso faz pensar no quadro-negro de uma sala de aula: talvez, uma esfregadela de pano logo apagará o desenho e o texto; talvez, ainda, apagará um ou outro apenas para corrigir o "erro" (desenhar alguma coisa que não será realmente um cachimbo, ou escrever uma frase afirmando que se trata mesmo de um cachimbo). Malfeito provisório (um "mal-escrito", como quem diria um mal-entendido) que um gesto vai dissipar numa poeira branca?"

Segundo o texto a figura não passa de um cachimbo desmedido, flutuante, ideal, simples sonho ou idéia de um cachimbo, pois a arte reside no fato de que, não importa se com palavras, sons, melódicos, cores ou massa, o artista cria imagens que expirem seu sentimento profundo do mundo.

O quadro apresenta a figura de um cachimbo, com a frase que nega que a figura seja igual ao nome, à palavra cachimbo não representa o nome cachimbo. O quadro mostra o que faz a linguagem comum, isto é, essa chama a figura do cachimbo, de cachimbo, como se o nome fosse idêntico a figura, como se a palavra fosse idêntica a coisa. O mérito do quadro é não nos deixar esquecer o equívoco, de que o desenho do objeto não é o objeto e que o desenho do objeto sempre será infiel, figurativamente, ao objeto.

A arte é muita coisa. Uma das coisas que a arte é, parece é uma transformação simbólica só mundo. Quer dizer: o artista cria um mundo do outro, mas bonito ou mais intenso ou mais significativo ou, mas ordenado por cima da realidade imediata.


Autor: Almenir Paz


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