O Machismo e a Coisificação da Mulher



Muitos homens são defensores da igualdadade dos sexos. Muitos homens acreditam no igual potencial da mulher e do homem para exercer seja qual for a atividade. Muitos homens jamais ofenderam ou, além, não deixaram que alguém ofendesse, as mulheres pelo fato de estas serem mulheres. Quem parece não se importar muito com o machismo são as próprias vítimas: as mulheres.

O movimento feminista existe desde o final do século XIX e contou com o apoio de milhares de mulheres ao longo da história. Elas conseguiram coisas como direito ao voto, direito a propriedade, direito a opinião, leis que as defendam, e direitos especiais inalienáveis e necessários a elas. Como gratidão a essas milhares, bilhões de mulheres agradeceram com sua ausência, seu machismo e seu preconceito, como um estigma que persiste ainda nos dias atuais por aqueles (e principalmente aquelas) de caráter tosco é o de que as feministas são lésbicas, encalhadas, feias e baderneiras.

As mulheres, inclusive as mais cultas, conhecem grandes heróis, sejam fictícios ou reais, tais como Hércules, Alexandre: O Grande, Zumbi dos Palmares, etc. Mas quantas conhecem Susan B. Antony, Nísia Floresta, Mary Wollstonecraft, Simone de Beavoir? Quantas mulheres já leram contos romancescos em que a figura feminina é mero adereço e acreditaram que aquilo era o perfil do ideal feminino? Quantas mulheres que são humilhadas e ofendidas e se calam?

O machismo da mulher não se extense só na persistência de um estereótipo romântico de personalidade e comportamento, atualmente vivemos o limite do machismo por parte das mulheres: a coisificação de si.

Inicialmente eu atribuí a coisificação feminina apenas a prostituição, porém agora está claro que esta doença infecta donas de casa, mães, namoradas, garotas que pensam que se valorizam. Muitas mulheres são, literalmente, a puta dos seus maridos. O receptáculo, a privada dos homens. Desde as classes mais baixas até as mais altas existem mulheres que se sujeitam a receber o sêmem alheio, mesmo sem amor, coisificando-se.

Histórias de mulheres que desiludidas se entregam a homens procurando esquecer o amor não correspondido, e que deixam-se penetrar mas desejam que o ato acabe logo. São mulheres que não transam, são transadas. São passivas.

Mulheres que insistem em continuar se doando a um homem que ela mesmo já conferiu que não lhe faz bem, que lhe magoa e lhe traz tristeza. Até mesmo mulheres que conhecem o feminismo, se tornam hipócritas por se entregarem como uma coisa para algum homem.

Não sei se devo me referir a estas pessoas do sexo feminino como mulheres. Parece-me que mulheres não são as virgens românticas ou as passivas “senhoras respeitáveis”, mas as que fazem sexo com sentimento, mulheres não são aquelas Iracemas ou Marílias, mas são as Marias da Penha, as Nísias Floresta.

As outras, as que deixaram-se penetrar sem realmente desejar, as que ouviram palavras rudes e humilhantes no silêncio, as que fizeram-se cafetinas gratuítas de seus homens, a estas resta-lhe o perojativo significado do vocábulo: fêmea.

Toda mulher que transou sem amor foi puta, assim como o homem que lhe possuiu foi um cretino.


Autor: Diego Gatto


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