SELEÇÃO SEXUAL



SELEÇÃO SEXUAL

LAZZARETTI, Tiago.

          Na natureza animais machos e fêmeas diferem-se notavelmente entre si, em tamanho, aparência e comportamento. Como exemplo, nas aves Viúva-rabilongas, enquanto os machos são pretos-azeviche com comprimento da cauda maior que o corpo, as fêmeas são coloridas de um castanho mimético, com penas caudais curtas, além de não apresentarem manchas vermelhas e amarelas no dorso, cores que os machos apresentam. Estas diferenças são chamadas de Dimorfismo Sexual.

            A seletividade sexual pode ser a chave que explique o dimorfismo sexual, sendo que, a seleção sexual atuará com maior potencialidade na evolução dos machos do que nas fêmeas, sendo assim, quando um indivíduo não consegue acasalar, deixando de contribuir geneticamente para as gerações futuras, atua sobre este a seleção natural, que fará com que o indivíduo sofra mutações fenotípicas para que possa copular com um membro de outro sexo.

O sucesso reprodutivo dos animais requer maior Investimento Parental – energia e tempo gasto para construir e cuidar de um descendente -, das fêmeas, pois enquanto os machos muitas vezes só contribuem com o sêmem, as fêmeas gastam muito mais energia durante a gestação e cuidados com a prole.

A seleção sexual atua também em fêmeas quanto à aceitação ou rejeição de parceiros. Quando isso ocorre, esta seletividade é forte para um sexo e fraca para outro, dessa forma, os membros do sexo sujeito a forte seleção sexual serão competitivos, enquanto os membros do sexo sujeitos à seleção sexual mais fraca serão mais exigentes.

A competição por parceiros em um sexo e a maior exigência no outro, determinam duas formas de seleção sexual. Na primeira, Seleção Intra-sexual, envolve interações entre os membros de um único sexo, ou seja, os indivíduos combatem entre eles, cabeça-contra-cabeça, e assim os vencedores cruzam com os membros do outro sexo. Na Selecão Intersexual, envolve interação entre indivíduos de dois sexos. Ao invés de combater, os membros do sexo competitivo cantam, dançam e exibem cores brilhantes como forma de chamar a atenção. Os indivíduos que se “apresentarem” melhor serão escolhidos pelos membros do outro sexo.

Competição entre membros ocorre com freqüência em diferentes reinos animais. Geralmente acontece quando machos tentam monopolizar o acesso às fêmeas, ou seja, não permitem que outros machos possam cruzá-las. Esse monopólio reprodutivo é normalmente controlado pelas fêmeas ou pelo controle de um recuso importante para as fêmeas, que é um território de alimento ou refugio.

Esta competição ocorre considerando alguns fatores. Entre eles, combate entre membros pela disputa de parceiras, competições por espermatozóides, cujo objetivo é a fertilização dos ovos e por infanticídio, que ocorre com freqüência em bandos de leões, aonde os machos recém chegados ao bando matam os filhotes de outros machos para adiantar a condição reprodutiva das fêmeas. Assim, o sucesso reprodutivo de machos é limitado pelas oportunidades de cruzamento com as fêmeas.

Já entre as fêmeas, diversos fatores podem explicar suas preferências, que podem ser por morfologia, sons e cortejos e/ou exibição. Dessa forma, as fêmeas mais exigentes podem conseguir os melhores genes para seus descendentes.

No entanto em determinadas espécies, as fêmeas podem ser competitivas e os machos exigentes, ocorre com freqüência em determinadas espécies de peixes. Em outras espécies, que incluem cães, as fêmeas podem cruzar com vários machos com o intuito de garantir a fecundação de todos os óvulos férteis, esse processo de cruzamentos múltiplos chama-se Poliandria.

Nas plantas, na maioria das espécies, apresentam-se dimórficas. Em plantas os cruzamentos ocorrem através do deslocamento do pólen de uma estrutura para outra, sendo que a planta receptora do pólen é responsável pela geração do fruto.

Quando o sucesso reprodutivo das plantas macho é limitado pelo acesso aos polinizadores, mas o sucesso reprodutivo das plantas fêmeas não o é, as flores masculinas desenvolvem características mais vistosas do que as flores femininas.

 

 


Autor: TIAGO LAZZARETTI


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