NOVOS DECRETOS
E hoje, como naquele dia, meu lado humano mais ignorante e atrasado continua a concordar com a implementação desta “lei”. Começo a reivindicar uma nova mudança na “Legislação da Vida”. Esta, com certeza, seria a primeira, mas haveria outras também...
A PARTIR DE HOJE FICA DECRETADO:
- que os pais nunca mais terão que enterrar seus filhos;
- que não haverá mais fome no mundo (nem de alimentos, nem de afetos);
- que está proibido a banalização do ser humano;
- que o prazer e a alegria não possam mais ser originados através da dor e humilhação de alguém;
- que o ser humano não tenha mais sede e curiosidade a respeito de catástrofes, tragédias, sangue e lágrimas;
- que jamais se abandone um idoso, uma criança ou um deficiente, por não mais trazerem lucros para a sociedade (e nem sob nenhuma hipótese e motivo);
- que está vedada a permissão de pessoas sem nenhuma sensibilidade, diante do impacto que um ser humano causa em outro, a exercerem profissões como: médicos, padres, psicólogos, assistentes sociais, professores, advogados e ... POLÍTICOS;
- que haja um campo de batalha específico onde apenas os grandes chefes de estados e assassinos promovessem guerras e chacinas entre eles mesmos, sem ferirem mais nenhum inocente;
- que nenhum indivíduo ou grupo consiga violar uma nação, uma cidade, um lar, um corpo, uma cultura;
- que está proibido a qualquer meio de comunicação ter o poder de banalizar a dor e o amor;
- que não haja mais acomodação diante da dor, humilhação e mentira;
- que o ato sexual seja diferenciado e distinguido da masturbação coletiva;
- que os duendes, fadas, elfos, salamandras, ondinas e os personagens folclóricos realmente possam proteger a natureza;
- que jamais um ser humano se apaixone por alguém que não lhe corresponda;
- que todos nós tenhamos permissão e capacidade de nos comunicarmos com os entes queridos que já se foram e não só os “médiuns”;
- que os anjos possam ser vistos e ouvidos por todos sem distinção de idade, sexo, raça ou religião e que eles se tornem nossos professores;
- que as amizades e os amores passem a ser, realmente, eternos;
- que nunca mais seja sentida a distância de alguém que está a menos de um metro de nós;
- que o ser humano possa ler e conversar em todos os dialetos (inclusive no seu próprio), com real compreensão e fluência;
- que, a partir de agora, as dores terão data de validade e seus prazos jamais poderão ultrapassar um ano.
E percebo, então, que esta minha lista de novos decretos é tão infinita quanto o Universo...
E você, quais seriam suas reivindicações?
Verônica Dutenkefer
01/09/2005
Autor: Verônica Dutenkefer
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