NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA LEITURA CRÍTICA NA ESCOLA



Geralmente na escola se lê para aprender a ler, enquanto que no cotidiano a leitura é dirigida por outros objetivos, que direcionam o comportamento do leitor e sua atitude diante do texto. No dia-a-dia, uma pessoa pode ler para agir quando lê uma placa, ou como atividade lúdica quando lê uma piada (em jornal, livro, revista, internet), ou para informação quando lê uma notícia de jornal. Essas leituras, guiadas por diferentes objetivos, produzem efeitos diferentes, que modificam a ação do leitor diante do texto. São essas práticas cotidianas que precisam ser vivenciadas em sala de aula.

Sabemos que é na escola que a maioria das crianças aprendem a ler. Muitas têm no ambiente escolar, o primeiro (e, às vezes, o único) contato com a leitura. Dessa forma, a escola, por ser estruturada com vistas à alfabetização e tendo um caráter formativo, se constitui num ambiente privilegiado para a formação do leitor.

Assim, o educador preocupado com a formação do gosto pela leitura deve reservar espaços em que proponha atividades novas sem o compromisso de impor leituras e avaliar o educando. Trata-se de operacionalizar espaços na escola e na sala de aula onde a leitura por fruição-prazer possa ser vivenciada pelas crianças e jovens.

Nesse contexto, o professor deve proporcionar várias atividades inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um trabalho ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto, deixando-o se expressar. Acreditamos assim que a proposta de atividades variadas é de grande valor para o processo de construção da autonomia e desenvolvimento da criança em formação.

Sabemos que a leitura crítica envolve o desafio de posicionamento ideológico, bem como a compreensão do conteúdo implícito dos textos escritos, e nós como professores devemos ter o compromisso de guiar leitores a uma consciência do conteúdo ideológico.

A análise textual não se restringe apenas aos aspectos lingsticos, mas os relaciona com a estrutura social, contexto e discurso, buscando desvendar crenças, valores, ideologias, relações de poder nos textos em função de uma situação comunicativa  e discurso específicos.

Assim, podemos concluir que, desmascarar o senso comum, perturbar a passividade de alguns leitores diante de "verdades" aceitas como óbvias ou absolutas apresentados por diversos gêneros textuais, se constituem em traços inerenentes à uma leitura crítica.

Para finalizar nossa exposição de idéias, podemos lembrar as palavras de SILVA (IN: LIMA, 2009): "caracterizar a práxis da leitura em termos de constatação, cotejo e transformação por parte do leitor nada mais é do que excluir qualquer aspecto opressor de uma mensagem escrita (ou do uso que se faz dela); é, ao contrário, colocá-la em termos de uma possibilidade para a fruição, reflexão e criação."

Bibliografia:

LIMA, Terezinha Bazé de. Leitura Crítica. Dourados, MS: UNIGRAN, 2009.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 6ª edição, 2005.


Autor: Elza Carolina Beckman Pieper


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