DISFUNÇÕES SEXUAIS NA TERCEIRA IDADE



1 PINTO, Denise da Silva Rego
2ALMEIDA, Luciana Oliveira da Silva
3PORTO, Maria José da Silva
4TORRES, Maria Madalena de Souza Matos

RESUMO

O presente artigo aborda os transtornos sexuais geriátricos, causados por uma perturbação no desejo sexual e alterações fisiológicas. Enfatizando os principais transtornos evidenciados nessa faixa etária e suas eventuais causas. Traz relatos bibliográficos, descrevendo as alterações sexuais e as conseqüências psicológicas inerentes aos portadores de tais transtornos. Destacando a importância da informação na manutenção da saúde do indivíduo afetado. Diante dessa situação, tem-se como objetivo compreender as alterações fisiológicas no idoso como processo normal do envelhecimento, como essas alterações interferem na sexualidade e a relação terapêutica enfermeiro-cliente. Como metodologia, utilizou-se um estudo descritivo bibliográfico, onde foram respeitadas as normas da ABNT. As autoras com um presente interesse sobre a arte do envelhecimento procuraram estudar sobre as alterações ocorridas na terceira idade, dando uma ênfase na sexualidade entre os idosos. Através desse estudo, concluímos que independente da idade, sempre é tempo de viver. E que amor, afeto, intimidade e sexo são elementos de valor fundamental para uma vida saudável.

Palavras-chave: Disfunções sexuais, terceira idade, transtornos sexuais, enfermeira-paciente.

Introdução

DSM (2002), as disfunções sexuais são caracterizadas por perturbações nos processos que diferencia o ciclo de resposta sexual ou por dor associada com a relação sexual. Esse ciclo é dividido em: desejo (fase que consiste em fantasias acerca da atividade sexual); excitação (fase em que consiste em um sentimento subjetivo de prazer sexual e alterações fisiológicas concomitantes); orgasmo (fase que consiste em um clímax do prazer sexual, com liberação da tensão sexual e contração rítmica dos músculos do períneo e órgãos reprodutores) e resolução (fase que consiste em uma sensação de relaxamento muscular e bem-estar geral).

A disfunção sexual, portanto, implica alguma alteração, em uma ou mais das fases do ciclo de resposta sexual, ou dor associada ao ato, o que se manifesta de forma persistente ou recorrente em qualquer fase da vida. À proporção que ocorra na velhice é maior pelo próprio processo fisiológico de envelhecimento. A Associação Psiquiátrica Americana através do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM, assim classificam as disfunções sexuais: Transtornos do desejo sexual; Transtornos da excitação sexual; Transtornos ligados ao orgasmo; Transtornos Sexuais Dolorosos.

A principal mudança na resposta sexual masculina se dá na velocidade com que a ereção ocorre, pois acostumado a ter uma ereção rápida a idéia de ter uma ereção surgindo lentamente é assustadora e frustrante. As mudanças sexuais na mulher são mais lentas e progressivas pela diminuição na produção de hormônios femininos, sofrendo também algumas alterações tanto no desejo quanto na excitação, (POTTER & PERRY, 2004).

As autoras afirmam que, a enfermeira assiste os idosos na obtenção da saúde sexual sendo necessário um conselheiro para um ou ambos os parceiros, além disso, a enfermeira pode ajudar outros profissionais de saúde e compreender o comportamento sexual dos idosos. Entre tanto, nem todas as enfermeiras se sentem confortáveis em aconselhar os idosos em relação a saúde sexual,deve-se reconhecer a necessidade de assistência de outro profissional entre eles assistente social ou psicólogo.

Desenvolvimento

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a população idosa como aquela a partir de sessenta anos de idade. Esse limite é válido para os países em desenvolvimento, mas admite-se um ponto de corte de sessenta e cinco anos de idade para os países desenvolvidos, pela tradição destes em utilizarem esses índices a varias décadas. Fisiologicamente essa é a fase de declínio das funções orgânicas, dentre elas a sexual.

Freitas (2006) define a idade psicológica e refere à relação que existe entre a idade e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais pronunciam o potencial de funcionamento futuro do indivíduo, ele fala ainda da idade social onde se observa a relação com a avaliação da capacidade de adequação de um indivíduo ao desempenho de papéis. A menarca é um marco do início da puberdade na mulher, no envelhecimento não possuem um marcador biofisiológico de seu início, a demonstração entre a maturidade e o envelhecimento é arbitrariamente fixada, mas por fatores socioeconômicos e legais do que biológicos. A incapacidade de mensurar o fenômeno do envelhecimento está vinculada à dificuldade de definir a idade biológica.

Respeitando as limitações gerontológica, o envelhecimento é conceituado como processo dinâmico e progressivo onde há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e fisiológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de progressos patológicos sexuais que terminam levando às disfunções, (CARVALHO FILHO, 2006).

Segundo Guimarães (2004, p.230), "com o envelhecimento a resposta sexual humana decresce e ocorre um aumento na incidência dos distúrbios sexuais, entre os fatores relacionados estão: a diminuição hormonal, deterioração da condição social, sintomas depressivos e relação marital pobre e disfunção erétil no homem".

FREITAS, (2006) a libido sexual insere-se na realidade psicossomática, insistindo na organicidade hormonal. A eclosão bioquímica do desejo liga-se as condições emocionais e circunstanciais; os estímulos do desejo são incontáveis e peculiares a cada sujeito. Dentre eles estão os estímulos táteis (toque de todo o corpo e especialmente das partes erógenas), os visuais (nudez, roupas e enfeites), os auditivos (perfumes), e os cognitivos (fantasias, lembranças).

Segundo Potter & Perry (2004), a sexualidade está sendo cada vez mais reconhecida como importante no cuidado dos idosos. Todos os idosos, tanto saudáveis quanto fracos, precisam expressar sentimentos sexuais (a sexualidade envolve amor, calor humano, compartilhamento e toque e não somente o ato do intercurso).

As interferências fisiológicas e hormonais à sexualidade no homem apresentam-se como a incapacidade de se obter uma ereção peniana adequada para a penetração vaginal. Essa é uma das inadequações que afetam a sua sexualidade, dentre as outras se destacam a ejaculação precoce e a inibição do desejo sexual ou perda da libido. Uma ereção normal exige: estímulos sexuais presentes, um sistema nervoso funcionalmente adequado; Enfim, a ereção peniana é um complexo neurovascular, como também a interação de fatores psicológicos, hormonais, neurológicos e cavernosos, (RODRIGUES, 2001).

Na maturidade sexual masculina, os hormônios são essenciais. A testosterona é responsável pela regulação da secreção de gonadotrofinas e o desenvolvimento muscular; a diidrotestosterona medeia todos os outros aspectos da maturação sexual masculina, incluindo o crescimento de pêlos, calvície de padrão masculino e espermatogênese. Sabe-se que os androgênios atuam no hipotálamo, que é um importante local para a modulação da função erétil. Os hormônios podem também modular a transmissão sináptica incluindo o armazenamento, síntese, captação e liberação de neurotransmissores assim como sensibilidade ao receptor.

Estudos Americanos – Massachusetts – mostra uma crescente incidência de disfunção erétil e de desejo com o aumento da idade. De acordo com esse estudo cerca de 50% dos homens ao envelhecer apresentarão algum grau de dificuldade em alcançar ou manter uma ereção. Isso é justificado pela redução progressiva da testosterona, (GUIMARÃES, 2004).

O homem pode continuar a ter uma vida sexual satisfatória. As alterações na rigidez da sua ereção e a ejaculação retardada podem propiciar um relacionamento sexual mutuamente mais satisfatório entre os parceiros. Ambos podem se beneficiar das preliminares ampliadas, (POTTER & PERRY, 2004).

As mulheres perdem a capacidade de reprodução aproximadamente aos 40 anos depois da maturação sexual, ou quando chegam mais ou menos aos 50 anos. Com o envelhecimento as mulheres perdem os óvulos imaturos de cada ovário e esse número se aproxima de zero. A produção de estrogênio e progesterona pelos ovários cessa com a menopausa. As alterações que ocorrem no sistema reprodutivo feminino incluem o adelgaçamento da parede vaginal, a redução no tamanho e a perda da elasticidade, as secreções vaginais e a acidez diminuem resultando em ressecamento vaginal e prurido; e a diminuição do tônus do músculo pubococcígeo resultando no relaxamento da vagina e do períneo. Essas alterações contribuem para o sangramento vaginal e coito doloroso, (SMELTZER & BARE, 2004).

O período de involução da produção hormonal feminina que se inicia ao término da fase de maturidade sexual, isto é, quando a mulher deixa de ter uma capacidade reprodutiva, provocados por uma queda brusca nessa produção. Esses hormônios estão diretamente ligados ao humor, sensação de bem-estar e libido (mecanismo indireto). Ocorrem ainda modificações gerais e do aparelho genital. Algumas mulheres revelam ondas de calor, suores, elevação da P.A, dispepsia discreta, obstipação intestinal, palpitações passageiras, insônia e ligeira irritabilidade. Estudos mostram que a deficiência de androgênios pode levar à perda global de desejo sexual, ausência de fantasias e sonhos, diminuição da sensibilidade à estimulação sexual sobre o clitóris, diminuição da capacidade orgástica, diminuição do tônus muscular e raramente perda de pêlos pubianos e atrofia genital não responsiva a estrógenos, (GUIMARÃES, 2004).

Segundo Potter (2004), as doenças crônicas comuns que podem contribuir para as disfunções sexuais são: Hipertensão arterial (causada pelo uso de drogas hipotensoras, que provocam dificuldade de lubrificação observando-se então a dispareunia); Doença neurológica (incluindo, mas não se limitando a esclerose múltipla- EM ou acidente vascular cerebral- AVC); Arteriosclerose (diminuição do fluxo arterial causado por placa de ateroma); Diabetes (principal patologia causadora de disfunções sexuais); Cardiopatia (a etiologia é predominantemente cultural, psicossomática, o próprio indivíduo evita o contato sexual, por medo ou queda de auto-estima); Processos Reumáticos e Osteoporose (devido ao fator incapacitante a dor associada à quase sempre a posição adotada durante o relacionamento sexual).

O DSM (2002) refere que as disfunções sexuais diferenciam por uma perturbação nos processos do ciclo sexual e são classificados em:

·Transtornos do desejo sexual

– 302.71. Transtorno do desejo sexual hipoativo: deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo de ter atividade sexual. A perturbação deve causar acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal.

– 302.79. Transtorno de aversão sexual: aversão e esquiva ativa do contato sexual genital com um parceiro sexual. Pode estar ligado ao processo fisiológico do envelhecimento ou associado a doenças sistêmicas, uso de medicamentos e conflitos conjugais.

·Transtornos da excitação sexual

– 302.72. Transtorno da excitação sexual feminina: incapacidade persistente ou recorrente de adquirir ou manter uma resposta de excitação sexual adequada de lubrificação-turgescência até a consumação da atividade sexual.

– 302.72. Transtorno erétil masculino: é caracterizado pela incapacidade do homem em atingir ou manter uma ereção durante o ato sexual, durante o envelhecimento há um aumento progressivo na incidência desta disfunção. Para Guimarães (2004), o mecanismo que leva ao aumento da dificuldade erétil com o decorrer da idade pode estar relacionado com a diminuição progressiva de androgênio, diminuição de células de Leydig ou ainda fatores vasculares e neurais periféricos que impedem a conclusão e manutenção da ereção

·Transtornos ligados ao orgasmo

– 302.73. Transtorno do orgasmo feminino: atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual. Guimarães (2004) diz que, na mulher esse transtorno recebe o nome de anorgasmia e é uma das causas mais comuns de procura de aconselhamento e terapia sexual. Disfunção secundaria em geriatria de origem relacional. É importante aconselhar a paciente quanto ao auto-toque na presença do parceiro na busca pelo orgasmo.

– 302.74. Transtorno do orgasmo masculino: atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual. Situação em que o homem não consegue atingir o orgasmo durante a relação sexual, embora possa ejacular com estimulação manual ou oral da parceira.

– 302.74. Transtorno da ejaculação ou ejaculação precoce: início persistente ou recorrente de orgasmo e ejaculação com estimulação mínima antes, durante ou logo após a penetração e antes que o indivíduo o deseje. Homens idosos tendem proporcionar um retardo, isso pode se apresentar como a cura para aqueles que tem ejaculação precoce, ainda não conseguem manter duas relações sexuais no mesmo dia ou dias consecutivos.

·Transtornos Sexuais Dolorosos

– 302.76. Dispareunia ou Transtorno ligado às dores coitais: dor genital associada como intercurso sexual, embora a dor seja experimentada com maior freqüência durante o coito, ela também pode ocorrer antes ou após o intercurso. O transtorno pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. Em mulheres, a dor pode ser descrita como superficial, durante a penetração, ou profunda, durante as investidas do pênis. A intensidade dos sintomas pode variar desde leve desconforto até uma dor aguda. A perturbação deve provocar acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. O distúrbio não é causado exclusivamente por vaginismo ou falta de lubrificação, uso de medicamentos ou de uma condição clínica geral. Nas mulheres 60% dos casos são orgânicos e no homem ocorre em quase sua totalidade.

– 306.51. Vaginismo: é a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da vagina, quando é tentada a penetração vaginal com pênis, dedo, tampão ou espéculo. A penetração deve causar acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. Em algumas mulheres, até mesmo a previsão da penetração vaginal pode provocar espasmo muscular. A contração pode variar desde leve, induzindo alguma tensão e desconforto, até intensa, impedindo a penetração.

O cuidado de enfermagem dos idosos coloca desafios especiais por causa da diversidade da saúde fisiológica, cognitiva e psicossocial. Os idosos variam nos seus níveis de capacidade de funcionamento, a maioria são membros da comunidade ativos, envolvidos e produtivos. Um número menor perdeu a capacidade de cuidar de si mesmo, estão confusos e retraídos e são incapazes de tomar decisões relativas às suas necessidades, (POTTER & PERRY, 2004).

Para Potter & Perry (2004), a avaliação de enfermagem de um idoso é um processo desafiador e complexo que precisa levar em conta alguns pontos para garantir a abordagem específica para a idade. Como a inter-relação entre os aspectos físicos e psicossociais da velhice, pois para cada pessoa idosa a redução da capacidade de responder ao estresse, o aumento da freqüência e a multiplicidade de perda, bem como as mudanças físicas associadas com o envelhecimento normal pode combinar-se e colocar a pessoa em alto risco. Apesar de a interação desses fatores físicos e psicossociais poder ser séria, o enfermeiro não deve assumir que os idosos tenham sinais, sintomas ou comportamentos que representam decréscimo e declínio.

O autor ressalta ainda que os efeitos da doença e da incapacidade no status funcional não são necessariamente igual à doença e incapacidade, muitos idosos permanecem funcionalmente independentes, apesar do aumento da prevalência da doença crônica com o avanço da idade. Desta forma a avaliação de enfermagem da função física e psicossocial é importante porque pode fornecer dicas valiosas para o efeito da doença ou enfermidade no status funcional. Potter & Perry (2004), diz também que o declínio fisiológico e o aumento da prevalência da doença, especialmente no idoso mais velho, devem-se em parte à redução na capacidade de responder ao estresse através da homeostase, sendo assim o enfermeiro deve, desta forma, avaliar os clientes idosos quanto à presença de estressores e suas manifestações físicas emocionais.

Com o boom gerontológico menos de duas décadas atrás, a especialidade de enfermagem gerontológica vem ganhando importância. A discussão dos cuidados de pessoas idosas, entretanto, está complicada pela existência de uma grande variedade de termos usados de forma intercambiável para descrever esta especialidade relativamente nova. E a enfermagem gerontológica está preocupada com a avaliação da saúde e com o estado funcional dos idosos; diagnosticar, preservar e implementar os cuidados e serviços de saúde, para atender às necessidades identificadas e a avaliação da eficácia deste cuidado. Este é o termo mais freqüentemente usado pelos enfermeiros especializados neste campo, (POTTER & PERRY, 2004).

Observou que as pessoas idosas têm uma diminuição do funcionamento intelectual, o que inclui os componentes básicos do processo de informação e raciocínio, mas compensam com o aumento na inteligência cristalizada, conteúdo e elaboração contextual do raciocínio e do conhecimento. Além disso, uma significante diferença de aprendizagem para as pessoas idosas é o aumento necessário para adquirir o conhecimento ou habilidade de recobrar a informação da memória. Desta forma o enfermeiro que está educando os clientes deve fornecer mais esforço para transferir material de aprendizagem novo para uma memória de longo prazo, oferecer oportunidades para freqüentes ensaios do material aprendido recentemente e usar uma abordagem de acompanhar o ritmo do cliente, (POTTER & PERRY, 2004).

Em relação à sexualidade na terceira idade, existem muitos erros de concepção comuns com relação aos idosos e o sexo, os enfermeiros são muito suscetíveis aos mitos e ansiedades da sociedade para com a sexualidade das pessoas idosas. Imagina-se que a necessidade de expressar a sexualidade continua entre os idosos, mas devido às condições médicas de incapacidade, tratamento e as mudanças do envelhecimento normal, essa expressão pode ser difícil ou mesmo impossível. Além disso, a disponibilidade de parceiros, privacidade e arranjos de moradia são fatores que podem também alterar a atividade sexual. Os enfermeiros estão em uma posição ideal de avaliar os fatores acima e intervir para prevenir ou corrigir os problemas ou as preocupações sexuais, (POTTER & PERRY, 2004).

É importante para os enfermeiros avaliar suas atitudes com relação à velhice porque elas influenciam o cuidado de enfermagem, para prestar um cuidado eficaz, eles precisam apoiar atitudes positivas com relação à idade, pois as atitudes negativas podem resultar na redução do senso de segurança, adequação e bem-estar do cliente. Os clientes nas instituições de cuidado de longo prazo apresentam um desafio especial para os enfermeiros, esses clientes geralmente vêem a si mesmo como perdedoras, e podem ser vistos também assim pela sociedade (POTTER & PERRY, 2004), sendo assim o enfermeiro pode promover a independência e a auto-estima dos clientes que sentem que a vida não vale a pena ser vivida.

Conclusão

Convém lembrar que o idoso vivenciará a vida sexual que se permitiu na juventude e na maturidade. Se ela se entregou e usufruiu, saberá encontrar formas de satisfação na velhice. Desejos tão vitais como amor e sexo permanecem por toda a vida, o que muda é a consciência de como vivê-los. A sexualidade é também fonte de angústias e contradições: é para o homem desejar sem ter como concretizar seu desejo, e para a mulher, a quem a cultura muitas vezes interdita a própria possibilidade do desejo, chegar à velhice e não ser sequer desejada, (CARVALHO FILHO, 2006).

O impacto da disfunção erétil sobre o psiquismo tem motivado a utilização de um grande arsenal terapêutico, sempre levando-se em conta que o sucesso depende do apoio vital da parceira (o), da motivação, e de uma expectativa realista das possíveis soluções. Atualmente são utilizadas três opções de tratamento; aconselhamento psicológico, tratamento clínico e cirúrgico, (RODRIGUES, 2001).

Todos os idosos tanto saudáveis ou com disfunções sexuais, devem expressar sentimentos sexuais, envolvendo amor, calor, partilha e toque. Assim, o amor, o afeto, a intimidade e sexo são elementos de valor fundamental na organização da vida. São os sentimentos, os sonhos, que determinam a nossa idade, o que importa é se abrir à vida, seguir sendo um eterno explorador na busca da qualidade de vida.

O enfermeiro garante que o cuidado é direcionado para ajudar o cliente a manter a saúde sexual. Ela requer integração dos aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser sexual. As expressões da sexualidade do idoso podem servir para promover a comunicação com confiança, carinho, partilha e prazer. Tendo conhecimento sobre as suas mudanças físicas e as transformações das respostas sexuais é que o enfermeiro poderá ajudar o idoso a alcançar ou manter sua atividade sexual, sabendo que a principal patologia da velhice é a nossa idéia da velhice.

Referências Bibliográficas

1. Carvalho Filho, E. T. & Papaléo Netto, M. (2006). GERIATRIA fundamentos, clínica e terapêutica. 2ª ed. São Paulo, SP: Atheneu.

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3. Freitas, E. V.[et al] (2006). Tratado de Geriatria e Gerontologia.2ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan S.A.

4. R. M. & Cunha, U. G. (2004). Sinais e Sintomas em GERIATRIA. 2ª ed. São Paulo, SP: Atheneu.

5. Papaléo Netto, M; Brito, F. C. (2001). Urgências em Geriatria. São Paulo, SP: Atheneu.

6. Potter, A. P; Perry, G. A. (2004).Fundamentos de Enfermagem. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan S. A.

7. Rodrigues, N. [et al]. (2001). Urologia, Fundamentos para o Clínico. São Paulo, SP: Sarvier.


Autor: Denise da Silva Rego Pinto


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