Linguagem e Humanismo



Linguagem e Humanismo

 

Todo discurso de Heidegger elaborado em sua brief über den Humanismus se propõe a responder à seguinte questão levantada por Jean Beaufret: “Como dar novo sentido ao termo humanismo?” Para esse fim Heidegger começa sua argumentação trazendo à luz a compreensão da importância do pensar frente ao agir. A essência do agir é o consumar, que significa desdobrar o ser até a plenitude de sua essência. Entretanto, haja visto que o estabelecimento de conceitos, segundo Heidegger, mais atrapalha que ajuda na compreensão do ser, nos propomos a seguinte pergunta: “Acaso é mesmo necessário dar novo vigor ao termo humanismo ou seria melhor encontrarmos um meio de exercitar aquilo que nos torna verdadeiramente humanos?” Pelo pensar a linguagem abriga o ser e a essência do homem; tal essência é, justamente, ser homem. Dessa forma, a linguagem tornou-se o meio pelo qual se pode desvendar o ser até alcançar a plenitude de sua essência. Linguagem e humanismo tornaram-se, então, conceitos correlatos na construção de uma reflexão acerca do humano. É a linguagem que nos torna humanos, ao mesmo tempo em que é, também ela, que nos possibilita chegar à nossa essência de homens. Pela linguagem pode-se conhecer, mesmo que por acenos, o ser e a essência do homem. Por isso, antes de tentar atribuir novo vigor ou sentido ao termo humanismo torna-se mais eficiente buscar o meio pelo qual se pode encontrar o humano em nós. O pensar é capaz de tornar o homem humano, ao mesmo tempo em que é o principal elemento para qualificá-lo. A linguagem não é outra coisa senão expressão desse pensar. Assim, linguagem e humanismo se interligam na medida em que a linguagem é capaz de tornar Humano o humano.


Autor: José Reinaldo Felipe Martins Filho


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