A INFLUÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM



"Aprendemos quando interagimos com os outros e o mundo e depois, quando interiorizamos, quando nos voltamos para dentro, fazendo nossa própria síntese, nosso reencontro do mundo exterior com a nossa reelaboração pessoal".

(MORAN, 2000, p. 23).

A chegada do computador exige do professor um novo estilo de comportamento em sala de aula. Para Libâneo, (2007, p. 29), diante das realidades do mundo contemporâneo, o professor precisa adotar outra postura:

"Assumir o ensino como mediação: as mudanças de ensino verbalista, a transmissão de informações, a acumulação de conhecimentos, são deixados para trás, onde dar-se lugar para a aprendizagem ativa do aluno com ajuda pedagógica do professor. O aluno passa a ser o foco central, onde o professor é apenas um mediador e há uma relação ativa do aluno com a matéria."

Sendo assim, se faz preciso modificar a idéia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma escola e uma prática interdisciplinares. Os conteúdos colocados de forma pluridisciplinares deixam as disciplinas justapostas e isoladas. Numa prática interdisciplinar há relação entre uma disciplina com duas ou mais disciplinas.

Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender. O processo de ensinar a pensar requer dos professores habilidades de pensamento para prover os meios da auto-sócioconstrução do conhecimento dos alunos.

Deve-se persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos a se habituarem a incorporar e apreender as realidades enfocadas nos conteúdos escolares de forma crítico-reflexiva. Os conteúdos precisam ser contextualizados de maneira que haja uma inter-relação com a prática humana.

O trabalho de sala de aula deve ser entendido como um processo comunicacional e deve-se desenvolver a capacidade comunicativa. O professor precisa se aprofundar nas técnicas de comunicação, entre eles o domínio da linguagem informacional.

Reconhecer o impacto das tecnologias da comunicação e informação na sala de aula (televisão, vídeo, games, computador, Internet, CDROM, etc.). O professor e o livro didático hoje não são as únicas fontes de conhecimento, as tecnologias da informação estão cada vez mais presentes na educação e na vida cotidiana.

Deve-se ter o cuidado de atender à diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola e da sala de aula. Promover, efetivamente, a igualdade de condições e oportunidades de escolarização a todos, significa atuar com todos os alunos da mesma maneira.

Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do processo de formação permanente. O professor precisa colocar sua auto-formação, como requisito principal, para usar as novas tecnologias que virão.

No exercício da docência a dimensão afetiva deve estar integrada. O professor precisa situar-se no contexto físico, social e cultural do aluno. Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, e a si próprio. O professor ajuda os alunos nos problemas morais, de justiça, de luta pela vida, a solidariedade, a democracia, a conviver com diferenças, a ter direito a felicidade e auto-realização.

Mercado (1992, p. 100), considera que durante o processo de formação do professor e ao final ele precisa incorporar na sua metodologia:

Valorizar a prática pedagógica docente como fonte de reflexões, de pesquisa e de conhecimento; desenvolver conhecimentos, usando e valorizando os recursos tecnológicos nas atividades educacionais; realizar formação continuada em serviço, na escola, abrindo espaços para que professores troquem experiências, desenvolvam atividades em equipe, valorizando o intercâmbio, aprendizagem como todos os membros do grupo; desenvolver a reflexão crítica e elaboração de pensamento autônomo, através da troca de experiências com seus pares, permitindo a produção de conhecimentos novos e a partilha desses saberes com todo o grupo; apropriar-se das novas tecnologias como ferramenta e não como algo imposto externamente, enfatizando-se atitudes pedagógicas de inovação e interação nas equipes interdisciplinares.

Ou seja, o professor necessita, para atender as exigências educacionais atuais, de buscar sempre estar atualizado, valorizando a pesquisa contínua como forma de auto-capacitação, tendo como ferramenta os recursos tecnológicos, entre outros.

Segundo Sampaio (1999, p.75), o professor precisa se alfabetizar tecnologicamente:

...a alfabetização tecnológica do professor como um conceito que envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo.

O processo educativo passa por uma mudança de postura do professor. Um processo de aprendizagem ativo precisa contar com a capacidade do professor. Capacidade em três dimensões relacionadas entre si: capacidade no que tange ao conteúdo específico (física, matemática, história, biologia, sociologia, ética, etc.) pelo qual é responsável; capacidade em criar relações transdisciplinares (multi, pluri ou, ainda, interdisciplinares) e capacidade em inventar, em permanente negociação com o grupo de alunos, ações apropriadas para que o aluno construa seu processo de aprendizagem.

Para Valente (2001, p.27):

A formação do professor deve prover condições para que ele construa conhecimento sobre técnicas computacionais, entenda por que o como integrar o computador na sua prática pedagógica e seja capaz de superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica. Essa prática possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo e voltada para a resolução de problemas específicos do interesse do aluno.

Ainda neste contexto Valente (2001, p.27), comenta:

...deve-se criar condições para que o professor saiba recontextualizar o aprendizado e a experiência vividos durante a sua formação para sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir.

Sendo assim, para o desenvolvimento de competências o professor deve estar preparado: estando aberto a aprender a aprender; atualizando a partir de temas emergentes no contexto e de interesse dos alunos; promovendo o desenvolvimento de projetos cooperativos; assumindo atitude de investigador do conhecimento e da aprendizagem do aluno; propiciando a reflexão, a depuração e o pensar sobre o pensar; dominando recursos computacionais; identificando as potencialidades de aplicação desses recursos na prática pedagógica; desenvolvendo um processo de reflexão na prática e sobre a prática, reelaborando continuamente teorias que orientem sua atitude de mediação.

Concluindo é importante ressaltar, que todo processo educativo deve ser pensado na formação do aluno, no entanto o educador é peça fundamental desse processo, para tanto precisa se apossar das novas novidades tecnológicas da informação e da comunicação e jamais deixar de lado os recursos disponíveis. Cada instrumento a ser utilizado nas aulas, como um vídeo, por exemplo, deve durar o tempo suficiente para não cansar ou desgastar os alunos e sim tornar as aulas mais atrativas e interessantes. Esse é o papel das TICs, proporcionar aulas atrativas em que os alunos passem a ser protagonistas do seu próprio conhecimento, construindo seu próprio saber e a atuação do professor é de mediar esta construção e que para fazer bem necessita buscar se apoderar destas possibilidades.


Autor: Arlindo Batista de Santana Filho


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