Escrever – Uma Arte Que Mescla Criatividade, Conhecimento E Senso Crítico, Ou Uma Tarefa árdua Que Mescla Medo, Antipatia E Esforço Vão?



Escrever – uma arte, inegavelmente – é, nos dias atuais, o que foi a oratória, a eloqüência falada.

Hoje, mais do que em qualquer outra época, todas as forças novas do espírito humano se concentram ou se diluem nessa arte. Todos procuram conhecer e praticá-la. Tentam, de vários meios, buscá-la de acordo com as próprias necessidades profissionais de momento ou conforme as sonhadas realizações pessoais.

Nessa busca, o aluno – principalmente o aluno – acha-se desesperado. Desesperado para escrever, como infelizmente ele próprio reconhece, e as provas confirmam vê-se incapaz. Sente-se imaturo e desprovido de condições, para pôr no papel suas próprias idéias, poucas ou muitas. Idéias clássicas, científicas, modernistas e/ou ultrapassadas nunca tiveram ou sofreram impulso suficiente para tomar forma de escrita...

Falta ao nosso estudante, com raríssimas exceções, prática de escrever. Prática que conduz ao hábito de redigir. Dessa falta de prática advém a dificuldade; dessa dificuldade o desinteresse; do desinteresse, o desencorajamento... Mil e uma evasivas são dadas! Verdadeiras desculpas, tão peculiares aos que “nada querem com a redação, aos que não querem produzir textos”.

Formou-se então uma barreira, o aluno tornou-se um incapaz, ou melhor, fez-se incapaz para redigir... Encontra sérias dificuldades até para começar uma singela redação escolar.

São culpados esses alunos? São inocentes? Vítimas talvez de “fórmulas seguidas por todos?”

Realmente, redigir algo requer criatividade, conhecimento e senso crítico. E, por acaso esses requisitos não são comuns aos nossos alunos? Claro que sim. Seus diretores e mestres não se cansam de mostrar às autoridades do ensino, principalmente através dos veículos de comunicação, as vitórias de seus discípulos no campo cientifico e tecnológico, as conquistas de troféus e medalhas, as aprovações nos concursos e vestibulares, suas reivindicações na luta pelos direitos. E esses mesmos alunos dizem não saberem produzir textos.

É medo de enfrentar o papel! É antipatia pela escrita! Formou-se uma índole adversa a arte? Exige esforço demais? Escrever é um trabalho demasiado grande! Assim afirmam os alunos.

Uma das causas desse círculo vicioso reside no vocabulário, os termos que formam o universo vocabular atual de muitos estudantes nada dizem e tudo dizem. Esse vocabulário restrito, e só os iniciados nele é que conseguem compreender, parece ter suas raízes no abandono completo da leitura, isto é, dos livros, e conseqüentemente, da ortografia, da síntese, da morfologia.

Sabe-se que o limite de vocabulário passa a limitar também o pensamento do homem. Como também é verdade que jamais se poderá separar o pensar do expressar. Um fato é importante: a dificuldade que esses alunos encontram para se expressar significa empobrecimento do seu vocabulário. É necessário, e isso se repete a muitos e muitos anos, que leiam, que conheçam os bons escritores. E que dêem o primeiro passo para a conquista dessa arte.

Para isso eis alguns conselhos:

  • é indispensável o trabalho assíduo e paciente, constante e ativo da leitura;
  • o ato de interpretar, com criticidade, as notícias, os fatos e tudo que nos rodeia é primordial;
  • procurar escrever corretamente é uma postura tanto profissional quanto pessoal;
  • ter em mente que a produção de um texto é sempre um processo de comunicação que ficará registrado;
  • não desanimar nunca diante das lacunas, deixe a imaginação articulada com o conhecimento fluir;
  • e por fim, escrever, escrever, escrever, escrever......

Praticar é importante. É praticando que se consegue boas produções textuais, se consegue tomar as rédeas de sua potencialidade criadora e de suas eventuais deficiências na associação das idéias, no agrupamento das mesmas ou no equilíbrio de suas seqüências. É só enfrentando que se vence o medo, é só conhecendo os porquês que se passa a simpatizar, é só valorizando, que o esforço se torna gratificante.

E qual é a sua opinião, escrever é uma arte que mescla, criatividade, conhecimento e senso crítico, ou uma tarefa árdua que mescla medo, antipatia e esforço vão?

Autor: Paula Patrícia Santos Oliveira


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