Julgamento Público
132 - JULGAMENTO PÚBLICO
Em Colônia, Alemanha, os estudantes dão notas, através de um site na internet, aos professores da escola que freqüentam.
E por que não?
Os postulados, em meu entender, são:
1) Qualquer trabalho implica em responsabilidade diante da sociedade.
A sociedade interessada pode e deve julgar a qualidade do trabalho recebido.
2) “Julgadores” interdependentes; como colegas, amigos ou concorrentes, criam uma rede de corporativismo indesejável e danoso.
3) O professor presta um serviço. Seus clientes são seus alunos. Devem ser ouvidos. Só eles podem dizer se receberam o tratamento e as atenções pelas quais pagam.
4) As notas referem-se à sociabilidade, comunicação, capacidade de transmitir a
matéria, assiduidade; vão de um (excelente) a seis (péssimo) e a “suficiência”
acaba na nota quatro.
Elas não influem nas atitudes da direção. Mas são um alerta.
5) Este “julgamento” público pode evitar muitos abusos:
- mestres universitários que nunca aparecem e são substituídos por alunos que
ministram as aulas, terão que justificar na internet, de público, suas faltas, quando não justificadas;
- professores que submetem a classe aos seus caprichos, ao seu mau humor, vão
receber o troco;
- professores que possuem grandes conhecimentos, mas não sabem transmiti-los
aos alunos, vão pelo menos, se conscientizar dessa falha;
- pessoas que jogam fora o tempo e o dinheiro da escola, por simples preguiça, vão ser mostradas como realmente são.
- professores capazes, comunicativos, honestos e esforçados, vão receber a nota
de apreço e admiração que merecem.
6) Jovens são uma matéria prima preciosa e sensível.
Podem estragar com extrema facilidade.
O professor é muito mais que um semeador; plasma o caráter.
O mau professor é perigoso para a sociedade do futuro. Deve ser descoberto logo.
7) O direito de julgar publicamente torna os próprios alunos mais responsáveis e
conscientes.
Deveríamos espalhar isso. Não só nas escolas, mas em todos os setores da vida pública.
Só não temos o direito de julgar o indivíduo dentro de seu íntimo, naquilo que não prejudique a si mesmo e à sociedade.
O resto, que nos afeta, deve ser julgado publicamente, sim.
Todos temos muito a ganhar com isso.
Autor: Romano Dazzi
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