O CRISTIANISMO DOS HOMENS OU O CRISTIANISMO DO CRISTO?





            Existe um grupo de pessoas que querem dar explicação sobre a não existência de D’us citando as inúmeras passagens, na sua maioria no A.T., da crueldade divina diante dos homens. Exércitos e populações massacradas, sacrifícios, dilúvio, etc. Ainda têm aqueles que, com base histórica faz uma soma de grandes números de mortes em nome de D’us e em favor de determinados grupos religiosos.

 

            Creio que seja importante salientar que há muitas diferenças entre o cristianismo dos homens e o cristianismo de Cristo. Enquanto o primeiro escraviza (quer seja por alienação ou não) e é utilizado para condução de uma massa, o segundo é uma doutrina libertaria que visa o aprimoramento espiritual do homem através da moldagem de uma nobreza de caráter, galgada em uma ética universal.

 

            O que importa não é a comprovação científica da existência ou não de um D’us ou mesmo Jesus, Maomé, Buda e todos os demais que por aqui passaram durante os séculos de existência do homem na Terra (afinal de contas acreditar somente naquilo que se pode comprovar cientificamente é de uma irracionalidade extrema). Na realidade, o caminho para a busca da verdade é o que importa, é o cerne da mensagem que tem que ser compreendida.

 

            A compreensão do caminho que pode nos levar a salvação espiritual (nossa elevação) só pode ser alcançada com a intuição, qualquer outra tentativa da busca desse caminho pelas sensações, percepções e pensamentos, com certeza nos conduzirá ao engano, ao equívoco quanto a nossa razão de existir.

 

            A intuição de que falo é o discernimento provindo do espírito (para os ‘racionalistas’ extremistas, de nossa energia vital, para os crentes fervorosos, o Espírito Santo).

 

            É certo que a religião (do latim religare – religação com D’us) da forma como conhecemos, foi uma decisão tomada por um grupo de pessoas no passado diante de uma situação na qual acabou tomando outros rumos, tudo por conta da sede natural pela dominação e a riqueza material. Mas nos dias atuais, em plena era da informação (quando o espaço para argumentações e teorias sem reflexão e aprofundamento é diminuto), ser extremista em posicionamentos, inclusive religioso, é ser tão inconsequente como também estúpido.

 

            Quero chamar a atenção do amigo leitor para reprocessar suas idéias sobre o sagrado, e sobre sí mesmo, sobre o mundo ao qual vivemos, e a necessidade de uma renúncia total a nossa capacidade intuitiva para a busca de nossa verdadeira essência.

 

            É chegada a hora de uma doutrina religiosa libertária. O homem não precisa de intermediários para se encontrar com o sagrado, basta que comece um exercício de reflexão sobre sí mesmo, seguindo o estava escrito no portal do templo de Delfos: Conheça a sí próprio.

 

            A partir daí, por meio de uma introspecção, tudo começará a ficar mais claro e, com certeza, o vazio que atormenta o homem contemporâneo será plenamente preenchido.
Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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