A INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO



A INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO

PARA FAVORECIMENTO DA APRENDIZAGEM

 

 

Andresa de Sena Silva

Glauber Vinicius Santos de Oliveira

Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior

- Faculdade Fase -

 

 

RESUMO

 

As instituições de ensino vivem um momento em que a disseminação do computador no processo educativo atingiu larga escala, mas o impacto das mudanças que ele pode provocar ainda não ocorreu, embora existam modalidades de uso cujos ambientes de aprendizagem informatizados podem contribuir para transformações.  Uma das formas é o emprego do computador como ferramenta educacional, com a qual o aluno resolve problemas significativos. Isso pode ocorrer, por exemplo, através do uso de aplicativos como editores de textos, planilhas eletrônicas, editores de apresentações, jogos interativos e outros aplicativos correlatos que favoreçam a aprendizagem ativa, isto é, que propicie o desenvolvimento do aluno a partir de suas próprias ações. Nessa abordagem o computador não é o detentor do conhecimento, mas um facilitador de sua construção, sendo utilizado como ferramenta que permite ao aluno o desenvolvimento.

 

Palavras chaves: Aprendizagem, Tecnologia, Metodologia, Pesquisa.

 

1-   INTRODUÇÃO

 

Nos últimos anos, nota-se uma tendência nos debates sobre as novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC’s) aplicadas à educação, onde se têm fomentado discussões e reflexões sobre o seu uso nas instituições de ensino, as análises apontam para a necessidade da sua utilização porque estão diretamente ligadas aos habitus dos envolvidos para o favorecimento do conhecimento. Apesar de alguns construtivistas apresentarem razões diferentes para a introdução das NTIC’s na educação, existem concepções consolidadas em amplas experiências pedagógicas que comprovam que as NTIC’s favorecem a construção das representações internas do conhecimento, e no processo de aprendizagem comunicacional contribuindo para o benefício combinatório no comportamento, conforme Vigotski (1994) na ativação da zona de desenvolvimento proximal.

 

Assim, acredita-se que com a inserção das NTIC’s como recurso didático para a criação de um ambiente acolhedor e interativo, além das oportunidades de buscar as soluções mais adequadas para as situações de dificuldades no aprendizado, para que os educandos possam ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, etc.

 

Nessa perspectiva, as NTIC’s e a mediação do professor poderão propiciar espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento educacional.

 

Ante as tecnologias inovadoras da informática e da internet a instituição de ensino é muitas vezes considerada ultrapassada. Uma das dificuldades dos novos processos tecnológicos é identificar a essência do novo. É fundamental reconhecer o que há de singular na inovação, esta deve associar-se ao processo educativo, pois não são excludentes, mas sim associativas.

 

Como referencial teórico, a pesquisa partiu dos estudos realizados no âmbito das teorias, por autores como: P. Levy (1993), Castro (1988), Júnior (1997), Gil (1991), Lakatos (1995), Roesch (1999), Severino (2000) e Almeida (2000), Valente (2003), Pimenta (2002), Oliveira (2001), Martino (2003), Aristóteles (1983), Nietzsch (1983). Esses autores teorizaram com o intuito de entender como os procedimentos informáticos influenciam a geração de conhecimento

 

Nos dias atuais, não há como viver alheio à utilização da informática. Os processos de informação e informatização estão cada vez mais presentes em todas as atividades humanas, por isso a informática deve ser utilizada cada vez mais no processo educativo, pois além de uma excelente ferramenta educacional e um instrumento mediador da construção do conhecimento, é uma tecnologia indispensável para o desenvolvimento das atividades humanas no século 21.

 

  • Problema: É possível a informática ser utilizada como instrumento de favorecimento da aprendizagem?

 

  • Questão Norteadora: A utilização da informática como instrumento facilitador da aprendizagem relacionada às novas competências educacionais, favorece a superação das resistências do uso das novas tecnologias.

 

  • Objetivo: Reconhecer as novas tecnologias como recurso desencadeador de novas estratégias de aprendizagem e sua capacidade de contribuição para o processo de construção do conhecimento.

 

2-   DESENVOLVIMENTOO

 

Buscou-se a análise de até que ponto a tecnologia aplicada à educação pode transformar a aprendizagem e, principalmente, a relação com o mundo, entre as pessoas. As experiências relatadas mostram o potencial do instrumento computacional para a elaboração de atividades, que permitam ao aluno passar por um processo exploratório de construção do conhecimento.

 

Para tanto, o professor deve vivenciar experiências que contextualizam o conhecimento que ele constrói durante sua formação na realidade de sala de aula e de ambiente de trabalho. (VALENTE, 2003:35).

 

Alcino Júnior em seus estudos comprova que a informatização, vem trazendo importantes contribuições para a Educação, vem ampliando consideravelmente os recursos típicos de uma sala de aula ao permitir acesso a recursos disponíveis em outras partes do mundo a alunos e professores.

 

Os usuários de informática com acesso a Internet conseguem trazer informações, dados, imagens e até software de lugares inacessíveis por outros meios, para dentro da sala de aula quase que instantaneamente. Esse é um dos paradigmas enfrentados pelos docentes na prática da aprendizagem, segundo Valente (2003) Idéias sobre como utilizar a informática em atividades pedagógicas. Isso implica em dois tipos de conhecimentos. Um sobre como a informática pode ser usada com os alunos na elaboração de projetos envolvendo conceitos disciplinares. Outro, sobre como interagir com o aluno e orientá-lo no desenvolvimento de projetos que tenham sentido para ele.  

 

De outro, a área especifica (educação e tecnologia) torna mais complexo o atendimento essa expectativa, não apenas por ser nova, por estar em processo de configuração, mas por compreender território difícil de delimitar, caracterizado por muitos deslocamentos e centro e margens, relacionados à objetivação das tecnologias e da sua incorporação educacional, bem como aos aspectos de lugares e de fluxos envolvidos (OLIVEIRA, 2001).

 

O acesso a estes recursos pode auxiliar projetos individuais e de grupo além de facilitar a colaboração e a troca de idéias a grandes distâncias. Nesse ambiente, é necessário valorizar a importância da postura assumida pelo professor, pois este tem papel importantíssimo a partir do instante em que vai ser responsável a todo o momento por desafiar, desorganizar, mediar relações e fornecer todo o tipo de recursos disponíveis (inclusive a si próprio) que atenda a aquelas necessidades.

 

Assim como afirma Nóvoa (1992) o professor pesquisador e o reflexivo no fundo, correspondem a correntes diferentes para dizerem a mesma coisa, o primeiro é aquele que pesquisa ou reflete sobre sua prática, o segundo é o complemento do pesquisador, é impossível imaginar uma profissão docente em que estas práticas não tenham existido.

Partindo do conceito de que a pesquisa “pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.” (LAKATOS, 1995:43).

 

A condição básica (mas não suficiente) de qualquer processo de socialização é a existência de um contato entre o indivíduo e as múltiplas mensagens que a sua posição social permite observar. (MARTINO, 2003).

 

Dentre os tipos de abordagens será utilizada a qualitativa, visto que ela é bastante apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos.

 

“Podemos considerá-la como um paradigma diferente de pesquisa, como é o caso da pesquisa-ação, é uma alternativa metodológica de pesquisa que pode ser apropriada para qualquer dos tipos de projetos.” (ROESCH, 1999:155).

 

O presente projeto adotará o tipo de pesquisa bibliográfica, sendo ela aqui entendida como um “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas propostos”. (GIL, 1996:19).

 

A pesquisa é desenvolvida mediante o curso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos, desenvolvem-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.

 

Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.” (GIL, 1999:65).

 

A presença dos elementos tecnológicos digitais vem promovendo um “dilúvio de dados” que a cada dia cresce de forma desordenada, exigindo meios diferenciados para gerir essas informações em diversas áreas do conhecimento.

 

“Ninguém pode ouvir coisas, inclusive nos livros, mais do que já sabe. Para aquilo a que não se tem acesso por vivência, não se tem ouvidos” ( Nietzsche, 1983).

 

Segundo Martino (2003) “todo texto é hibrido ou heterogêneo quanto à sua enunciação, no sentido de que ele é sempre um tecido de vozes ou criações, cuja autoria fica marcada ou não, vindas de outros textos preexistentes, contemporâneos ou do passado”. Da mesma forma acontece com a construção do conhecimento que por meios diversificados não estão hierarquicamente definidos podendo causar dialéticas por parte do usuário. 

 

A compreensão é um dos elementos constitutivos do processo de construir conhecimento e tem sua validade na inter-relação com as explicações teórica e historicamente sustentadas. Trata-se, pois de não substituir a pratica social, como critério de verdade da ciência e da pesquisa, pela pratica individual, como critério de verdade (PIMENTA, 2001).

 

Meios que permitem a recuperação distribuída de objetos digitais – textos completos, imagens em movimento, som, etc. – estabelecendo como palavra de ordem a publicação na Internet e a interoperabilidade entre fontes de informação heterogêneas e globalmente distribuídas.

 

Assim, os condicionamentos associados a uma classe particular de condições de existência produzem o habitus, sistema de disposições duráveis, estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é enquanto princípios geradores e organizadores de práticas e de representações que podem ser objetivamente adaptadas a seus fins sem supor o alcance consciente desses fins e o domínio expresso das operações necessárias para alcançá-los. (MARTINO, 2003).

 

Outro parâmetro a ser abordado é a linguagem e a forma de abordagem do aluno para que a mesma não se torne uma barreira para com a compreensão e aprendizagem do seu receptor conforme a linguagem, para Aristóteles (1983), é tanto meio quanto fim para a compreensão do mundo e para a aproximação entre o ente e a verdade, aproximando-se, nesse sentido, da concepção da linguagem como uma forma privilegiada de tornar o mundo perceptível.

 

Mesmo a mais complexa e elaborada argumentação não pode ser aplicada sem o conhecimento do caráter e dos costumes de um auditório, sob pena de todo o edifício intelectual de uma determinada exposição ruir sob a ambivalência possível de interpretações em uma audiência desconhecida e, portanto, potencialmente composta de indivíduos refratários ao discurso. (MARTINO, 2003).

 

A tecnologia da informação tornou-se uma plataforma de instrumentalização para se adquirir conhecimentos diversificados, com o objetivo de informar sem se preocupar com os parâmetros individuais pré-existentes.

 

3-   CONCLUSÃO

 

Se tratando do caminho metodológico a ser percorrido neste projeto, de forma que venha mensurar coerentemente a técnica aplicada ao mesmo, será utilizada como base a pesquisa bibliográfica tendo em vista que a mesma é “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

 

Optar pelo que mais de perto toca o objeto de nossa tese, o aconselhável. Fazê-lo dentro das inúmeras limitações que um quadro introdutório impõe o possível. Foi o que fizemos. O sujeito pesquisador é visto, na melhor das hipóteses, como um mal necessário cuja influência precisa ser controlada.

 

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

 

ALMEIDA, Maria Elizabeth – Informática e Formação de Professores, Volume I - Ministério da Educação – Secretaria de Educação a Distancia, Brasília: 2000.

 

ARISTOTELES. Tópicos dos argumentos sofísticos. Editora Victor Civita, 1983. 

 

CASTRO, Cláudio de Moura, O computador na escola: como levar o computador à escola. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1988.

 

GIL, Antônio Carlos; Como Elaborar Projetos de Pesquisa; 3ºed.; São Paulo: Atlas: 1991.

 

JÚNIOR, Alcino Dall I. Informática na Educação X Educação em Informática, artigo do NIED da UFAL, Alagoas,1997.

 

LAKATOS, Eva Maria; Marconi, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico, 4º ed., Atlas: 1995.

 

LEVY, P. (1993). As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34.

 

MARTINO, Luís S. Mauro. O Habitus na Comunicação. Editora Paulus, 2003.

 

NIETZSCHE, Friedrich. Obras Incompletas. Editora Victor Civita, 1983. 

 

NÓVOA, Antonio. O Professor Pesquisador e Reflexivo. Lisboa: Dom Quixote, 1992. Disponível em: <HTTP://www.tvebrasil.com.br/SALTO/>. 11/07/2009, 14:15:36h. 

 

PIMENTA, Selma Garrido. Docência no Ensino Superior. São Paulo: Cortez, 2002.

 

ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projeto de Estágio e de Pesquisa em Administração; 2º Ed., Atlas: 1999.

 

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico; 21º Ed. ; Cortez: 2000.

 

OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didático-pedagógicas. Revista Brasileira de Educação, Campinas: Autores Associados: Rio de Janeiro: ANPEd, n 18, p. 101-107, set./ dez. 2001.

 

VALENTE, José Armando. Educação a distância via internet. Ed. Avercamp, São Paulo, 2003.

 

VIGOSTKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

 


Autor: Andresa Sena


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