INSERÇÃO DE FEIRA DE SANTANA NA REGIÃO ECONÔMICA DO PARAGUAÇÚ



A cidade de Feira está hierarquizada de maneira urbana, sendo reflexos  do resultado do papel de grandes centros, mais divididos em pequenas unidades centrais denominados núcleos. As divisões regionais e as medidas realizadas pelo governo do estado, com metas dinâmicas  das atividades econômicas em diversas áreas do estado, não cumpriram com o dever de dar mais atenção aos centros urbanos dinâmicos, com realização de políticas centralizadas do governo do estado e no desenvolvimento que define os objetivos e prioridades de planejamento regional, enfatizando os grandes centros urbanos e as regiões.

A divisão territorial vigente do município de Feira de Santana é constituída por sete distritos  que fica afastado do centro da cidade a uma distância considerada,  sendo estes Bonfim de Feira, Humildes, Gov. João Durval Carneiro, Jaguara, Jaíba, Maria Quitéria e Tiquaruçu, abrangendo uma área de 1.338 Km2 . Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, Feira de Santana possui a segunda maior população do estado com aproximadamente 481 mil habitantes. A cidade dispõe de uma boa infra-estrutura e estar localizada a 110 Km da Região Metropolitana de Salvador, facilitando o escoamento da produção, transformando-a num grande pólo estratégico da região. Sendo considerada como o segundo maior centro urbano da Bahia e importante núcleo comercial da intra-regional, Feira é constituída por um grande mercado que transede sua dimensão territorial, traduzindo assim, uma magnitude do setor terciário local que abrangendo toda a região.  De acordo com IBGE do mesmo período, Feira ocupava a 71ª posição entre os municípios do país, quanto ao valor adicionado bruto a preços básicos dos serviços nacionais, com participação de 0,18%, percentual este que corresponde a R$ 1,14 bilhão. Salvador ocupa  a 7ª posição, com participação de 1,28% no ranck nacional .

A região econômica do Paraguaçu, apresenta um grande desequilíbrio regional. No entanto, a sociedade civil define os objetivos e dar ênfase ao desenvolvimento da região. Já o processo de urbanização no mundo, está fazendo nascer nas grandes cidades diversas exclusões sociais, onde pode ser vistas nos centros urbanos a situação de miséria em que vive a população desprivilegiada e descriminada por uma pequena massa de privilegiados ou oportunistas que só querem explorá-las, dando os piores empregos em troca de um misero salário que não dar para quitar as despesas no final do mês. É de fundamental importância, que se realize uma parceria entre a sociedade civil e os órgãos públicos do governo, mas, coordenados por ações locais, estas devem ser feita entre várias cidades de uma mesma região. Estas desigualdades econômicas e sociais, são de interesse principalmente dos empresários e da sociedade civil organizada, e não apenas problemas exclusivos da União, dos Estados e dos Municípios.

A vocação comercial da cidade de Feira de Santana ganhou força nos anos 50, com a construção e implantação de várias BRs, por está situada estrategicamente e por possui o maior entroncamento rodoviário do Norte/Nordeste, isto lhe dar uma grande vantagem competitiva em relação a outras cidades do interior do estado e do Brasil.

Já a indústria surgiu no final do século XIX, como atividade marginal à pecuária e as manufaturas artesanais, o beneficiamento fumo e peles de animais, devido ao fácil acesso as matérias-primas e os incentivos ficais, além da infra-estrutura social e econômica que o município dispõem. Isto, foi de fundamental importância, para incentivar a implantação do Centro Industrial do Subaé (CIS), em 1969, posicionando em terceiro lugar em áreas de concentração industrial da Bahia. No mesmo ano, a urbanização de Feira de Santana foi acelerada com a criação do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI).

Nas décadas de 70 e 80, houve um crescimento da economia de Feira graças à expansão do setor do comércio, isso, só foi possível por causa  da expansão do capital do parque industrial, localizado no eixo metropolitano de Salvador. Proporcionando diversificação da economia da região de Feira de Santana, conseqüentemente houve uma expansão considerável do setor de serviços, transformando o município em um pólo de atrações de capitais. Nós anos 80, o comércio foi impulsionado pela economia, aliada à industrialização, dando ênfase ao desenvolvimento local. Com dinamização do mercado de trabalho, houve demanda por mão-de-obra qualificada, por educação superior para atender o mercado em plena expansão.

Feira de Santana apresentou um aumento na densidade demográfica nas décadas de 70 e 80, passando 139,35 hab./Km2   para 216,89 hab./Km2   . Com isto, a população feirense registrou um crescimento de aproximadamente 55,64%, este aumento populacional foi acompanhado pela elevação do grau de urbanização, passando de 70,32% para 80,14%. Sendo que a partir de 1970, ocorreu uma intensificação no processo de industrialização e do crescimento do setor de serviços.

A idade da população ativa (PIA), é um fator de suma importância para que o indivíduo esteja inserido no mercado de trabalho. O município de Feira de Santana é constituído por 22% de jovens com faixa etária de 19 anos, já a população com 60 anos ou mais, é constituída  apenas por 7% de idosos. Esta observação é de fundamental importância para caracterizar o perfil do mercado de trabalho, porém, o mercado de trabalho constituído na sua maioria por jovens, sofreu freqüentes pressões por ofertar muita mão-de-obra, sem demanda corresponde, conseqüentemente,houve um crescimento considerável na taxa de desemprego, colaborando para o elevado nível da desigualdade social.

 A população feirense encontra-se distribuída proporcionalmente entre homens e mulheres, com percentuais maiores para as mulheres, representando 52,25% da PIA do município. No entanto, não se verifica o mesmo em relação à distribuição da PIA nos domicílios. Mas, a PIA rural é reduzida em cerca de 32% da PIA rural que têm até 19 anos, alcançando assim, maiores percentuais entre os mais jovens.

Entre 1991 e 1994, houve o desaquecimento da economia feirense, por causa do ajuste produtivo da economia estadual e nacional. Além disso, outros fatores foram determinantes para o desaquecimento da economia do município, como o fim dos incentivos fiscais que beneficiava as indústrias localizadas no Centro Industrial do Subaé (CIS), à incerteza macroeconômica, o aumento da inflação aliada à falta de uma política industrial e regional séria. Conseqüentemente houve a paralisação e o fechamento de diversas unidades produtiva no CIS. Apesar de todos os transtorno em que viveu o Parque  Industrial do Subaé, Feira de Santana continua sendo uma cidade comercial. Mas, isto, só foi possível, graças ao grande fluxo de cargas que transitam pelo entroncamento rodoviário com destino à região de Salvador, Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil. Apesar do crescimento da infra-estrutura de armazenamento e da portuária da capital baiana, o município de feirense ocupa a posição de grande centro urbano localizada na beira das rodovias BRs 101, BRs,116 e BRs 324.

Feira de Santana é reconhecida nacionalmente por sua vocação comerciais. Não deixando de observar os problemas sociais decorrentes do crescimento exagerado da urbanização, das novas relações de trabalho, da produção  e da crise econômica decorrentes dos anos 90. Pois a geração de emprego ofertada pelas industrias não foi suficiente para atender à demanda, com isso, houve um aumento no nível da baixa qualidade do mercado de trabalho, fator determinante para elevar o nível da desigualdade social.

O resultado censitário de 2000, verificou que a estrutura etária do município de Feira de Santana é igual ao do estado da Bahia. Para toda a região, 29% da PIA é formada por jovens com menos de 20 anos, e apenas 10% ultrapassaram os 60 anos de idade. Há também uma distribuição similar ao do estado, sendo que 30% da população tem idade de até 19 anos, é constituída por mulheres e homens. No entanto, 51% da PIA é composta por mulheres.

 Como afirma a PIA, localizada em domicílio diverge entre o estado da Bahia e a cidade de Feira de Santana. Porém, nota-se que a distribuição da PIA é a mesma para a zona rural, mesmo que a zona rural seja bem menor. Por outro lado, nota-se que a PIA rural do estado da Bahia é superior se comparado ao da zona rural de Feira. Com isto, conclui-se, que o êxodo rural-urbano é mais elevado no município em relação a todo o estado. Observando também, que em percentuais, a população na área rural é representada por 32% da PIA à Bahia, enquanto que no município é representado por 10%. E o grau de alfabetização da PIA aumento, no período de 1991 a 2000, tanto para o estado como para o município. Isto que dizer, que o índice de alfabetização atingiu o patamar de 88% na Cidade de Feira de Santana, já em Salvador, o percentual é de 20%. No entanto, pode-se verificar que a população está se educando mais nos municípios do que na capital.

No período de 1999 a 2003, houve um crescimento da atividade econômica de Feira de Santana. De acordo com os resultados apresentados pelo PIB municipal, verificou-se que a participação do Setor de Serviços ficou em primeiro lugar em 2003, com participação de aproximadamente 60% do Produto Interno Bruto municipal, sem segundo lugar ficou o Setor Industrial que vem aumento sua produção em passos largos, o terceiro lugar foi atribuído ao Setor Agropecuário que obteve apenas 4% da sua atividade produtiva. Apesar da pequena participação do Setor Agropecuário de 1996, o município teve na pecuária extensiva a ocupação de cerca de ¾ do total das terras produtivas. Já as lavouras utilizaram 14,48% dessas terras, sendo ocupada pelas lavouras temporárias quase três vezes maior do que as permanentes, em termos de valor da produção, que obteve uma participação de 74,73% no valor total, enquanto que a pecuária atingiu apenas 8,89%. Sendo que a produção mista foi representada por 13,99%, tendo a horticultura e a produção de viveiros  de plantas 0,42%, silvicultura e exploração florestal 0,07% do valor da produção.

Na década de 90, a lavoura temporária teve uma área colhida de aproximadamente 13 milha. Já em 2000, a área total colhida foi de 13.450 hectares. Em 2001, houve um decréscimo na produção agrícola, com apenas (8.635 há) de área colhida, porém, em 2002 o município avançou mais de 15 mil ha, atingindo o índice de (20.566ha) de  área colhida. Obtendo um crescimento de mais de 70 mil hectares em três anos. Em 2003, as culturas temporárias como, abacaxi,  amendoim, batata-doce, cana-de-açúcar, feijão, fumo, mandioca, milho e tomate, destacaram-se em termos de valor de produção em 2003, mandioca (70, 42%), feijão (16,79), fumo (5,16%), milho (4,05%). Já em termos de área colhida, o feijão (32,77%), mandioca (30,29%), milho (31,61%) e fumo (3,89%), no mesmo ano.

Para as lavouras permanentes, a área colhida não teve muita alteração durante os 13 anos analisados, mas, no início  de 2003 esta mesma área obteve um crescimento significativo de 389 ha, tendo como principais culturas o maracujá (38,66%), coco-da-baía (32,84%), banana (20,60%), laranja (4,33%) e castanha de caju (3,58%). Em área colhida destacam-se as culturas como, coco-da-baía (32,13%), castanha de caju (30,85%), laranja (25,45%), maracujá (6,43%) e banana (5,14%).

Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, mostrou que os rebanhos bovinos no início de 1990 representaram 20% do seu efetivo, já a partir de 1994, este rebanho foi reduzido, atingindo 2,26% de todo o seu rebanho municipal. No início dos nos de 1990 a 1992, Feira de Santana obteve uma produção de leiteira em torno de 11 mil litros, já em 1993 houve uma grande crise, registrando uma produção de menos de 2 mil litros. Em 2003 a produção leiteira alcançou mais de 5 mil litros. Neste mesmo ano, outros itens da pecuária aumentaram sua produção, como ovos de galinha (22.916 mil), ovos de codorna (1.779 mil) e mel de abelha (41.949 quilos). Com estas informações, pode-se observar que houve uma evolução no PIB municipal, apresentando novos produtos no mercado regional e se fortalecendo junto ao setor industrial.

De acordo com o CEMPRE, observou-se que a distribuição das unidades locais por setores da economia, que o número de unidades locais do setor agropecuário é menos significativo do que os demais setores. Por outro lado, o setor de serviços possuiu o maior número de unidades locais pesquisadas, atingindo (108%), o maior resultado de unidades locais entre 1996 e 2003. Relativamente segue-se a estrutura de números de unidades locais em: agropecuária (1%), indústria (13%) e serviços (86%). O setor industrial destaca-se com a maior participação no número de unidades de transformação com (81%), seguido pela construção civil (18%). No setor de serviços o papel da atividade de comércio (64%), acompanhado de longe pelas atividades imobiliárias, como alugueis e serviços prestados às empresas com apenas (10%).

Dentre as atividades econômicas urbanas, o setor de serviços mostrou ter maior participação no número de emprego para a região, de acordo com o IBGE, em 2003, o município de Feira de Santana obteve uma participação de 58.863 empregos no setor de serviços, correspondendo a 77% da população ocupada entre os setores agropecuários, industrial e de serviços. Neste mesmo ano, o setor industrial absorveu 22% das atividades dos trabalhadores, enquanto que a agropecuária correspondeu por apenas 1% do pessoal ocupado. Destacando as atividades ligadas ao comércio, sendo responsável por 50% dos empregos criados pelo setor de serviços. Por outro lado, o setor do comércio obteve um crescimento de 4.044 unidades comerciais, representando um crescimento superior a 95% nos anos compreendidos entre 1996 e 2003. Exercendo um impacto direto na oferta de emprego para o município, sendo criados 18.842 novos postos de trabalho no comércio da cidade de Feira de Santana, isto, corresponde a uma variação de cerca de 178%. Neste mesmo período, foi observado um crescimento no número de empregos por unidades locais no setor do comércio, passando de 2 para 4 empregos por unidades locais.

Já o setor de serviços experimentou algumas modificações no mesmo ano corrente. Tendo o setor de serviços de educação superado o de transporte, armazenagem e comunicações em termos de números de estabelecimentos terem aumentado em torno de 201 unidades locais, e oferta de emprego, correspondendo por cerca de 6% do total do pessoal ocupado no setor, onde houve um crescimento significativo de 105% de empregados. Os estabelecimentos industriais estão distribuídos no perímetro urbano de Feira de Santana, direcionado para uma de suas saídas rodoviárias.

No início da década de 90, houve um aumento de estabelecimentos industriais de pequeno porto, incentivados pelo crescimento das demandas local e regional, todos estavam estabelecidos fora da área de abrangência do CIS. Grande parte das fabricas correspondem pela produção de vestuário, alimentos, sucos e bebidas, com fortes relações intersetoriais com a pecuária, o comércio e os serviços locais. O período compreendido entre 1996 a 2003, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou um desenvolvimento considerável da industrial da cidade de Feira de Santana, obtendo um crescimento de 908 novas unidades locais para o município, representando uma variação em torno de 89%. Tendo  o Centro Industrial do Subaé (CIS) como o principal pólo percussor de atração de capital. Os incentivos fiscais e a existência de uma razoável infra-estrutura direcionaram ao desenvolvimento de um forte pólo industrial para a economia baiana. O Parque Industrial do Subaé caracterizou-se pela ausência de uma indústria motriz, a presença de algumas grandes unidades, dispersa em variados ramos e independentes de economias de aglomeração a nível local; dominância esta, quase absoluta de pequenas empresas e uma dispersão sobre quase todo território feirense, concentrando-se apenas nas áreas do CIS/BR- 324 e BR- 116.  

As empresas que estão localizadas na área do CIS são produtoras diretas de bens de consumo final, que utilizam como matéria-prima os insumos adquiridos pelas próprias indústrias. Por estar posiciona em um estratégico privilegiado, o CIS tem acesso fácil aos principais mercados fornecedores e distribuidores do Brasil. A Região Nordeste detêm o maior mercado consumidor de bens finais e de insumos primários produzidos pelo CIS, como por exemplo, artigos para vestuários, produtos alimentícios, produtos de limpeza, artefatos de couro, dentre outros. Entre os anos de 1993 a 2003, houve uma redução significativa no número de trabalhadores empregados diretamente e indiretamente em algumas atividades do setor de serviços, como transporte, armazenagem e comunicações; atividades imobiliárias, aluguéis, administração pública, saúde e serviços sociais, e no setor industrial de produção e distribuição de eletricidade, gás e água, passando de 69 para 46. Esta análise foi realizada por três setores, foi verificado também um crescimento de aproximadamente 107% do total de pessoal ocupado e de 111% da mão-de-obra direta, enquanto que a relação de postos de trabalho por unidades locais permanece na média de 5 trabalhadores por unidade de atividade econômica local.

É de fundamental importância, o dinamismo do emprego nos setores de atividade econômica, seja pelo impulso dado às atividades industriais em função dos novos empreendimentos; seja pelo desenvolvimento da agroindústria, pela modernização da economia rural ou pelo efeito multiplicador dos movimentos no setor de serviços. Apesar de representar apenas 18% da industria de transformação, entre os setores da economia como os salários pagos, baixo, porém são considerados os mais altos para o conjunto da PEA,  na relação salário/pessoal ocupado assalariado. Verificou-se na análise que as industrias de transformação ficou com 6,62 mil, enquanto que para todo o setor de serviços a relação é dada por 7,23 mil, observando que para o comércio restou 5,21 mil reais por pessoa ocupada no ano. Em termos gerais, os segmentos que apresentam as maiores relações são: intermediação financeira 24,07 produção e distribuição  de eletricidade, gás e água 24,05, educação 14,60. A maior estabilidade do emprego que na maioria dos ramos do setor terciário e no primário, o efeito reduzido, porém positivo, de multiplicação em empregos terciários, são aspectos que indicam prioridade para o emprego, tornando-se um incentivo à industria do município de Feira de Santana.

A indústria de Feira foi beneficiada pela implantação do pólo automobilístico, observou-se também, do grande número de empresas de vestuário e a construção de um pólo de confecções na região. O setor de serviços, com os serviços terceirizados, instalação de atividades de saúde, educação superior, transportes, dentre outros.

De acordo com o IBGE de 2000, o rendimento nominal médio domiciliar foi de R$ 824,00, equivalente a quase seis salários mínimos. Em termos per capita, essa renda cai para menos de três salários mínimos, cerca de R$ 254,00, sendo o tamanho médio domiciliar de três pessoas em idade ativa. Já a concentração de renda para o município de Feira de Santana é semelhante à encontrada numa região do Nordeste brasileiro. Segundo o Censo do mesmo ano corrente, cerca de 21% das residências, com níveis de renda abaixo de um salário mínimo, tendo direito a menos de 21% da renda recebidas por todos dos domicílios. Por contraste, menos 5% da população mais rica se apropriam de quase 20% desta renda. Mas para medir o grau de distribuição da renda do município de Feira de Santana, foi necessário possibilitar sua comparação com outros municípios baianos, utilizando o Índice de Gini, em nível crescente de renda per capita, calculados para alguns municípios da Bahia, permitindo comparar o nível de distribuição da renda na área de Feira, cujo valor foi relativamente alto, próximo de 0,62. Isto quer dizer, que quanto mais próximo de zero for o valor do coeficiente de desigualdade, melhor será a distribuição de renda, com estes números, chega-se a uma conclusão, que houve uma má distribuída.renda no município.

 Dentre os municípios cuidadosamente analisados, indicam que as melhores distribuições de renda podem ser encontrados nas cidades de Candeias e Conceição do Jacuípe, mas como os demais municípios, eles possuem uma distribuição muito desigual. A cidade de Lauro de Feitas detém o 27º PIB per capita estadual, possuindo o maior índice de concentração de renda, superando o próprio estado baiano, o qual possui um índice de 0,67. Apesar dos dados indicarem que os municípios apresentam as maiores rendas per capita, por outro lado, não apresentam uma maior concentração de renda.

É importante salientar, a participação de Feira de Santana na Região Econômica do Paraguaçu, é de fundamental importância que analisem sua importância frente às transformações ocorridas nos últimos anos, verificando a elevação do desenvolvimento econômico e social. Dentre as mudanças ocorridas ao longo dos tempos, tem-se o setor terciário a principal atividade economia da região, devido ao grande processo de urbanização e industrialização. As análises demonstram que o processo de urbanização, principalmente em Feira; deu-se com o crescimento da renda total e da per capita; e com a dinamização dos setores industriais e de serviços, permanecendo elevado o grau de disparidade econômica e social na região.

A cidade de Feira de Santana é a mais desenvolvida economicamente da Região do Paraguaçu, sendo compreendida por 42 municípios. Pode-se citar dentre as economias: a) a agricultura irrigada e agroindústria a ela associada às culturas como a do abacaxi, a da laranja, etc. b) integração vertical na agricultura irrigada e na pecuária semi-intensiva; c) beneficiamento e industrialização de recursos minerais da pequena mineração (produção artesanal da cal, industrialização de recursos minerais de rocha ornamental, lavra e beneficiamento dos minerais pegmatitos – quartzo, feldspato, mica, berilo, etc. –  beneficiamento de barita, manganês e quartzo – cristal e rocha; d) produção de paralelepípedos. No mesmo ano corrente, o município de Feira, possuía mais de 50% do PIB da região.

Em 2003, apenas três municípios baianos possuíam PIB per capita superior ao de Feira, como Lajedinho, Conceição do Jacuípe e São Gonçalo dos Campos, portanto, era mais próximo, ao PIB per capita estadual, da ordem de R$ 5.402,00, e bem acima da Região Econômica do Paraguaçu, da ordem de R$ 3.117,18. Já o grau de concentração de renda foi o mais alto dentre os municípios analisados, sendo os aumentos desta concentração o mais significativo em nove anos consecutivo. Demonstrando as disparidades intra-regionais, uma maior concentração econômica em Feira de Santana em relação aos outros municípios da região. No entanto, as participações setoriais no valor agregado na Região Econômica do Paraguaçu, têm suas atividades concentradas no terciário de 56,79%, seguido pela indústria 16,92% e a agropecuária 26,30%. Apenas nove municípios têm participação inferior aos 50% nas atividades terciárias. É por isso, que Feira de Santana destaca-se por suas atividades econômicas, necessitando de maiores especializações tecnológica existente nos demais municípios da região, sendo demandadas pelo próprio município centro. Da mesma maneira, ocorre grande fluxo migratório para Feira de Santana, o que vem ocorrendo com freqüência, aumentando assim, o contingente populacional de baixa renda. O processo de concentração das atividades econômicas em Feira, colaborou diretamente na  intensificação do processo das desigualdades intra-regionais.

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cidade de Feira de Santana, intensificou o processo de urbanização, o PIA concentra-se na faixa etária de 20 a 49 anos, nota-se que população feirense está envelhecendo mais cedo, e a pirâmide etária iguala-se ao do estado, havendo também uma redução da PIA rural, se comparada ao ocorrido no estado, o grau de alfabetização é o mais alto que o estadual e as atividades econômicas está concentrada no setor de serviços. Com isto, houve redução na participação das atividades agropecuárias, apesar do pequeno aumento nos últimos anos, principalmente na agroindústria e do investimento em mecanização na área rural. Sendo que 77% da população tem vínculo empregatício e está concentrada no setor de serviços, no entanto, 50%  deste percentual está localizada no setor do comércio, sendo que, inúmeras empresas estão direcionadas para a produção de bens finais, elevando assim, a concentração de renda dos domicílios, conseqüentemente, ocorreu um aumento considerável na concentração de renda, devido participação  da cidade de Feira no PIA da Região Econômica do Paraguaçu. Contribuindo com o crescimento e desenvolvimento do setor de serviços na economia da região.

Apesar de Feira de Santana exercer um papel importantíssimo na Região Econômica do Paraguaçu. O processo de concentração das atividades econômicas em um só município, irá aumentar o nível de desigualdade intra-regional e elevará as desigualdades sociais. Agravando cada vez mais o processo de crescimento e as desigualdades entre as cidades, ao mesmo tempo em que as decisões são tomadas por líderes políticos e econômicos sobre a distribuição de renda, podendo comprometer o crescimento e desenvolvimento as atividades produtivas, que necessitam urgentemente de mais investimentos em políticas publicas regionais e que a sociedade ajude a definir melhor as estratégias políticas para o município. Sabe-se que a  participação da sociedade civil organizada ajudará e muito os governantes a cumpram o seu papel em relação a diminuição das desigualdades sociais.

 

 


Autor: jotony lima lima


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