A RELAÇÃO ENTRE OS JOVENS E A BEBIDA ALCOÓLICA
Este artigo tem por finalidade expor como os adolescentes e crianças estão entrando em contato com a bebida alcoólica cada vez mais cedo sendo influenciados pela mídia, adquirindo essas bebidas em casa ou conseguindo facilmente nos estabelecimentos comerciais. O mais preocupante é que por ser aceito pela sociedade, esse ato de rebeldia da adolescência não recebe a devida atenção. O que mais incomoda é o grande desinteresse por parte de tantos em discutir o tema e tentar buscar soluções cabíveis para esse problema que está afetando tantas pessoas.
Um agravante é a propaganda, que tem grande influência sobre os adolescentes que, como será apontado a baixo, estão passando por uma fase de transição e, devido a esse fator, se tornam rebeldes. Pelo motivo da bebida alcoólica não encontrar a mesma recriminação que as drogas ilícitas, os adolescentes se sentem livres para ingeri-las, sem sentirem-se culpados, acreditando que não estão cometendo delitos.
Estudos concluíram que as bebidas alcoólicas fazem parte da cultura de nossa sociedade, encontrando aceitação e até incentivo por parte de familiares no seu consumo pelos jovens e adolescentes. Eles têm fácil acesso às bebidas, tanto em casa como nos estabelecimentos onde são comercializados, fazendo parte de várias atividades do seu meio social.
De acordo com o psicólogo José Antônio Zago do Instituto Bairral de Psiquiatria de Itapira – SP e Mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, através de pesquisas realizadas por ele, o álcool é consumido há muito tempo e se trata de uma bebida psicotrópica, porque causa dependência e gera alteração no comportamento começando por uma euforia, a seguir ocasiona a sonolência, provocando a perda da coordenação motora e apresentando conduta depressiva, pois o álcool atua diretamente no sistema nervoso central.
A organização mundial da saúde considera o alcoolismo uma doença de caráter triplo, pois afeta a mente, o físico e o social. Os problemas procedentes do consumo do álcool se referem a diferentes áreas: familiares, educacionais, legais, financeiras, médicas e operacionais.
As principais bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil são: a cerveja, o vinho, o licor, a cachaça, o uísque, o conhaque e os coquetéis. A bebida alcoólica é consumida apenas por via oral e existe um estimulo muito grande da sociedade moderna para o seu consumo. Além de seu poder atrativo, não contém poder de censura. Por ser liberada e aceita pela sociedade, acaba recebendo o incentivo dos pais. É primordial a conscientização da sociedade em relação às conseqüências que o uso do álcool ocasiona para quem o ingere.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de bebidas alcoólicas, é a terceira causa das mortes ocorridas no mundo. Na maioria dos acidentes de trânsito, com vítimas, o motorista do automóvel ou o pedestre, vítima de atropelamento, ingeriu bebida alcoólica. Em 2006, pesquisa da Associação Brasileira de Medicina do Trafego (ABRAMET) em 4 capitais brasileiras (Curitiba, Brasília, Salvador e Recife) indicou que 61% dos envolvidos em acidentes tinham consumido bebida alcoólica antes do acidente, denunciando que o jovem é sempre a maior vítima.
A ingestão de bebida alcoólica é o fator que mais coopera para a sucessão de acidentes domésticos, violência, abusos e descuido infantil, confusão entre familiares e morte. Tem relação com vários problemas e patologias agudas e crônicas de aspecto físico, psicológico e social, sendo considerado um importante problema de saúde pública. O número de indivíduos que adquire câncer entre os que ingerem bebidas alcoólicas é assustador, porquanto a ação tópica do álcool em conjunto com os aditivos usados nos processos de fabricação das bebidas são altamente cancerígenos. Além do mais, no que diz respeito aos adolescentes e jovens, a ingestão de álcool está diretamente relacionado a doenças sexualmente transmissíveis, consumo de outras drogas, abuso sexual, baixo rendimento escolar, conduta violenta e confrontos entre gangues.
O álcool é a droga que mais faz vítimas e é a mais consumida pelos jovens no Brasil. O álcool, como qualquer droga psicoativa legalizada, é o lobo em pele de cordeiro (ZAGO, 1996, p.145).
O álcool é a substância química mais utilizada pela humanidade. Está presente na maioria das festas e rituais religiosos. Quase todos os países do mundo, onde o consumo é aceito, possuem uma bebida típica da qual se orgulham os seus habitantes. Na Escócia é o uísque, no México a tequila e no Brasil, a cachaça. A ingestão de bebida alcoólica pela raça humana é uma prática milenar e no decorrer da história da humanidade assumiu diversas acepções e conseqüências.
Documentos arqueológicos demonstram que o consumo de álcool pelo ser humano data de aproximadamente 6000 a.C., sendo um hábito bem antigo e que tem perdurado por milhares de anos. A idéia do álcool como uma bebida divina, sendo mencionada em diversas histórias da mitologia, pode ser talvez um dos itens responsáveis pela sustentação do costume de se ingerir debida alcóolica ao longo do tempo.
No princípio, as bebidas possuiam um conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, pois resultavam somente do processo de fermentação. Com a chegada do processo de destilação, trazido para a Europa pelos árabes na Idade Média, apareceram outros tipos de bebidas alcoólicas. Nesse período, esta bebida passou a ser ingerida como um remédio para diversas doenças, pois seu efeito agia mais rapidamente dando alívio as dores e preocupações muito melhor que a cerveja e o vinho. Foi por causa deste fator que surgiu a palavra whisky (do gálico usquebaugh, que significa “água da vida”). Com a Revolução Industrial, houve expressivo aumento na oferta deste tipo de bebida, concorrendo para o aumento do consumo e, como consequência, o número de pessoas que passaram a apresentar problemas relacionado ao uso exagerado de álcool ampliou.
O Brasil está em primeiro lugar no mundo como o maior consumidor de destilados de cachaça e o quinto maior produtor de cerveja. O álcool é a droga preferida dos brasileiros (68,7% do total).
O conceito que se faz do álcool como produto excitante é falso. Na realidade, a impressão estimulante ocasionada pela ingestão do álcool, não passa da redução da inibição. O álcool é depressivo e o seu efeito pode levar ao sono, pois ele age no cérebro e no sistema nervoso central reduzindo a disposição mental e física enfraquecendo a destreza para a realização de tarefas mais complexas como, por exemplo, conduzir um veículo que requer agilidade e cautela. No entanto, estas habilidades são facilmente anuladas após o indivíduo ter absorvido bebida alcoólica. A maioria dos acidentes de trânsito no Brasil é resultado da embriaguez ao volante e isso ocorre porque as pessoas crêem na falsa sensação estimulante do álcool.
Entretanto, ouvi-se também falar que o consumo do álcool em quantidade moderada não distorce os efeitos psicológicos. Todavia essa afirmativa é errônea, a mesma pessoa é afetada de modos diferentes em diversas ocasiões, pois às vezes o efeito de uma pequena dose é o mesmo que o de uma dose elevada. Não se pode prever com exatidão qual será a sua conduta (ZAGO, 1996, p.147).
O álcool ingerido é absorvido pelo organismo e 90% vai direto para a corrente sanguínea. Esse processo é feito em uma hora, contudo essa mesma quantia leva de 6 (seis) a 8 (oito) horas para ser eliminada.
O álcool afeta o cérebro diretamente na memória, aprendizagem, motivação e autocontrole. É visto como uma droga depressora, ou seja, provoca efeitos similares aos da depressão como torpor, tonturas, distúrbios no sono, enjôo, vômitos, fala incompreensível, reflexos comprometidos e ressaca. Atinge, além disso, outros órgãos do corpo, como o coração, a corrente sangüínea, o fígado, etc.
Segundo a Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo e Médicos, os efeitos do álcool sobre um indivíduo com 70 kg de peso, podem ser descritos como se segue:
Autor: Sandra Cortegozo
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