O CARA E OS APOSENTADOS



Quem se aposentou há trinta anos ou mais, dado o processo galopante de defasagem geral dos benefícios pagos pela previdência oficial, sofreu um grande desgaste do seu poder aquisitivo em face de diversos fatores, dentre os quais o mais grave foi o desvio ilegal dos recursos da previdência para aplicação sem retorno em outros setores.

No governo Sarney houve uma pausa nesse desgaste e uma pequena melhoria.Mas durante os governos Collor e Fernando Henrique essa situação de defasagem tornou a se agravar.Eu me lembro que o presidente Fernando Henrique Cardoso, num pronunciamento que fez a esse respeito, além de admitir esse desvio de verbas dizendo que o seu governo só reconhecia uma quinta parte da dívida total da União para com a previdência, afirmou que não iria cobrir esse déficit do capital previdenciário, nem do seu governo nem dos anteriores. E em função dessa tragédia nas contas da previdência, as pessoas que haviam contribuído durante muitos anos sobre 5, 10, 12, 15 ou 20 salários, conforme a base de contribuição em que se enquadravam na época, e que se haviam aposentado mais ou menos nesses patamares, viram seus benefícios despencarem para valores equivalentes a menos da metade em face da aplicação de índices de reajuste inferiores ao que seria necessário para recompor as perdas acumuladas.

Mas a partir do governo do presidente Lula, digam o que disserem os seus inimigos e opositores, essa defasagem diminuiu consideravelmente e os reajustes a partir de então, ainda que deixassem muito a desejar para recuperar as perdas sofridas anteriormente, foram mantidos em níveis mais ou menos compatíveis com a inflação e o poder aquisitivo da moeda nacional.De modo que, em vez de continuarem diminuindo, os benefícios obtiveram aumentos reais significativos em relação às políticas anteriores, e isso, definitivamente, não há como negar, apesar da presença desse grande inimigo institucional que se chama Fator Previdenciário, criado no governo de FHC com o objetivo de reduzir os benefícios e arrebentar com os aposentados.

Portanto, se achamos ruim a atual situação dos aposentados e pensionistas na vigência do governo Lula, muito pior seria se o governo estivesse em mãos que não fossem as de um ex-operário, trabalhador e líder sindical, que, tendo vivido na própria pele a situação crítica do assalariado brasileiro, bem sabe o que é essa luta antiga e permanente em condições desiguais contra os que querem, a qualquer custo, desmerecer e paulatinamente acabar com os benefícios conquistados pelo ex-Partido Trabalhista Brasileiro (original), sob a inspiração e a chefia de seu líder maior, Getúlio Vargas, de cujos ideais o Lula, na prática, e sob outra sigla, queiramos ou não admiti-lo, é atualmente o derradeiro e mais legítimo representante, herdeiro e defensor.

Seria injusto não lembrar o reiterado apelo do saudoso economista Celso Furtado aos sucessivos governos para que tratassem de recompor o capital da previdência e os benefícios dos aposentados, e que só parece ter encontrado amparo no governo de Lula.

O presidente Lula, felizmente, ainda conta com um grande aliado na defesa dos interesses dos aposentados e pensionistas, que é o senador petista Paulo Paim, e um honesto e poderoso parceiro internacional no que se refere às políticas públicas e sociais, que é o presidente Barack Obama, que chegou a reconhecê-lo como 'O Cara', em suasintenções e realizações.

(Luciano Machado)


Autor: Luciano Machado


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