Bases da Terapia Cognitivo Comportamental – TCC



A Terapia Cognitivo Comportamental visa a reeducação de pensamentos e de crenças distorcidos ou disfuncionais.
Na terapia cognitiva, o paciente aprende que seu sistema de crenças é o que causa seus estados de humor, (assim como seus comportamentos), e que os eventos externos, experiências da infância e a genética são agentes que influenciam, mas, menos importantes do que a maneira como o indivíduo reage a eles.

 

Evento è   Interpretação do evento   è    Emoção     è Estado de Humor

                  (de acordo com as crenças)    Comportamento

Embora a maioria das pessoas não se dê conta, toda e qualquer emoção é acompanhada por pensamentos e, mais do que isso, é gerada pelos mesmos. Isto pode ser difícil de se perceber, porque além das emoções poderem variar diversas vezes ao dia - dificultando prestar atenção na alteração das mesmas - pode parecer também que elas surgem do nada, sem influência alguma da pessoa. No caso específico da depressão, onde as variações de humor são pouco freqüentes, a pessoa pode ter menos idéia ainda do que a gera e mantém.

 

Como ocorre isso na prática? No dia a dia?

 

Vamos supor o caso de um determinado garoto que inicia o colegial. Ele terá sua primeira prova e se organiza para estudar o conteúdo da mesma. Senta-se para ler o livro e sente certa dificuldade para entender os primeiros tópicos. Passa-lhe pela cabeça que aquilo é muito difícil e que ele jamais compreenderá a matéria. Começa então a sentir-se triste, com peso no abdômen e fecha o livro. Desiste de estudar e passa o restante da tarde cabisbaixo e chateado.

 

Este garoto parece não perceber os pensamentos que o acometeram durante seu estudo e que resultaram em humor deprimido, peso no estômago e na desistência da leitura. O fato do desconhecimento do processo cognitivo, leva a muitas pessoas a ficarem à mercê de suas crenças (as quais podem ser positivas ou negativas) além de reforçarem-nas, em função de gerarem novas evidências que as comprovem.

 

A parte Cognitiva e Comportamental do processo de terapia

 

O treinamento comportamental tem como intuito a modificação de hábitos. Este leva o paciente a ter controle sobre fatores que antes pensava não ter, fato que o fazia sentir-se impotente. Este treinamento é uma parte bem prática da terapia e traz resultados rápidos, dependendo da motivação do paciente e dos passos a serem planejados em conjunto entre o mesmo e o psicoterapeuta.

 

O foco Cognitivo da terapia tem como pilar ensinar o paciente a entender sua maneira de pensar e suas reações às situações, das quais ele pode ter maior ou menor controle. Isto inicia-se através do exame dos pensamentos automáticos.


O que são os pensamentos automáticos?

São os nossos diálogos internos, que ocorrem em forma de pensamento ou de imagens mentais. Todos temos conversas internas e automáticas o tempo todo, a diferença é se elas são conscientes (percebidas) ou não e também o conteúdo das mesmas (que pode ser positivo ou negativo).

Os pensamentos automáticos derivam das nossas crenças mais profundas. As crenças definem o filtro que utilizamos para absorver e perceber as experiências pelas quais passamos. Em outras palavras, as crenças são como óculos que colocamos e que através dos mesmos enxergamos o mundo, os outros e a nós mesmos. A visão que temos através desse “óculos” gera interpretações dentro de nós, e os pensamentos automáticos são a concretização destes. Ou seja, o garoto da história acima, tem como um de seus “óculos”, o ser incompetente. Vê o mundo, aos outros e a si mesmo através desse filtro e interpreta e absorve as informações de acordo com ele. Assim, ler um livro sobre o qual ele sente certa dificuldade de entendimento, aciona sua crença de ser incompetente. Esta crença gera a interpretação de ele ser incapaz de compreender os tópicos do livro. Vêem-lhe à cabeça pensamentos de que ele jamais entenderá a matéria da prova e que aquilo é difícil demais para ele. A conseqüência disso já foi explicada acima.

É comum também quando se está com certa crença ativada que se generalize e/ou aumente as interpretações. Por exemplo, no caso do garoto, ele poder vir a pensar que já que não consegue compreender alguns tópicos desse livro, terá sempre dificuldades na leitura de outros livros. Além disso, que irá repetir essa disciplina e que nunca terminará o colegial.

 

Modificando o pensamento

 

No momento em que o paciente se dá conta de que ele tem a possibilidade de mudar suas cognições (interpretações) sobre os eventos, esta percepção dá início a um processo terapêutico de mudanças internas que irão refletir nos fatos externos. O indivíduo sai da posição de vítima e sente-se mais forte logo no início da terapia, porque ele percebe que, mesmo tendo reais dificuldades, pode começar a agir sobre elas, utilizando ferramentas poderosas e eficientes.


Autor: Thaís Petroff Garcia


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