INFÂNCIA (Poesia)



Bons tempos que sumiram do meu cotidiano

Brinquedos da minha infância,

Bons tempos que se foram,

E bem vividos foram,

Saudades do corre-corre,

Dos vestidos franzidos,

Todos foram obra de arte da minha tia,

Titia Cecília,

Costureira de "mão cheia"...

Sempre sob os olhos criteriosos da minha mãe.

Vestidos novos

Nas "quatro festas do ano",

Cheiro de novo,

Que delícia,

Vestidos e sapatos novos.

Sapatos comprados no mercado,

Medidos em pedaços de cordão...

Não precisa de numeração,

Não precisa escolher a cor

Não precisa escolher o modelo

Os sapatos novos chegavam pelas mãos do meu pai,

Podia ser branco,

Podia ser preto,

Podia ser vermelho,

Mas era sempre o mais bonito de toda a vizinhança.

Calçá-los merecia um desfile...

Anseios de ouvir

Você está linda...

Menina, você está linda...

Até o espelho dizia constantemente,

Você está linda...

Os sapatos eram presentes de meu pai...

Belos e ansiados presentes do meu pai

Papai, figura doce incomparável,

Não batia,

Não falava mal,

Apenas sorria e dizia...

Menina!...

E o cascudo chegava,

Esporadicamente chegava.

Ele não sabia punir,

Ele não impunha limites,

Ele sempre foi...

Laços de ternura para sempre.


Autor: Maria José de Azevedo Araujo


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