SEM FACE



Ele toca violão,na porta de sua casa,andando por lá de um lado para o outro,tocando uma música triste e cantando, de longe reparo que ele não tem face,seu8 corpo é até o pescoço somente, todos fogem dele,sua aparência é horrível, todo dia é a mesma coisa, resolvo conversar com ele, saber dele o que acontece, ele só responde,ninguém se atreve a ouví-lo, aquilo aconteceu,diz ele,quando tinha 18 anos,por alguma deficiência, isso ocorreu,certa manhã, ele havia levantado,e foi se pentear enfrente ao espelho,quando simplesmente não viu sua face mais,os médicos,especialista disseram que é raro,mas que acontece,ele iria viver uma vida quase normal,ele estudou,hoje é doutor,porém não pode sair na rua, e por isso, se refugia no sítio, a vida é apenas um violão e cantarolar durante o dia, a alimentação ele tira da roça,ninguém divide nada com ele,hoje ele é assim,e confessou que eu fui o único amigo que se interessou pelos problemas dele,eu prometi que voltaria outras vezes,que ele não tinha face,mas tinha uma vida inteira para viver,e que o preconceito aniquila a humanidade,devemos aceitar o próximo como ele é.
Então ele tocou uma música, e eu me despedi,prometendo voltar no dia seguinte eu o chamo de 'AMIGO INVISÍVEL', e assim foi o acontecido, ficamos amigos, ele hoje trabalha na cidade, e todos já se acostumaram com o 'HOMEM INVISÍVEL'.

Autor: Raul Carlos de Oliveira


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