Síndrome do Pânico: O Perigo Invisível



Síndrome do pânico: o perigo invisível

Quando o medo não tem sentido

O que fazer quando não dá para lutar, nem fugir? Como agir quando o perigo mora dentro de nós?

A síndrome do pânico ou transtorno de pânico costuma causar muito estranhamento, porque a ameaça é invisível, não existe um objeto ou situação real que esteja provocando a situação de medo. Os ataques de pânico surgem aparentemente do nada e geralmente são recorrentes.

Normalmente quando temos medo de alguma coisa ou situação, temos a escolha de enfrentar, evitar ou ainda fugir. No entanto quando a ameaça é interna quando o medo nos habita, o que fazer?Não podemos fugir de nós mesmos, por isso a sensação de pânico é tão intensa e incompreensível.

Como a pessoa não entende o que está sentindo, as reações somáticas passam a ser alvo de sua atenção e consequentemente são potencializadas a ponto da pessoa ter a sensação de que pode morrer ou sofrer um ataque cardíaco. O corpo passa então a ser uma ameaça constante, diante dessa experiência de perigo interno, a pessoa passa a reagir com ansiedade e pânico, tendo vários sintomas físicos, emocionais e cognitivos.

O medo gerado pela síndrome do pânico, não tem sentido para a pessoa que o vivencia, mas na realidade este sentido existe, basta focarmos a nossa atenção para a história de vida da pessoa, para as transições de vida, as mudanças que ocorreram antes de sua primeira reação de pânico, para os aspectos constitucionais e para o modo como esta pessoa interpreta as situações, aí talvez se encontrem as bases geradoras do primeiro ataque de pânico. Os ataques seguintes normalmente são decorrentes do próprio medo de se ter outro ataque, o que se transforma em uma "bola de neve", uma espécie de reação em cadeia.

Quem sofre com a síndrome do pânico, precisa entender o processo de formação das reações de pânico, para que então possa ter maiores condições de lidar com ele e futuramente evitá-lo.

O que então é o transtorno de pânico?

A palavra pânico vem do grego "Panikon" que significa susto ou pavor repetitivo. Na mitologia grega o Deus pã que possuía chifres e pé de bode provocava medo nos camponeses.

Segundo o DSM (manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais), este transtorno é definido como um transtorno de ansiedade, caracterizado por ataques recorrentes de pânico com ou sem agorafobia.

Como já foi mencionado acima a primeira crise de pânico ocorre sem nenhum motivo aparente para quem a sente, porém as crises subsequentes começam a se ligar às situações ou objetos que estavam relacionados à primeira sensação de pânico. O desenvolvimento da agorafobia ocorre porque os pacientes passam a temer sofrer novo ataque de pânico onde um anterior já tenha acontecido (elevador ou lugares fechados, por exemplo).

O que diferencia o pânico da fobia, é que no pânico a causa do medo é endógena (dentro do próprio indivíduo) e na fobia o medo é de algo externo a ele.

Os principais sintomas são:

Um curto período de intenso medo ou desconforto em que quatro ou mais dos seguintes sintomas aparecem abruptamente e alcançam o pico em cerca de 10 minutos.

Falta de ar , desconforto no peito, aceleração dos batimentos cardíacos, suor excessivo (nas mãos e no corpo), tremores nas mãos ou no corpo, náusea ou mal estar na barriga, sensação de asfixia (sufocação), sensação de que poderá desmaiar (durante a crise), formigamento nas mãos ou partes do corpo, sensação que poderá morrer durante a crise, sensação de estar perdendo o controle ou estar ficando louco.

As crises de pânico costumam ser intensas e gerar grande sofrimento, no entanto como toda e qualquer crise, pode se tornar uma oportunidade de transformação. A palavra crise advém da palavra crisálida que nada mais é do que o casulo da borboleta, sua forma anterior. Às vezes se torna necessário passar por momentos de crise para que se tenha a oportunidade de aprendizado e auto-conhecimento e transformação.

Autor: Ana Lúcia Lima Carneiro

Blog: terapiaesaude.blogspot.com

Biblografia:

-DSM IV- Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais.

-O estranho que me habita: a síndrome do pânico numa perspectiva formativa (artigo publicado pela Revista reichiana do Instituto Sedes Sapientiae N 10 – Autor Arthur Thiago Scarpato).


Autor: Ana Lúcia Lima carneiro


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