FORMAÇÃO DO DOCENTE EM GEOGRAFIA E METODOLOGIA NA APLICAÇÃO DAS AULAS EM GEOGRAFIA



FORMAÇÃO DO DOCENTE EM GEOGRAFIA E METODOLOGIA NA APLICAÇÃO DAS AULAS EM GEOGRAFIA.

Bianca Nunes de Oliveira

RESUMO

Introdução ao trabalho de Graduação que será aqui apresentado é para discutir a formação de docentes em geografia e a metodologia na aplicação das aulas de Geografia, a proposta é estudar em que medida a metodologia da aprendizagem baseada na resolução de problemas (ABRP ou a sigla em inglês PBL, problem based learning) pode contribuir para uma aprendizagem significativa por parte dos alunos. A metodologia foi aplicada em um contexto de oficinas de formação de professores para o Fundamental e ensino Médio ligadas ao ensino de Geografia, apresentaremos inicialmente uma discussão referente a pertinência deste tema na educação e especialmente na área de ensino de Geografia.

Palavras-chave: Formação Docente; Metodologia em Geografia; Linguagem.

ABSTRACT

Introduction to undergraduate work will be presented here is to discuss teacher training in geography and methodology in applying the lessons of Geography, the proposal is to examine to what extent the methodology of learning based on problem solving (ABRP or initials in English PBL, problem based learning) can contribute to significant learning by students. The methodology was applied in the context of training workshops for teachers for elementary and high school involved in teaching geography, will present an initial discussion regarding the relevance of the theme in education and especially in the teaching of geography.

Keywords: Teacher Training, Met'hodology in Geography, Language

1 INTRODUÇÃO

As discussões relacionadas às metodologias de ensino e a formação docente têm enfatizado a necessidade de que a escola propiciar ao aluno uma aprendizagem na leitura e escrita de forma científica.

Na prática, isso significa que o aluno deve ser capaz de realizar as seguintes tarefas: separar o que é teoria daquilo que é evidência, selecionar problemas a serem solucionados, realizar uma pesquisa, reconhecer diferentes valores implícitos relacionados às suas tomadas de decisão e confrontar as diferentes visões que lhes são apresentadas.

Ao analisarmos a literatura que trata a respeito da aprendizagem científica, verificaremos que essa reflexão sobre o papel ativo do aluno na construção do conhecimento não surgiu há muito tempo.

Segundo YORE (2003) apresenta em seu artigo um estudo sobre esta literatura e será a partir dela que orientaremos as discussões presentes neste Trabalho. Para ele, o período anterior a 1978 foi marcado pela produção científica "unidirecional", ou seja, explicava-se a ciência e o ouvinte buscava o correto entendimento daquilo que lhe estava sendo apresentado, desta maneira, não se estabelecia nenhum tipo de relação entre o objeto e o próprio sujeito da ciência, o qual chegava muitas vezes a memorizar determinados conteúdos.

A partir dos anos 80 do século XX, verificou-se em inúmeros trabalhos uma procura por fazer com que o leitor entendesse de fato a linguagem científica, a esse entendimento significa uma leitura da ciência de forma que a análise esteja presente e que permita ao indivíduo identificar, em um documento científico, diferentes tipos do mesmo.

Ou seja, que reconheça que a ciência não é uma produção uniforme, linear, mas fruto da produção de uma sociedade em uma determinada época; que saiba fazer uso da linguagem científica; que saiba argumentar e conectar evidências e dados empíricos a idéias e teorias e que, por fim, saiba informar e convencer outras pessoas a tomar ações baseadas nas idéias relacionadas à ciência.

A mudança nesta visão ocorreu por conta de inúmeros fatores, o primeiro deles é a relação que se estabelece atualmente entre ciência e história e entre ciência e a aplicação da informação e comunicação tecnológicas.

Outro fator relacionado a esta mudança decorre do fato de a ciência sair de uma perspectiva lógico-matemática, para outra cujo enfoque está na ciência cognitiva e sua relação com a linguagem, com os diferentes usos e sentidos das palavras utilizadas na transmissão da ciência.

Verifica-se aí um aumento no número de obras que tratam a respeito da influência de aspectos culturais na aprendizagem, no trabalho com a argumentação científica, entre outras questões similares.

Segundo LANGER e APPLEBEE (1997), por exemplo, identificaram nos trabalhos escritos dos alunos, a inabilidade destes em discutir os temas propostos com profundidade, evidenciando aí a dificuldade de transmissão da ciência.

Outro problema que essa constatação revela é ode que ler ciência é diferente de compreendê-la, muitas vezes os alunos lêem, mas não compreendem aquilo que leram.

Na leitura, o sujeito deve ser capaz de reconhecer as palavras e, mais que isso, compreender os sentidos daquilo que leu, o quenão foi verificado o trabalho de LANGER e APPLEBEE.

Para GOOD, SHYMANSHY e YORE (1999), a ciência é uma forma de descrever, compreender e argumentar sistematicamente os fenômenos naturais observados. Neste sentido, a natureza da ciência é filosófica e parte de uma determinada verdade para o modelo de resolução de problemas, onde o próprio conhecimento entendido como verdadeiro e questionado émuitas vezes refutado.

Em relação à utilização da linguagem, comprovou-se que desde 1970 os livros didáticos apresentam o mesmo tipo de argumentação e uma linguagem acima do grau de leitura do público a que está destinado.

Para os cientistas mais tradicionalistas há a crença de que a função do texto é a de apresentar ao leitor informações de todo o processo de construção do conhecimento.

A discussão que há é do cientista/ elaborador do material para outro cientista/ elaborador do material. Já para a ciência pós-moderna, o texto tem função social, ou seja, é carregada de mensagens implícitas de gêneros, classes, etnias e até de poder. Para estes, o conhecimento cientifico é produzido e não descoberto.

Desta forma, o aprender com a razão adquire um sentido ainda maior, já que passa a exigir do sujeito uma maior participação, ou seja, que ele saiba utilizar-se de idéias e fazer uso da ciência, mas que também saiba utilizar as palavras de maneira apropriada, que tenha a habilidade de construir porele mesmoos argumentos científicos.

Enfim, quando se trabalha em sala com ciência humana, deve-se ter em mente a necessidade de ela ocorrer a partir da experiência/ vivência de cada sujeito, deve-se enfatizar o trabalho com levantamento de questões que levam o aluno a construir hipóteses sobre aquilo que está observando, a entender o mundo do ponto de vista científico, a fim de ajudá-lo a elaborar sua argumentação.

2 FORMAÇÃO DO DOCENTE EM GEOGRAFIA

Trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através da capacidade física e mental, dentro disso fazer o que realmente gosta, porém o trabalho é muito mais do que isso é a condição básica e fundamentalmente de toda a vida humana.

Para haver um trabalho precisa-se buscar uma formação na área em que vai atuar, com isso iremos analisar o perfil, habilidades para a formação de um docente.

Segundo Paulo Freire (1988) traduz a importância de o docente estar preparado para realmente ser um educador, no sentido mais completo da palavra, "Somente quem escuta paciente e criticamente o outro fala com ele, mesmo que, sem certas ocasiões precise falar a ele: o que jamais faz quem aprende a escutar para poder falar impositivamente".

A escola da vida nos ensina muito, mas é preciso que estejamos atentos para podermos assimilar suas inúmeras lições, e estas, no âmbito acadêmico, se fazem presentes de forma ainda mais contundente.

Os centros formadores, ciente da sua responsabilidade, devem preparar seus alunos, futuros professores, não apenas para aplicar conteúdos, mas também para ser um facilitador na busca de uma compreensão maior, de um olhar crítico e reflexivo sobre o mundo.

O papel da formação vai além do ensino, pois envolve a capacidade de criar espaços de participação, formação e reflexão a fim de que os indivíduos aprendam e tornem-se capazes de lidar com as dificuldades e mudanças que surgirem e menos dependentes do poder econômico, político e social.

É imprescindível, portanto, a formação de um profissional docente prático-reflexivo, dotado de conhecimentos e habilidades e principalmente capaz de refletir sobre a sua própria prática.

Segundo a Revista de Educacional [...] É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vai ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao for-mar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar são ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem deiscência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.[...]

(Freire, 1996, p.12)

Constatar a necessidade urgente de superar as deficiências da formação do professor para enfrentar a complacidade das múltiplas relações entre o conhecimento geografico e o mundo em movimento.

3 METODOLOGIA NA APLICAÇÃO DAS AULAS DE GEOGRAFIA

Entender a escola como o lugar onde o aluno organiza seu conhecimento, compreende os conceitos científicos e que esse conhecimento é um produto social, tem sido alguns dos enfoques nos estudos de quem trabalha na área de Ensino de Ciências Humana e Didática.

Estudos relacionados ao ensino de Geografia, como por exemplo os de SCHOUMAKER (1999) e CASTELLAR (2005), têm mostrado a necessidade de se pensarem soluções eficazes para que ocorra, por parte do aluno, uma aprendizagem voltada à compreensão do conceito de uma forma que se integre às diferentes áreas do conhecimento.

Outros estudos propõem uma aprendizagem na qual o papel do professor seja o de intermediário na construção de conhecimento e que considere que os alunos vão para a sala de aula com hipóteses que a própria vida cotidiana lhes oferece.

Aparentemente, essa discussão já está superada. No entanto, WOLPERT (1993) e BACHELARD (1996) afirmam que é muito fácil encontrarmos o oposto disso no dia-a-dia da sala de aula, daí a importância dos estudos que promovam a articulação entre a teoria e a prática, entre pensamento científico e escolar.

Em um curso de formação de professores ocorrido no ano de 2007, constatamos a aplicação de algumas atividades que fazem parte do universo senso comum do ensino de Geografia, ou seja, aplicações que todos os professores fazem, cujos pressupostos teóricos que asembasam já estão superados.

As atividades desenvolvidas pelos professores eram: elaboração do trajeto casa-escola, trabalho com fotos para que os alunos compreendam as transformações que determinados espaços sofreram no tempo, ou ainda recorte de notícias dos jornais para trabalharem fenômenos climáticos (chuva, tornado, entre outros).

Quando se pretende trabalhar com conceitos de lugar, cidade ou campo, essas atividades são apresentadas como sugestão, seja pelos livros didáticos, seja pelos estudos presentes em dissertações e teses de doutoramento.

No entanto, o que constatamos é que muitas vezes o professor, ao realizar rotineiramente esse trabalho em sala de aula, acaba não percebendo a dimensão do porque de se fazer tais atividades.

Não havendo uma real compreensão dos objetivos, chega a reproduzi-las diversas vezes, sem pensar no significado que os alunos dão ao conteúdo desenvolvido e sem pensar também na possibilidade de se fazerem alterações.

Como resultado, a atividade acaba por tornar-se, ao longo do tempo, sem sentido e os alunos, desmotivados para a aprendizagem.

Há diversos trabalhos na literatura científica que reforçam a necessidade de se pensar em novas estratégias de aprendizagem, articulando ciência e sala de aula.

4 METAS DE APICAÇÃO

Sugerir a aplicação do conteúdo, a utlização de outras linguagens no ensino da Geografia, como integrar a música, poesia, teatro, cinema, pintura, fotografia entre outras.

Demonstrar os materiais necessários e os disponíveis para a análise do Conteúdo, avaliar a dinâmica da aplicação do conteúdo e relacionar os dados do docente e sua aplicação.

Analisar as conseqüências da mal formação Docente períodos posteriores a suas ocorrências e Colocar em pratica os projetos estendendo aos alunos da sua escola onde atua.

Hierarquizar o conteúdo do texto, identificar e acompanhar o raciocínio do autor e suas conclusões e as bases que as sustentam, os materiais gráficos e Cartográfico e outras linguagens, quando associadas aos conceitos e conteúdos da disciplina, ampliam as oportunidades de compreensão do espaço geográfico e de entendimento do mundo.

Cada um de nós tem maior facilidade com um meio de expressão, criação, ao utilizar diferentes linguagens, o professor deve estar aberto para outros caminhos de descoberta, por uma aula dialógica, participação e interação aluno-aluno e professor- aluno.

A Linguagem verbal-escrita é a mais utilizada na escola, deve-se considerar a diversidades de linguagens e as especificidades de cada uma.

Exercitar a produção interpretação para a elaboração de discurso e comparação de pontos de vista, compreender e respeitar as linguagens como manifestação culturais.

Segundo Santaella a linguagem é uma gama incrivelmente intrincada de formas sociais de comunicação e de significação que inclui a linguagem verbal articulada, mas absorve também, inclusive, a linguagem dos surdos, o sistema codificado da moda, da culinária e tantos outros.

(SANTANELLA, 1983)

Na utilização da interpretação de mapas, com isso resgata o espaço vivido, revelam como os lugares são compreendidos, apresentam valores simbólicos e traços sócio culturais e principalmente sinalizam percepções futuras não só nos mapas, mais também com a utilização de fotografias, paisagens e pinturas.

Podemos Constatar que existe uma confusão entre o conceito de paisagem para a Arte e para a Geografia.

Na Geografia é a relação entre os elementos naturais e sociais e na Arte é a representação da paisagem geografica feita por um artista.

As atividades com pinturas podemos contribuir para a relação estética entre o individuo e o entorno motivicando os elos afetivos com a paisagem.

sendo assim todas as formas de linguagem pode ser um recurso didático para o ensino de geografia, basta o docente ter a percepção de entendificar as caracteristica de cada turma para adaptação da utilização de uma linguagem.

5 CONCLUSÃO

Constatei que fazer parte da formação de futuros profissionais preparados, não só com o certificado mais sim com o conhecimento claro de tudo que aprendeu no decorrer dos anos letivos e saber que o professor fez parte do sucesso e não do fracasso que o sistema hoje nos retrata.

Essa realidade pode ser mudada com o docente comprometido com a educação prática e não verbal.

Propor mudanças na forma de aplicação das aulas em geografia adaptar aulas diferentes usando as linguagem abortadas, tecnologia, enfim fazer a diferença na educação de uma escola que continua a ser um tempo-espaço de produção de conhecimento em que ensinar e em que se aprender, compreender, contudo ensinar e aprender de forma diferente, em que aprender já não pode ser este esforço de transmissão do chamado saber, em que passa de geração a outra e aprender não é a pura recepção do objeto ou do conteúdo transferido, pelo contrario, girando em torno da compreensão do mundo, dos objetos, da criação, da exatidão científica, do senso comum.

6 REFERÊNCIAS

BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Ed. Contraponto, Rio de Janeiro, 1996.

CARDONA, F., Didática em Geografia e História. São Paulo, Ed Cortez & Marais Ltda 2002.

PESSOA DE CARVALHO, A. Pesquisa em Ensino de Ciências no Brasil e suas metodologias. Ed. Papirus, Rio de Janeiro, 2005.

FREIRE, Paulo, Conscientização Teoria e Pratica da Libertação. Ed Cortez & Marais Ltda. São Paulo.1979.

FREIRE, Paulo, Medo e Ousadia & O Cotidiano do Professor. Ed Paz e Terra. Rio de Janeiro.1986.

CONICO, Camila; JORGE, Camila. Metodologia do Ensino de Historia e Geografia. Pós Graduação Uniter, Núcleo de Materiais Didáticos, Curitiba, 2009.


Autor: BIANCA NUNES DE OLIVEIRA


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