O HOMEM É APENAS PARTE DE UM TODO MAIOR






Para trazer a lume o exemplo do homem como um ser sociável, pergunto: o homem é influenciado pelo meio, ou o meio é influenciado pelo homem? A esse tipo de questionamento, a princípio, o filósofo denominou paradoxo cíclico de causa e efeito (algo cuja existência depende outra, que por sua vez é a causa da existência de algo - como a celebre pergunta de quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha), sabiamente por fim, chegou-se ao entendimento de que a causa e o efeito (neste caso), no tocante ao meio e ‘sua parte’, o homem, se fundem. Tanto o meio vai influenciar o ser humano como também ele próprio acabará influenciando o meio em que vive. É uma troca constante, uma interdependência incontestável (pelo menos até a presente data, uma verdade).

 

Da mesma forma que o meio cultural é o acúmulo de conhecimentos adquiridos ao longo do tempo da existência humana, este meio acaba influenciando também as ações do homem. Essa constante reciprocidade, troca, no meio ambiente natural, qual explicamos no parágrafo acima, não está inserido somente o homem e o ambiente, o que seria lógico a começar de que somos apenas uma pequena parte do universo (uma verdade até agora inconteste), por isso dizemos e podemos comprovar na prática que o meio ambiente natural, não é estático, está em constante movimento, independentemente de o homem estar inserido em seu bojo. Claro que o homem é uma ‘parte’ que pode e vem acelerando tal dinamismo (quer seja em função de teses e correntes de pensamento ou por novas tecnologias desenvolvidas por ele).

 

Mas e o meio cultural? Será que é algo exclusivo do pequeno universo humano? Diante da inconteste sinergia do mundo que ora apresentamos, não, não podemos afirmar que o meio cultural está blindado das interferências do meio natural e vice versa. Para ilustrar vou citar um fato do nosso cotidiano. 

             No tempo em que era criança, meus pais me ensinaram que antes de tomar banho, tinha que urinar no vaso sanitário, atualmente, vê-se propagandas na televisão ensinando nossas crianças a fazer o “xixizinho” na hora do banho. Tudo isso, porque a própria percepção cultural ultrapassada e por incrível que pareça científica, nos dizia que a água era um bem inesgotável, o que na realidade, de forma genérica de fato é, ela simplesmente vai mudar de estado físico (lembra do ciclo da água que estudamos na escola?), mas de que água estamos nos referindo? Isso mesmo, chegou-se a uma concepção mais aprimorada do que seja água, conceitos generalizados já não nos servem mais... em contra partida, a natureza, o meio natural, está sinalizando a falta de água potável para consumo humano no mundo.

 

O exemplo deixa clara a interferência do meio natural (a água como bem escasso) na cultura, nos hábitos da sociedade contemporânea, que aos poucos e diante da necessidade de se preservar os recursos hídricos do planeta, com certeza irá se solidificar.

 

Diante do exposto, porque então tanta resistência em aceitar que precisamos proteger o meio ambiente? Que todos somos um, ou seja, somos parte de um todo? Persistir em um antropocentrismo da idade média e se considerar em apartado do mundo é uma tolice que pode levar nossa espécie a bancarrota. É preciso repensar o meio ambiente com um pouco mais de seriedade (com racionalidade) e abandonar o que denomino ‘normose consumista’. Vê-se necessário sair da atual zona de conforto mental em que os homens se encontram...


Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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