Comodismo no ambiente de trabalho: para mim é mais fácil!



 

            Acomodar-se significa não fazer, pois um outro alguém irá fazer no meu lugar. Por isso, para mim é mais fácil!

            Não há com o que se estressar, pois “passei adiante”. Mas infelizmente estou passando mais coisas intrínsecas nessa minha atitude. Estou passando a falta de responsabilidade, estou delegando aos outros minha incapacidade de fazer atividades simples, corriqueiras e até banais, pois para mim, o que passo, e eu somente passo para outro fazer, porque são atividades banais, sem importância.

            Aí vem a reflexão: e se fosse o contrário?

            Aí vem a resposta: ainda bem que não é!

            E por agir e pensar de uma forma retrógrada, atrasada, medíocre e sempre com minha visão reduzida da vida, das pessoas e do “meu ambiente de trabalho”, a resposta será sempre um clichê.

            De repente meu trabalho virou isso: 8:00 às 12:00 horas (sem olhar para o lado)... Chegou a hora do almoço (não via a hora!)...

            Das 13:00 às 18:00 horas... É hora de dar tchau!

            Mas não é simplesmente um tchau, pois o ato de virar as costas e “esquecer de tudo” me faz ser cômodo e irresponsável.

            O essencial dessa exemplificação (para muitos um modelo), é que se repense as coisas fáceis demais no ambiente de trabalho.

            Porque eu tenho alguém que lê (não por mim, mas já está valendo) tira de mim o peso e o sacrifício de “perder tempo” lendo todas aquelas alterações chatas, e que enchem minha caixa de e-mails.

            Porque eu tenho alguém para fazer os arquivos, livros, faturas, correspondências (nossa que alívio ter alguém nessas horas) eu simplesmente “banalizo” o trabalho deste alguém.

            Não valorizo, mas fico aliviado. Não valorizo (com o devido merecimento), mas fico feliz em saber que é mais um “serviçinho” que não precisarei “gastar meu precioso tempo”.

            E porque eu tenho alguém para ligar por mim (nossa, isso sim é uma conquista pessoal minha), não preciso pesquisar em uma lista de contatos, digitar a minha senha de liberação do telefone, e daí sim ligar para quem eu desejo falar (desejo não, mas por obrigação...).

            São nesses pequenos comodismos que estão instaladas minhas facilidades no ambiente de trabalho. Coisas fáceis, que tenho em mãos, não me esforço.

            Valorizar o outro? Para que? Minha parte está feita, bem ou mal, mas está sendo feita.

            Talvez eu esteja enganado... Na verdade estou me enganado com essas facilidades vindas do esforço e dedicação dos outros. E não posso me considerar um profissional bom se me aproveito e me “vanglorio” com o suor dos outros.

            É como um dono de sauna que ganha a vida com o suor dos outros!

            Mas fazendo esta auto-crítica sobre minhas atitudes, no que posso fazer pelo outro (embora não haja a contrapartida e isso não deve ser o fator maior), nas atividades dele que são muitas e tomam muito tempo... Enfim...

            O bom entendimento profissional (se é que eu quero isso para mim) está preso a maneira como trato o outro e aquilo que ele faz. Não posso me omitir, pois ver alguém em dificuldade e não fazer nada é omissão: crime!

            E eu não quero mais cometer um crime a cada momento, por que não tenho tempo (muito por falta de organização própria) e porque tem alguém que me faz as coisas, faz meu trabalho, não posso...

            Aí vem a reflexão: e se fosse o contrário?

            Aí vem a resposta: eu talvez não suportasse com a mesma paciência, dignidade e profissionalismo como o outro o faz.

            Conclusão: cada um que tire suas próprias!


Autor: Johney Silva


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