A TRANSDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM
Rodrigo Gonçalves Costa[1]
Marta Sauthier[2]
RESUMO
A formação do acadêmico de enfermagem deve ser considerada no contexto de uma formação voltada para uma assistência de qualidade eadequada, que atenda os anseios da política de saúde proposta. Para tanto, a Transdisciplinaridade e seus desdobramentos, podem ser vistos como um investimento na formação desse indivíduo. A atual situação, nos aponta uma formação fragmentada e esfacelado doser humano. Dessa forma, o objeto do nosso estudo é a Transdisciplinaridade na formação do futuro enfermeiro.A questão norteadora é uma análise que envolve teoria e prática que interferem no processo de ensino e aprendizagem. Os objetivos são descrever a Transdisciplinaridade e seus pilares, a formação do conhecimento e enfatizar a importância do pensamento crítico e de uma visão holística na formação acadêmica desse profissional. Justifica-se pela importância da cognição na formação capacitada e consciente com uma visão (trans) disciplinar e (trans) cuidar. Nosso estudo irá fornecer subsídios para mais adequadamente conduzirmos o processo ensino aprendizagem assim, como agregar novos conhecimentos a estudos já realizados.
A TRANS - EDUCATION IN THE ACADEMIC OF NURSING
ABSTRACT
The academic training of nurses should be considered in the context of oriented training assistance of a quality and appropriate, that meets the aspirations of health policy proposal. To that end, the Transdisciplinaridade and its developments, can be viewed as an investment in training that individual. The current situation, pointing in a fragmented and training esfacelado of human beings. Thus, the object of our study is the Transdisciplinaridade in shaping the future nurse. The guiding question is an analysis involving theory and practice to interfere in the process of teaching and learning. The objectives are to describe the Transdisciplinaridade and its pillars, the formation of knowledge and emphasize the importance of critical thinking and a holistic view on education of a trader. It is justified by the importance of cognition in training trained and aware with a view (trans) disciplinary and (trans) care. Our study will provide subsidies to better conduct the teaching learning process as soon as new findings add to studies already carried out
PALAVRAS-CHAVE: Transdisciplinaridade, Ensino e aprendizagem,Enfermagem, Educação e saúde.
- INTRODUÇÃO
O conhecimento aparece como uma relação entre esses dois elementos. Nessa relação, sujeito e objeto permanecem eternamente separados. O dualismo do sujeito e do objeto pertence à essência do conhecimento. (HESSEN, 1999).
No entanto, essa relação interliga sujeito e objeto, faz com que o sujeito tenha a função de aprender o objeto, e de o objeto se apreendido pelo sujeito. E então se define que o conhecimento é uma determinação do sujeito sobre o objeto. Logo o único papel do objeto é ser aprendido, e o do sujeito de construtor do conhecimento, agindo de forma ativa no processo de aprendizagem e agregando novos saberes à cerca do objeto estudado.
É possível dizer que o conhecimento surge a partir da curiosidade do sujeito em relação ao objeto, e o objeto em si nada pode sem o sujeito, e nesse encontro entre as partes, relacionando-se surge o conhecimento puro em si próprio, o conhecimento com ausência de contradições, onde seu conteúdo concorda com o objeto estudado. Mas não estamos tratando de conhecimento empírico, mas o conhecimento cognitivo aprimorado pela pesquisa, pelas relações, por novos saberes agregados à medida que o processo avança e se estabelece.
O conhecimento é antecipatório. Ele nos poupa de termos de reinventar o mundo em cada ocasião em que somos confrontados com o novo de uma determinada realidade. Ter uma noção dessa realidade significa ser crítico e autoconscientemente conciso de ambos os pesos lançados na balança de valores: nós mesmos e a realidade dada. É um aprendendo a conhecer, um conhecendo como reconhecer, um aprendendo como aprender. (BASARAB, 2002).
É por isso que transformar a experiência educativa em pronto treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. (FREIRE, 1996).
O pensamento deve ser produtivo, devendo ocorrer depois de um período de incubação, onde a análise permita, perceber o problema, identificar os fatores, e preencher as lacunas que faltam através da informação. O pensamento produtivo é o pensamento crítico, onde todas as possibilidades são analisadas, sob a influência crítica e positiva do problema, a fim de encontrar subsídios que fundamentem a ação e a tomada de decisão.
Este princípio da enfermagem bastante propagado, o de assistir o indivíduo como ser complexo fica aquém das expectativas uma vez que é priorizado o aspecto tecnicista. Não se questiona a necessidade de desenvolver a competência técnica do acadêmico de enfermagem, porém o desenvolvimento de habilidades não pode só limitar-se a questões centradas no agir, mas também no sentir. Faz-se necessário enfatizar a compreensão do outro, o respeito ao outro na sua complexidade, já que a função precípua do enfermeiro é o cuidado ao ser humano.(CAMILLO, 2004).
A busca pelo conhecimento ou do conhecimento, nos traz a necessidade de relações mais fortes, maduras, no que se refere ao outro, e ao próprio eu como sujeito, como atuante no processo, é ter uma visão holística e imparcial do mundo, e entender separadamente todas as partes que compõe de fato o processo. É um estado de construção constante, de metamorfoses, um desenvolvimento em espiral, que nunca cessa e que alterna entre início e fim, num constante vai e vem, que nos permite reconstruirmos a todo instante, exercitando nossa própria consciência à cerca de quem realmente somos, e qual o nosso papel diante das crises e das imperfeições.É nos confrontamos com a máxima de que nenhum saber é absoluto e imutável. Segundo Teixeira (1996), a visão holística força um novo debate no âmbito das diversas ciências e promove novas construções e atitudes.
O grande desafio lançado à educação neste início de século é a contradição entre, de um lado, os problemas cada vez mais globais, interdependentes e planetários, e do outro, a persistência de um modo de conhecimento que privilegia os saberes fragmentados, parcelados e compartimentados. Por isso, há urgência de uma reforma da educação, de valorizarmos os conhecimentos interdisciplinares ou, pelo menos, promovermos o desenvolvimento no ensino e na pesquisa de um espírito ou mentalidade propriamente transdisciplinar.(JAPIASSU, 2006).
Aprendemos muito bem a separar. Separamos um objeto de seu ambiente, isolamos um objeto em relação, isolamos um objeto em ralação ao observador que o observa. Nosso pensamento é disjuntivo e , além disso, redutor: buscamos a explicação de um todo através da constituição de suas partes. Queremos eliminar o problema da complexidade. Este é um obstáculo profundo, pois obedece à fixação a uma forma de pensamento que se impõe em nossa mente desde a infância, que se desenvolve na escola, na universidade e se incrusta na especialização; e o mundo dos experts dos especialistas maneja cada vez mais nossas sociedades. (MORIN, 1996)
Quando se aprende o saber fragmentado, tem-se a tendência de ensiná-lo também fragmentado, e isso nos coloca num ciclo pernicioso, que de todas as formas precisa ser quebrado, no entanto, se a reconstrução não é permitida, como construir novas relações e agregar novos valores e conhecimentos? Como dizer que ensino de forma interdisciplinar, se nem o conceito e aplicabilidade tenho ciência? Na verdade trata-se de um grande paradigma, e há muitos anos, estamos classificando processos de forma equivocada, estamos vivenciando um saber esfacelado.
É hora de pensar na abordagem do ser humano, baseado na totalidade e não nas partes, baseado no conhecimento, chegada a hora de ver o ser como todo, integrando- se a ele mesmo e aos outros, onde os conhecimentos se interagem, se complementam, se suplementam, se implementam. Olhar o ser humano como parte da natureza, do planeta, do universo.
Sujeito é o eu que se coloca no centro do mundo, ocupando seu próprio espaço. Sua concepção é complexa, por isso o eu precisa da relação com o tu e ambos pertencem ao mundo. O sujeito emerge ao mesmo tempo em que o mundo a partir de sua auto-organização, que é a capacidade que o ser humano tem de transformar-se, sempre.(MORIN, 1980).
A introdução da interdisciplinaridade está condicionada a mudança de atitude e na relação entre quem ensina e quem aprende. É o respeito a globalidade – a cognição, ação, emoção, intuição, espiritualidade, de forma indissociável, assim como a totalidade de suas relações como meio físico.
A transdisciplinaridade, diz respeito ao que está ao mesmo tempo, entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de todas as disciplinas, englobando e transcendendo o que passa por todas as disciplinas, reconhecendo o desconhecido e o inesgotável presente em todas elas, tentando encontrar seu ponto de interseção e um vetor comum. Onde os pilares são: Vários níveis de realidade (considerar cada problema não mais a partir de um úniconível de realidade); Lógica do terceiro incluído (não mais esperar encontrar a solução de um problema nos termos de "verdadeiro" ou "falso" da lógica binária, mas recorrer às novas lógicas); Pensamento complexo (reconhecer a complexidade intrínseca do problema, isto é, a impossibilidade da decomposição desse problema em partes simples, fundamentais). (NICOLESCU, 1999).
E ainda assegura MORIN (2005) que os sete princípios para gerar um pensamento do contexto e do complexo são:
1.Os princípios sistêmicos ou organizacionais, que liga o conhecimento das partes ao conhecimento do todo, segundo o elo indicado por Pascal "Considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, tanto quanto conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes".
2.O princípio "hologrâmico" põe em evidênciaeste aparente paradoxo das organizações complexas, em que não apenas a parte está o todo, como o todo está inscrito na parte.
3.O princípio do circuito retroativo, introduzido por Nobert Wiener, permite o conhecimento dos processos auto-reguladores. Ele rompe com o princípio da casualidade linear: a causa age sobre o efeito, e o efeito age sobre a causa, como no sistema de aquecimento, em que o termostato regula o andamento do aquecedor.
4.O princípio do circuito recursivo ultrapassa a noção de regulação com as de auto produção e auto-organização. É um circuito gerador em que os produtos e os efeitos são, eles mesmos, produtores e causadores daquilo que o produz.
5.Princípios da autonomia/dependência (auto-organização) e os seres vivos são seres auto-organizadores, que não param de se auto-produzir e, por isso mesmo, despendem energia para manter sua autonomia.
6.O princípio dialógico justamente de ser ilustrado pela fórmula de Heráclito. Ele une dois princípios ou noções que deviam excluir-se reciprocamente, mas não indissociáveis em uma mesma realidade. Deve-se conceber uma dialógica ordem/desordem/organização desde o nascimento do universo: a partir de uma agitação calorífica (desordem) onde, em certas condições (encontros aleatórios), princípios de ordem vão permitir a constituição de núcleos, átomos, galáxias, estrelas. Sob as mais diversas formas, a dialógica entre a ordem, a desordem e a organização nas inúmeras inter-retroações, está constantemente em ação nos mundos físico, biológico e humano.
7.O princípio da reintrodução do conhecimento em todo conhecimento. Esse princípio opera a restauração do sujeito e revela o problema cognitivo central: da percepção à teoria científica, todo conhecimento é uma reconstrução/tradução feita por uma mente/cérebro, em uma cultura e época determinadas.
No nosso caso, a saúde para ser holística precisa ser estudada como um grande sistema, como um fenômeno multidimensional, que envolve aspectos físicos, psicológicos, sociais e culturais, todos interdependentes e não arrumados numa seqüência de passos e medidas isoladas para atender cada uma das dimensões apontadas. É necessário tirarmos a transdisciplinaridade de apenas um espírito ou mentalidade.
A transdisciplinaridade abre caminhos para uma assistência global, uma assistência que atenda o outro de todas as formas e em todas as possibilidades, não pode haver lacunas entre o ser biológico e o ser psicossociocultural. Os docentes estão ou não capacitados a sair do contexto técnico instrumental cuja herança foi deixada pela era reducionista que pregava a divisão de tudo?
Não pode haver a divisão da realidade, do sujeito em partes, assim como entendê-lo de forma racional, devem-se agregar valores ao sujeito, uma junção entre o que se é, o que se pretende, como se age e do que espera, dando a mesma importância ao relacionamento interpessoal assim com as técnicas.
A transdisciplinaridade se coloca como a postura mais adequada para se trabalhar os conhecimentos, atualmente compartimentados. É necessário que haja a criação de espaços, de interação entre os especialistas das diversas áreas do conhecimento, proporcionando discussões, aproximação, interação, ou seja, buscando a transdisciplinaridade para o favorecimento de uma compreensão mais abrangente, em busca de um sentido mais humano para o conhecimento (CAMILLO, 2006).
Mas qual seria a função social do enfermeiro? Seria apenas aquele descrito nos programas de saúde propostos pelo Ministério da Saúde? Qual o papel social do futuro enfermeiro em fase de formação? Seria sem dúvidas transformando a realidade, um ser social interage, escuta, trabalha, almeja, fornece, planeja, implementa, idealiza, cria novos níveis de realidade que assegurem seu papel como enfermeiro e como agente social, entendendo seu papel como constituinte do todo, sendo apenas uma parte.
De acordo com Ribeiro (1999), numa perspectiva de totalidade, o homem é concebido como um ser em relação que influi e sofre influências do meio natural e de outros homens. Consequentemente, este homem encontra-se em permanente mudança, fato que atribui à educação, a característica de processo, de continuidade, de interminabilidade, de infinidade. A educação e o educar-se são um processo de comportamento com a realidade, com o cotidiano que está diante de mim e que acontece a todo instante.
De acordo com Nicolescu (1997) o CIRET, elaborou em colaboração com a UNESCO, o projeto "A evolução Transdisciplinar na Universidade", propondo alternativas para se chegar a transdisciplinaridade e são elas:
·A criação de institutos de pesquisa do sentido (que diz respeito ao investimento na formação de professoras voltados para transdisciplinaridade);
·Tempo para transdisciplinaridade (devotar 10% do tempo de ensino de cada disciplina a transdisciplinaridade);
·Criação de ateliês de pesquisa transdisciplinar (as universidades devem criar ateliês de pesquisa transdisciplinar, livre de qualquer controle ideológico, político ou religioso, que congreguem pesquisadores de todas as disciplinas. Incluindo músicos, poetas e artistas de alto calibre, em projetos universitários específicos, a fim de se estabelecer um diálogo acadêmico entre várias abordagens culturais);
·Criação de centros de orientação transdisciplinar (centros de orientação transdisciplinar serão destinados a fomentar vocações e a permitir a descoberta das possibilidades escondidas em cada pessoa);
·Criação de ateliês pilotos de transdisciplinaridade e espaço cibernético (é recomendado encorajar e desenvolver todos os meios técnicos disponíveis, tendo em vista, dar a educação transdisciplinar emergente a requerida dimensão universal, promovendo globalmente o domínio público da informação);
·Criação de uma cadeira itinerante da UNESCO e de teses transdisciplinares de doutoramento (essa cadeira pode ser apoiada pela criação de um site na Internet que prepararia a comunidade internacionale universitária para a descoberta prática e teórica da transdisciplinaridade. A meta é colocar tudo em seu lugar a fim de que a semente do pensamento complexo e da transdisciplinaridadepossa penetrar as estruturas e programas das universidades do amanhã);
·Desenvolvimento da responsabilidade (recomenda-se às universidades fazerem um apelo a favor da estrutura de uma abordagem transdisciplinar, notadamente no que tange a Filosofia da natureza, a Filosofia da História, e a Epistemologia, com o objetivo de desenvolver a criatividade e o sentido da responsabilidade dos líderes do futuro. É preciso introduzir cursos, em todos os níveis, a fim de sensibilizar e despertar os alunos, para a harmonia entre os seres e as coisas, a fim de assegurar que suas aplicações não contradigam uma ética da responsabilidade perante outros seres humanos e o meio ambiente);
·Criação de fóruns transdisciplinares (para conciliar duas culturas artificialmente antagônicas – a cultura científica e as culturas literária e artística. Recomenda-se também que as universidades organizem fóruns transdisciplinares incluindo a História, Filosofia, e a Sociologia da Ciência e a História da Arte Contemporânea);
·Inovação pedagógica e transdisciplinaridade (é essencial acompanhar o resultado das experiências, dando testemunho das inovações estritamente pedagógicas ligadas a abordagem do ensino transdisciplinar. As Universidades devem encorajar,estimular publicações que registram a analisam os maiores exemplos da experiência inovadora);
·Criação de ateliês regionais e fóruns transculturais na Internet (para que as universidades possam favorecer a visão transcultural, transreligiosa, transpolítica e transnacional).
Há resistências inacreditáveis a essa reforma, há um tempo, uma e dupla. A imensa máquina da educação é rígida, inflexível, fechada, burocratizada. Muitos professores estão instalados em seus hábitos e autonomia disciplinares. Estes, como dizia Curien, são como os lobos que urinam para marcar seu território e mordem os que nele penetram. Há uma resistência obtusa, inclusive entre os espíritos refinados. Para eles, o desafio é invisível (MORIN, 2003).
Segundo Teixeira (2006), o campo da saúde é por si mesmo transdisciplinar, tendo em vista que existem diferentes olhares nesse território, bem como formas de tratamentos e cuidados com o corpo, mesmo nas práticas oficiais de saúde, quanto nas práticas populares. Desse modo, precisa-se refletir inclusive sobre imposiçãode saberes e práticas verticalizadas sobre a população, como únicas, como únicas e verdadeiras para o sujeito encontrar a felicidade.
Conclui que nesse sentido, a junção da categoria afetividade junto com efetividade, contribui para um novo olhar nos cuidados com o corpo de modo que esse enfoque favorece um trabalho contextualizado na saúde e nos seus níveis de atenção. Consequentemente, é imprescindível um trabalho transdisciplinar nas ações de saúde, que inclua os cuidados com o corpo em sua complexidade, compreendendo aspossibilidades e limites desse território.
- METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujas fontes foram bibliográfica, abrangendo livros, revistas, documentos eletrônicos e artigos de sites (BVS, Bireme, Scielo, Lillacs e etc). Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, aprimoramento de idéias, a descoberta de intuições e a descrição das características de determinada população ou fenômeno. (GIL, 2002)
Segundo Minayo (1996) refere que o campo, na pesquisa qualitativa, é o recorte feito pelo pesquisador em termos de espaço, representando uma realidade empírica a ser estudada a partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da investigação.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando o processo ensino aprendizagem, abrimos intensas discussõese identificamos que aTransdisciplinaridade ainda não faz parte do nosso cotidiano como gostaríamos, uma formação que atenda o ser humano em sua totalidade, no seu todo enão apenas nas suas partes, ainda necessita de intensos estudos para que seja possível a sua aplicabilidade prática.
Os investimentos tem sido voltados apenas para Educação em Saúde, no entanto, o foco deveria ser o investimento na formação do profissional, fato que levará a intensas reflexõessobre a política educacional e os sistemas de saúde. Sua meta deve ser a melhoria do sistema e a reforma da educação, que de fato capacitasse o Enfermeiroa assegurar um cuidado que atendesse o ser humano em todas as suas faces.
A vida institucional do setor saúde, requer grande atenção, pois a partir de certos arranjos alcançaremos mudanças significativas, faz-se necessário que as reflexões sobre o processo ensino aprendizagem saiam domicro para omacro, para que a partir dessas reflexões e desses estudos possamos apontar diretrizes que nortearão nossa prática na academia.
A universidade deve ser o local de fomento para a implantação de grupos de estudos e práticas transdisciplinares. Nesse contexto, a extensão permite transmitir à sociedade conhecimentos adquiridos na Universidade e proporcionar aos estudantes intensas reflexões sobre a noção de sujeito, atuante no processo, como construtor de seu próprio conhecimento.
Concluindo, percebe-se que este estudo fornece importantes contribuições referentes àrealidade, pressupondo a importância de sensibilizar os profissionais docentes, e até mesmo os discentes de que somente com uma reflexão a cerca das práticas docentes é que se poderá prestar e garantir uma formação de qualidade e completa.
- REFERÊNCIAS
●MORIN. Edgar. A noção de Sujeito. Novos paradigmas cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
●MORIN. Edgar. Os Sete Saberes Necessários a Educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2003
●NICOLESCU. Basarab. Educação e Interdisciplinaridade. Unesco: Brasília, 2000.
●AMORIN E GOMES. Ana Adelaide Moutinho de, Sybelle Silva Didática para o Ensino superior. Rio de Janeiro: Ed. Gama Filho, 1999.
●LEFREVE. Rosalinda Alfaro . Pensamento Crítico em Enfermagem. Porto Alegre: Artes Medicas ,1996.
●NICOLESCU. Basarab. Que Universidade para o amanhã? Em busca de uma Evolução Transdisciplinar na Universidade. Congresso Internacional de Locarno. Projeto CIRETE – UNESCO. Acesso em 09 de abril de 2004. disponível em: http://perso.club-internet.fr/nicol/ciret
●NICOLESCU. Basarab. O Manifesto da Transdisciplinaridade. Tradução: Lúcia pereira de Souza. São Paulo: Triom. ,1999.
●FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,2003.
●BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de educação. Câmara superior de Educação. Resolução CNE?CES. Brasília, 2001.
●MINAYO. Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social- teoria método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
●BALBACHEVSKY. Elizabeth. A profissão Acadêmica no Brasil. Brasília: Fenadesp, 1999.
●HESSEN. Joannes. Teoria do Conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
●TEIXEIRA, Elizabeth. Reflexões sobre o Paradigma Holístico e Holismo e Saúde. São Paulo: USP, 1996.
[1]Discente do 8º período da FELM/SC -Rio. Bolsista de IC - FAPERJ
[2]Enfermeira. Doutora em Enfermagem. EEAN - UFRJ
Autor: RODRIGO GONÇALVES COSTA
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