DIA 27-10-09 - Texto sobre Gestalt-Terapia



DIA  27-10-09

  Gostaria de escreve algo acerca do livro sobre gestalt-terapia de curta duração. Então para iniciar essa exposição vou dizer que meu contato com a terapia de curta duração foi estabelecido a partir do contato que fiz com a disciplina de psicologia hospitalar da Universidade Federal de Uberlândia durante o segundo semestre de 2009. A psicoterapia breve, ao contrário do que o nome possa indicar, não se define por sua brevidade no tempo cronológico. É, antes de tudo, uma terapia de tempo experencial, existencial e vivencial.
  A questão do tempo é considerada na gestalt-terapia de curta duração tanto que o psicólogo experiente poderia definir qual a sua duração em média. Mas apesar de considerar a urgência de tratar de um sintoma específico, a psicoterapia lida com a totalidade do ser-humano que é o paciente. O sintoma é a "luz sobre o qual se reflete toda a problemática da totalidade do sujeito". A figura encobre o fundo que corresponde à totalidade do humano. A figura corresponde ao sintoma e à demanda de primeira ordem do indivíduo em dado momento de sua vida. Mas o que interessa à gestalt-terapia de curta duração é o fundo que deve ser conscientizado por parte do humano que procura tratamento e traz uma demanda. Esta pode ser clara ou não, dependendo da conscientização que o paciente alcança ao longo do processo de psicoterapia.
  A gestalt-terapia trabalha com o enfoque da teoria existencial-fenomenológica, além de enfocar a questão da teoria do campo e a teoria organísmica e holística do ser humano. Dentro da questão do existencialismo e fenomenologia, a gestalt-terapia de curta duração lida com os conceitos básicos como liberdade, a totalidade do ser-no-mundo, responsabilidade perante as escolhas no mundo, a relação aqui-agora com o paciente, a busca de sentido por parte deste e uma série de princípios que poderiam ser exposto ao longo desta exposição, mas devido ao que estou desenvolvendo nesse texto não serão abordados neste momento.  No caso da teoria do campo, vou fazer uma exposição mais detalhada. De acordo com a abordagem de Lewin, o sujeito e o meio se relacionam de tal forma que não há como haver uma cisão entre ambos. Tudo aquilo que corresponde à totalidade vivencial, existencial e experencial corresponde ao espaço-vital desse mesmo sujeito. O campo na qual o sujeito está inserido não corresponde a um espaço geográfico bem definido. Na verdade, deve ser entendido em função da posição que   cada indivíduo ocupa   diante das forças que estão atuando em relação ao campo como um todo. As relações entre o ser-humano e os outros sujeitos e o mundo atuam na configuração do campo ou espaço vital. A teoria do campo trabalha com o conceito de tensão que produz mudanças na totalidade do sujeito.
 Tensão pode ser definida como uma oposição entre campos de forças. Se distingui de um conflito por corresponder à figura. O conflito corresponde ao fundo que, na terapia da gestalt, deve ser vivenciado com a figura. Ainda mais, Lewin diz que há três formas de conflitos: o sujeito se situa entre duas valências, uma positiva e a outra negativa, entre duas valências negativas ou duas valências positivas.

Um dos conceitos principais da teoria organísmica e holística é do instinto. A primeira forma do instinto corresponde ao relaxamento de tensão. Esta corresponde a uma energia desordenada que ocorre quando sujeito reage com pânico e ansiedade diante de um problema ou situação insuportável. A situação de tensão corresponde a um choque da totalidade do sujeito que se continuar pode trazer perigo ao sistema. O equilíbrio cognitivo, concreto e abstrato deve ser proporcionado ao indivíduo por parte do processo de psicoterapia. O estado de tensão oferece ao indivíduo uma sensação ilusória de tranqüilidade, mas que na verdade pode alterar o equilíbrio do sistema com um todo.
  A finalidade principal de um impulso não corresponde à redução da ansiedade, mas à procura de conseguir prazer. Na psicoterapia, o objetivo é fazer com que o paciente venha a buscar e produzir fontes de prazer novas. O próprio auto-equílibrio depende da busca de prazer. O segundo tipo de impulso corresponde ao da autopreservação. Este se define com a manutenção das capacidades do sujeito preservadas (sua natureza). Nesse segundo tipo de impulso, além do sujeito buscar manter suas capacidades, visa manter certo estado de vida e a não-perturbação nesse mesmo estado.
  A terceira forma do impulso corresponde à auto-atualização. Nesse caso, o organismo funciona como uma unidade que luta para ser mantida a todo custo. O próprio comportamento é considerado como sendo resultado de uma atividade unificada do organismo. Quando surge uma doença, a unidade passa a ser desagregar, sendo que a direção se opõe ao instinto de auto-atualização.


Autor: Otávio Naves Micheloto


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