LUA-DE-MEL AZARADA



Paulinho era apaixonado por Luciana. Ele tinha 17 anos e ela 16. Luciana também era doida por Paulinho. Os dois se amavam apaixonadamente. Havia um porém na família deles, não por causa do namoro, mas por rixa antiga entre os pais.

Os dois tentaram de tudo para conciliar as famílias, mas não havia jeito. Como não havia acordo, os dois resolveram fugir. Por isto combinaram tudo. Para que ninguém desconfiasse, resolveram sair só com a roupa do corpo. Eles sairiam, fariam o ato sexual e depois pensariam no que fazer. Tudo combinado, saíram no outro dia ao escurecer, mas não se sabe por arte de que diabo os pais dos dois descobriram a tramóia. Os dois pais puseram policiais na pista do casal para capturar os dois antes do ato sexual. Eles perceberam e trataram de correr. Entraram numa grande manilha, ali começaram a tirar a roupa quando um trator pegou a manilha e jogou-a num caminhão de lixo. Os dois dentro da manilha gritando por tudo quanto era santo, mas não teve escapatória. O caminhão correu um bom trecho e jogou-os com manilha e tudo no lixão. Os dois, porém, não se machucaram. Caíram num monturo horroroso. Lá de cima avistaram a soldadama que apontava. Correram e começaram o ato sexual no matinho, mas havia uma moita de espinho, onde ficaram embaixo e toda a vez que Paulinho erguia a bunda para cima, batia nos espinhos. Ele não agüentou e os dois foram para baixo de uma outra moita. Ficaram nuzinhos e quanto já estavam chegando ao apogeu, caiu-lhes uma caixa de marimbondo nos braços. Os marimbondos ferroaram os dois em todas as partes, até lá... saíram correndo dali, com os corpos cheios de marcas e doloridos.

Voltaram à cidade por outro lugar. Sentaram numa praça e conversaram esperando as dores se acalmarem. Após duas horas, descobriram que um colega seu tinha montado uma barraca de camping a um quilômetro dali. Foram lá. Encontraram o amigo que cedeu a barraca e saiu, deixando os dois tranqüilos. Eles tiraram a roupa rapidamente e se deitaram. Quando começaram, deu um temporal dos diabos e levou a barraca deles. Ficaram nus no meio dos outros que acampavam. Eles vestiram a roupa rapidamente e se mandaram dali. Quando chegavam perto da cidade, novamente, viram um chiqueiro de porcos e uma barraca por cima a qual tinha um jirau bem forte armado sobre o chiqueiro. Estava coberta de palha como se fosse uma cama dentro de um barraco. Subiram lá e começaram o ato sexual. Os cipós que amarravam os troncos cederam e ambos caíram na lama e se misturaram com os porcos que se viram doidos e saíram espavoridos, pisoteando-se sem piedade.

Com muito custo os dois saíram dali. Foram aum riozinho, lavaram as roupas. Vestiram-se molhadas mesmo. Paulinho disse a Luciana:

- Não é possível viver assim. Vou emcasa, pego uma grana escondida de papai, tomaremos um avião e vamos para outra cidade. Você me espera na pracinha.

Assim ele fez. Roubou a grana do próprio pai, pagou um avião táxi e foram para uma cidade pequena, mas... o avião deu uma pane e caiu na floresta. O piloto morre e eles saíram ilesos. Saíram do avião com muito custo e começaram a andar pela floresta. Sentiram que, pelo menos ali estavam livres, portanto poderiam praticar o ato sexual que tanto desejavam, mas nem bem começaram, apareceu-lhes uma onça enorme, comcara de que não queria amigos. Eles saíram desesperados com a roupa nas mãos. Não sabiam onde estavam, nem o que seria da vida deles. Chegaram a casa de um índio velho. Contaram-lhes a história toda. O índio e a esposa dele ficaram penalizados. Deram-lhes alguns conselhos, perguntaram se queriam voltar à cidade. Como eles não queriam, o índio velho deu-lhes uma barraca velha e ensinou-lhes o trabalho da roça. Ensinou-lhes tudo o que sabia, inclusive fazer coisas para a própria casa.

Hoje quem chegar naquele sertão, encontrará ali o índio Paulinho e a índia Luciana e seus 15 filhos. Eles têm tudo de que precisam lá na floresta, só falta a televisão. Televisão às vezes faz uma falta danada.


Autor: Henrique Araújo


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