Administração Financeira Da Empresa Rural



Empresa Rural (Soja)


O setor de Finanças tem como objetivo atender as necessidades financeiras da propriedade e aplicação adequada dos recursos disponíveis, visando a defesa contra as oscilações na capacidade aquisitiva.

Para se administrar uma empresa, além dos conhecimentos do ramo e de uma boa política de comercialização, é absolutamente necessário controlar a movimentação dos recursos financeiros, pois o capital é o sangue que move o organismo empresarial e deve ser bem cuidado e constantemente monitorado.

A área financeira da empresa, seja ela urbana ou rural, é de extrema importância para empresa, por ela passam os reflexos de todo o fluxo de atividades desempenhadas nas demais áreas – produção, comercialização e recursos humanos. Por outro lado, os seus resultados acabam afetando todo o comportamento estratégico e operacional da propriedade.

A Área de finanças pode ser considerada um espelho, uma vez que reflete o comportamento das outras áreas: se a comercialização não foi boa, cedo ou tarde as conseqüências estarão presentes no resultado financeiro. Isto faz com que qualquer decisão a ser tomada, no presente ou no futuro, precise de informações a respeito da situação atual e das perspectivas da área.

A viabilidade e a implantação de estratégias produtivas, comerciais e de recursos humanos, necessita de um sistema financeiro controlado, que possibilite ao empreendedor rural trabalhar dentro de um horizonte orçamentário planejado. Cabe então um direcionamento de ativos de forma eficaz ou eficiente no decorrer do período. Por exemplo, as condições de compra de uma colhedeira estão muito boas. Então nas estratégias se pergunta: é preciso mesmo uma colhedeira nova? Ela é compatível com a minha área produtiva? Quem irá manejá-la? Então as finanças ajuda a compreender a relação entre custo/beneficio.

A produção de soja está sujeito a diversos riscos, por isso é necessário que o produtor rural tenha uma visão sistêmica do plantio de soja, não somente interno, mas de ambos os lados, pois uma quebra de safra de soja na China afeta o mercado brasileiro de tal forma que pode atrapalhar a comercialização da soja, por isso tem se a necessidade de se conhecer os riscos envolvidos com cada decisão, entre os riscos envolvido na produção de soja está sujeita especialmente as incertezas climáticas, biológicas, econômicas, pessoal, de conhecimento, entre outros, por isso o produtor de soja precisa ter um plano de negocio fundamentado em estimativas e previsões, por mais que tenham sido feitas, há sempre um grau de risco envolvido nos projetos de plantio.

Embora se tenha um grande risco, os pequenos produtores pensam que todo trabalho financeiro deve ser feito pelo contador, porém essa mentalidade está mudando. A função financeira é bem diferente da função contábil, pois a função financeira tem como finalidade a tomada de decisões, e a função contábil, o registro das informações acerca da vida financeira da empresa. Nas pequenas empresas de cultivo de soja a função financeira normalmente está nas mãos dos donos e de acordo com que a empresa vai crescendo esse trabalho é delegado a um responsável, surgindo assim a execução dos controles financeiros, esses controles permitem que o responsável pela área financeira acompanhe a movimentação financeira e auxilia melhor nas tomadas de decisões. Assim como na empresa urbana, os controles financeiros da empresa produtora de soja é o controle de caixa e bancos, que trazem a posição imediata dos recursos, os controles de contas a pagar e a receber, que permitem antever os compromissos a pagar e os direitos a receber. Da união desses controles temos o Fluxo de Caixa, a ferramenta de previsão cada vez mais indispensável na condução dos negócios e na gerência eficaz dos recursos financeiros da empresa rural. 

Outra parte interessante de se deve analisar com afinco é a questão dos custos, pois estes devem ser controlados para que no final do ciclo se obtenha lucro.

Investimentos e Financiamentos


O termo investimento pode ser entendido de maneiras diferentes. Normalmente, entendemos como investimento os gastos com compra de matérias-primas, imobilização de caráter permanente ou não, aplicações financeiras, etc.

Os investimentos é composto de:

  • Investimento fixo – São todos os bens duráveis (máquinas, equipamentos, linhas de telefone, móveis e utensílios, imóveis, instalações, veículos, etc.) com seus respectivos custos de aquisição, necessários à montagem do negócio.
  • Investimentos pré-operacionais -  São todos os gastos feitos antes de se iniciar operacionalmente as atividades da empresa, por exemplo: projetos, analise de mercado, pesquisas etc.
  • Capital de Giro – São todos os recursos necessário para fazer frente a todas as despesas geradas pela atividade produtiva da empresa (compras, giro de estoques, pagamentos de salários, impostos e todos os demais custos e despesas). Na empresa produtora de soja, esse capital de giro deve ser bem administrado, porque caso contrario pode faltar dinheiro.

No inicio ou quando a falta de capital o empresário rural recorre a diversos tipos de financiamentos, oferecidos por bancos, agencias de fomento, e outros. Em alguns casos, uma alternativa bastante viável para produtores que não disponham de recursos próprios nem consigam linhas de financiamentos governamentais, é a formação de parcerias com indústrias que estejam interessadas na compra de determinados produtos agrícolas.

Podemos exemplificar da seguinte forma: uma determinada indústria de que necessita de soja para fabricação de seus produtos, poderá de acordo com suas necessidades, orçamento e disponibilidade de recursos, custear a produção de alguns produtores de sojas, para que tenha a garantia de fornecimento e preço.

Para os pequenos produtores, existem linhas de crédito rural disponíveis no Banco do Brasil e bancos privados, que sejam agentes de repasse de crédito agrícola. O dinheiro do crédito vem de recursos do Tesouro Nacional e é emprestado com juros bem abaixo da média do mercado, sendo a melhor opção para os pequenos agricultores. Além dos recursos do Tesouro Nacional, o crédito rural possui recursos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do qual falaremos mais adiante e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Quando o produtor rural não consegue ter acesso ao crédito agrícola e não dispõe de recursos, muitas vezes acaba procurando alternativas de crédito, como o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ou mesmo o cheque especial. Por serem formas de crédito com elevadas taxas de juros, ou seja, o custo do dinheiro é muito alto, a produção, muita das vezes acaba se tornando economicamente inviável. Contudo, como uma boa alternativa para o custeio da produção e comercialização, o agricultor dispõe do sistema de venda antecipada da safra. Indústrias e tradings (empresas que comercializam a produção agrícola, tanto para compradores no Brasil quanto no exterior), para que possam garantir o fornecimento da safra, financiam o custeio da produção.

O BNDES, em articulação com o MAPA, Ministério do Desenvolvimento Agrário e com o Ministério da Fazenda, desenvolve instrumentos específicos de apoio ao setor. O programa tem o objetivo de fomentar o setor através do financiamento com taxas fixas e encargos financeiros equalizados pelo Tesouro Nacional. Entre as linhas de financiamento do BNDES podemos citar o FINAME Agrícola, FINAME Leasing e o BNDES Automático.

O Brasil é um dos melhores países para se produzir produtos agricolas, tem se grande estensão de terras, o clima é a apropriado, existe muita mão de obra que está disposta a voltar para o campo, em troca de melhoras de vida. O que nos falta é uma melhor administração, deixar de pensar apenas nas empresas urbanas e começar a pensar na profissionalização dos empresarios rurais, para com isso, crescermos. O problema do Brasil é apenas um "Administração".

Fontes: Sebrae, MAPA e BNDES

Autor: Rodrigo Santos Noronha


Artigos Relacionados


Áreas De Atuação De Um Administrador

Empreendedorismo No Brasil

Planejamento Estratégico De Marketing - Métodos E Aplicações

Segurança Nos Sistemas Reforça Os Planeamentos!

MÉtodos E AplicaÇÕes Do Planejamento EstratÉgico De Marketing

O Chão

Dia-a-dia.