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DISCURSO SEM PRÁTICA

De acordo com Menezes, Luis Carlos de (revista Escola, outubro/2009, p. 134) “Ensinar é garantir que os conhecimentos façam um sentido amplo para todos os estudantes, em sua vida para além da sala de aula, ou seja, para que possam efetivamente construir e promover a cultura”. Ao nos depararmos com tal fala, somos convidados a analisar o que, como e para quais fins estamos ensinando nossos estudantes. Atuar em frentes capazes de promover a aprendizagem assegurando a permanência do aluno na escola é também presenciar ativamente momentos diversos do universo escolar, como por exemplo, reuniões para entrega de boletins, encontros administrativos e pedagógicos, ações dedicadas à comunidade, planejamentos, capacitações, entre outros. Propor qualidade para a educação exige percorrer caminhos bem mais amplos do que simplesmente o cumprimento das exigências básicas determinadas pelo sistema, como horário, plano de aula e uso do guarda pó. Talvez introduzir novos conhecimentos à prática diária seja uma das alternativas que encaminhem o aluno a construção do conhecimento, porém, tal inovação precisa estar acompanhada da audácia e da criatividade – o que para mim, são ingredientes insubstituíveis ao processo de criação de um ambiente propício ao surgimento de novas aptidões. Formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres é ultrapassar a barreira do discurso pronto e encaminhar os elementos do universo escolar a praticar ações modificadoras de realidades e não somente manter instituições servindo como instrumento de repasse de informações e acumulando interesses esquerdos ao propósito educacional. Vivemos um excesso de discursos docentes e, em contrapartida, uma carência estrondosa de práticas efetivas capazes de (re)encaminhar estudantes, professores,  gestores e especialistas à alteração de manifestações sociais. Por fim, o momento é de articular a educação elevando-a a aplicação da teoria e não somente da produção textual acerca do assunto – e isso não é unicamente para docentes de formação, mas também, para todos que atuam na área educacional – que não são poucos.

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