A MEMÓRIA COMO PARTE IMPORTANTE DA CONSCIÊNCIA



A MEMÓRIA COMO PARTE IMPORTANTE DA CONSCIÊNCIA

 

Nossa mente possui dois tipos básicos de memória, a “memória de curto prazo” e a “memória de longo prazo”.

A memória de curto prazo nos permite fazer contas de cabeça, lembrar números de telefone por algum tempo ou saber o nome de alguém que conhecemos por algum tempo, proporcionalmente ligada a importância deste.

A memória de longo prazo registra fisicamente as experiências passadas no córtex cerebral, que contem mais ou menos dez milhões de células nervosas, que se comunicam trocando impulsos elétricos e químicos.

Quando um estimulo chega a nossa consciência, uma imagem, som, idéia, sensação, etc., um conjunto de neurônios é ativado, este se denomina “assembléia neuronal”. O pensamento consciente existe quando vários neurônios se unem harmonicamente, construindo uma assembléia, iniciando a formação de um determinado estado de consciência. O que entendemos como lembranças, são ligações de células nervosas. Essa assembléia é diluída quando não utilizada, mas quando ativadas rapidamente, o padrão de ligações se incorpora cada vez mais em nossos tecidos nervosos.

Quanto maior a assembléia, maior será a memória, em termos de intensidade e duração. Quando a assembléia é menor, a memória é curta em intensidade e duração. Quem garante a eficácia da memória é o “hipocampo”, que é uma estrutura bipolar localizada no centro do cérebro. O hipocampo é uma espécie de posto de comando. Quando os neurônios recebem informação sensorial, transmitem-nas ao hipocampo, que permite os neurônios formarem a assembléia.

O “consentimento” do hipocampo defende duas questões:

·         Se informação tem significado emocional, relacionada ao interesse emotivo.

·         Avalia se a informação tem alguma relação com algo que já conhecemos.

Se essa nova informação tiver significado emocional, ou já conhecemos, terá mais facilidade de ser armazenada. O hipocampo também seleciona o que fica na memória imediata ou vai pra memória de longo prazo.

As condições que podem perturbar o hipocampo, prejudicam a memória e a integração da consciência. A doença de Alzheimer, por exemplo, acaba com esse órgão e conseqüentemente a memória. O envelhecimento natural, também causa danos, porem sutis. Estudos sugerem que a massa encefálica diminui, variavelmente, de cinco a dez por cento a cada dez anos. O excesso de álcool ou mau funcionamento da glândula tiróide, a depressão, a ansiedade ou até a falta de estimulo, prejudicam a memória.

 

O ESTRESSE E A MEMÓRIA

Atualmente um problema que está associado ao desgaste da capacidade de fixação, o excesso de informação, que chegam até nós por vários meios, jornal, revista, rádio, televisão, cinema. Carta, e-mail, escola, etc. quando chegam como uma avalanche, superam nossa capacidade de fixação eficaz.

Essa dificuldade de memorização tem a ver com o estresse que em curto prazo, até ajuda nosso cérebro a agir mais prontamente aos estímulos, já em longo prazo, o desgaste supera a eficiência.

Pesquisas mostram que em cerca de 30 minutos, os hormônios do estresse (adrenalina e cortisona) desativam as moléculas que transportam glucose para o hipocampo, deixando-o com pouca energia. Depois de longos períodos, os hormônios do estresse comprometem as ligações entre neurônios e fazem o hipocampo reduzir ao máximo sua ação.

 

ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA

Hipermnésia

A Hipermnésia ocorre quando lembranças causais são evocadas com mais exatidão que normalmente, ou quando se recorda particularidades que não ocorrem na consciência. A Hipermnésia pode ser observada no caso de febre toxi-infecciosas, nesses casos podem aparecer antigas lembranças. Com estimulação hipnótica, aparecem recordações de particularidades muito complicadas, que são revividas.

Na Hipermnésia não existe aumento da memória, mas uma maior facilidade de lembrança dos elementos mnêmicos, ou ainda, experiências de forte carga afetiva.

A Hipermnésia é um fenômeno curioso, podendo ocorrer nele, lembranças que acontecem em estados que precedem a morte ou quando a pessoa está numa situação ameaçadora. Na literatura psiquiátrica há referencias de casos que a pessoa recorda, em poucos instantes, de todos os acontecimentos da sua vida com clareza.

Hipomnésia e Amnésia

A Hipomnésia e a Amnésia são a diminuição do numero de lembranças. A Amnésia é a desaparição completa das representações mnêmicas correspondentes a um indivíduo. Na Hipomnésia o desaparecimento da memória não precisa ser completo, havendo varias graduações entre o nada e a lembrança incompleta.

Existem quatro variedades de Amnésia:

Primeiro - quando nenhum acontecimento atinge a consciência não será possível alguma produção.

Segundo - verifica-se ser possível a compreensão durante algum tempo, porem a capacidade de fixação diminui, não sendo possível reter nada.

Terceiro - quando certos acontecimentos são compreendidos passageiramente, porém as disposições da memória são destruídas. É o que acontece nas Amnésias Retrógradas, após graves lesões cerebrais.

Quarto – Amnésias extremamente acentuadas, de origem psicogênica. Nesses casos, a solução é conseguida por meio de hipnose.

Existem Amnésias Parciais, acontece o desaparecimento de algumas lembranças, não de todas, causadas após traumatismo cerebral ou envenenamento. Quando o indivíduo se limita a certos acontecimentos, mas continua lembrando de outros fatos da mesma época. Essa chamada de Amnésia Catatímica.

Nos estados depressivos, as funções psíquicas estão perturbadas. Os sintomas que se destacam são, tristeza vital, angustia e a inibição da psicomotilidade. Ao lado desses sintomas. Os enfermos se queixam de impotência psíquica que os impede de realizar as suas tarefas, diminuição da capacidade de concentração e enfraquecimento da vontade. Na maioria dos casos, os doentes revelam redução da atividade voluntária global, alem da atividade mnêmica.


Autor: Eveliane Freire Belotti


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