É natural aprender



Quando perguntamos: Alguma dúvida? Após ter explanado um conteúdo e vemos que ninguém pergunta nada, no fundo de nosso ser, no âmago de nossa alma, nos sentimos frustrados porque inconscientemente temos a certeza de que as dúvidas existem e que a negação do entendimento está estampada nos rostos de nossos alunos, então, por que estes alunos não perguntam? A resposta é que mesmo com dúvidas eles não conseguem formular suas perguntas, e isso não é só o processo mecânico de falar e sim o processo de organizar mentalmente suas dúvidas, como obter então de nossos alunos perguntas coerentes e pertinentes ao conteúdo que esta sendo exposto? Muitos colegas já perceberam a facilidade dos alunos  chamarem a atenção do professor quando este esquece de acentuar palavras ou mesmo cortar os “Ts “nos textos escritos no quadro de giz, eles percebem o erro, mentalmente e de posse de conhecimentos anteriores, julgam que realmente está errado a seguir comunicam o professor da falha efetuada por este, quando o professor acentua a palavra ou corta o “T “ citado, percebemos um momento de grande satisfação do aluno, pois ele encontrou uma falha do professor, e este teve que efetuar a correção desta, já notei várias vezes o sentimento de satisfação estampado na face de meus alunos, ele corrigiu o professor. Como “mercenário” a serviço da educação, não poderia deixar passar esta observação, então, testei durante algum tempo uma técnica simples de criar dúvidas em meus alunos, de forma que eles ficassem atentos ao que estava escrito ou sendo falado por mim, a “técnica” consiste em colocar  “barbaridades” no texto como por exemplo:

O nome de Pedro Álvares Cabral modificado para Pedro da Silva Cabral, ou qualquer outra modificação em um nome já conhecido pelos alunos, o interessante é que mal termino de escrever e já “sou corrigido” peço desculpas, digo qualquer coisa como: dormi mal, estou ficando velho. se ninguém perceber, chamo a atenção para “algo estranho” que possa ter escrito, normalmente quando os alunos são inquiridos a perceber as falhas de forma leve e descontraída, quase distraída eles citam onde está errado e o melhor sugerem como seria o correto. Faço a correção e sigo com meu texto. É importante perceber que as dificuldades nas modificações  inseridas nos textos devem ser adequadas ao conhecimento da turma, de forma que fique bem claro que o texto ou a palavra está errada. Como perceberam, as perguntas vão começar a surgir de forma natural e espontânea, em história costumo, em partes distintas do texto trocar um nome ou uma data que já foi citado anteriormente (lembrando que o aluno não pode de forma alguma ficar com o texto errado, devendo este ser corrigido enquanto ainda está sendo finalizado ou produzido). Esta experiência tem mostrado que os alunos ficam altamente atentos ao que está sendo escrito ou dito na esperança de encontrar “novas falhas do professor” e este não deve temer ser considerado relapso ou esquecido, pois a pratica mostrou que os alunos gostam muito destes exercícios que tornam as aulas animadas e diferentes, ao mesmo tempo em que surge um espírito presente de competição entre os alunos para encontrarem falhas do professor, os”por quês” vão surgir em cascata, desta forma acredito e minha crença foi comprovada pela prática que

 o aluno aprende a sistematizar suas perguntas, duvidando do que está escrito ou está sendo falado, frases como:”... acabou a gasolina da caravela de Colombo, deixando-os parados em meio ao oceano...” levam o aluno a refletir que os barcos naquele tempo não tinham motores, e mesmo, eram feitos de madeira, movidos pelo vento, então como costumo dizer “to ficando doidão” acho que estou assistindo muito a tv.


Autor: Wolney Blosfeld


Artigos Relacionados


Como Ganhar Almas

Pensamentos

Cidade Mineira

Novos Tempos

Ladeira

Deus

Fim