O Psicológico em Angústia - Graciliano Ramos
Quando falamos do Modernismo, o primeiro pensamento que temos é "a era do romance brasileiro".
Depois das duas primeiras décadas do século XX o romance brasileiro surgiu completamente renovado, não cabendo mais o subjetivismo inocente de antes, o novo momento repleto de transformações necessitava de um certo engajamento e é nesse aspecto que o romance de ficção ganha força, marcando fortemente sua presença no Modernismo.
A partir de 1930 o romance de ficção assume o caráter de engajamento social, é o romance regionalista dando início a um novo ciclo de tendências que mais tarde englobaria uma mistura de aspectos sociais, políticos e psicológicos.
Graciliano Ramos, na sua obra "Angústia", de 1936, consegue explorar o caráter de denúncia social por um viés psicológico e é nesse contexto o desenvolvimento da temática abordada nesse trabalho.
[1]O psicológico em: Angústia
"Essa vidame maltrata, estou virando psicopata..."
(Flávio Lemos /Loro Jones / Fê Lemos /Pedro Pimenta )
O psicológico na obra "Angústia, de Graciliano Ramos, além de colocar em voga a questão do sistema opressor como moldador e controlador dos menos favorecidos socialmente, trabalha a questão da psique humana como fator determinado por situações externas. Assim, o enredo da obra nos leva a entender que "Luís da Silva" foi tão frustrado, reprimido e maltratado ao longo de sua vida que a única coisa que ele tem para oferecer é exatamente tudo o que recebeu durante sua trajetória.
Todos os seus devaneios, passam primeiro por um processo mental angustiante antes da realização, é como se a sua ação dependesse de um fator externo para impulsionar seus desejos de ira e vingança, esse fator já estava acumulado em Luís, mas ele precisava processá-lo mentalmente para impulsionar todo o lado obscuro do homem.
Autor: Silma Ferreira
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