Um novo Congresso Nacional



 

249 – UM NOVO CONGRESSO NACIONAL

 

 

No mundo de hoje, tudo funciona na base da informática, da internet, da redes, do skype  e das teleconferências.

Vende-se e compra-se até um porta aviões, sem precisar ver o interlocutor!

Todos assimilam informações, montam estratégias; fazem cálculos e previsões,

dão e recebem ordens que são atendidas com rapidez .

Podem olhar-se – se quiserem - por uma vídeo-câmera - que mostra todos os  detalhes, os tiques involuntários,  a sobrancelha que levanta, a ponta da orelha que encolhe, o pomo de adão que se agita, o suor que escorre. e revela o que a pessoa pensa, o que a pessoa é;  e não apenas o que ela diz.

 

O mundo mudou;  mas o  Congresso Nacional ficou parado.  

Ele precisa  modernizar-se, com urgência, aprendendo a usar todos estes meios modernos de comunicação e entrelaçamento.

 

Lugar de Congressista é na sua cidade,  junto das suas bases, recebendo sugestões e reclamações (que não se escutam estando em Brasília); encaminhando soluções aos problemas de seus eleitores.

Basta conectar os Congressistas com uma rede  de comunicação;  do jeito  que quiserem: de alta performance, usando toda a parafernália disponível.

Gastando um centésimo do que gastamos hoje, os governantes se entrelaçam, apresentam propostas, projetos, moções, alterações;  discutem, aprovam, rejeitam  argumentam.  Tudo às claras. Transparente. Sem perda de tempo.

Nós também  poderemos participar dos debates e quem sabe, dar um palpite.

Muito mais fácil e útil do  que ficar ouvindo aquelas enfadonhas ladainhas diárias.

 

Assim, adeus, finalmente,  a este Congresso de funcionamento arcaico.

Adeus despesas excessivas  -  pelo menos as que nos são impostas hoje.

Adeus conversas, fofocas e manobras  de bastidores (não haverá bastidores, porque são acessórios de teatro – e não é justo fazer teatro com o povo).

Adeus novas frotas de carros de luxo a cada ano; e seguranças, secretárias,  contínuos, fartas equipes pessoais; e aquela gráfica exorbitante.

Adeus horas extra, jetons, meses de recesso com salário e férias remuneradas.

Não pagaremos mais passagens aéreas, porque os congressistas não precisarão mais voar, deslocando-se  milhares de quilômetros pelo Brasil. Por nossa conta.

Usarão os serviços disponíveis em suas próprias cidades, pagando de seu bolso, sem precisar humilhar-se depois, diante das Comissões de Inquérito.

Não poderão escapar de lá para cá, fingindo estar em Brasília quando estão, de verdade, na Disneylândia ou na Torre Eiffel.

Se quiserem, que  voem, com esposas, filhos, babás;  mas com o dinheiro deles.

Claro que, para compensar o sacrifício de terem que ficar em casa, receberão salários dobrados, mas ainda assim, a mudança será altamente compensadora.

 

Não é o fim do Congresso, em que pesem nossos profundos desejos secretos.

Trata-se de modernizá-lo, torna-lo mais eficiente, adaptá-lo aos novos tempos.

Tempos que, como eles sempre dizem, são magros, bicudos e exigem sacrifícios.

Deles também, não é?   

 

 

 

 

 

 

 


Autor: Romano Dazzi


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