MURO DE BERLIM



Em 1989, eu gostava do diabo. Por quê?

Eu gostava de uma tal de CCCP, achava as mulheres de lá mais bonitas e cultas do que as do ocidente, mas principalmente porque era anti-americano.

Bom naquele tempo eu não entendia bem o que era o comunismo, depois fui descobrir que foi um nazismo que deu certo.

Eu me lembro bem, o povo alemão com as próprias mãos derrubava o muro que Stalin havia feito, até me lembro de um certo comentário de um político britânico:

“Olha vocês vão se arrepender, a Alemanha unida é um perigo para o mundo!”

E simbolicamente ali terminava a guerra fria e daí a dois anos terminaria a tal da CCCP.

Passado vinte anos, como eu mudei, passei de um jovem ativo e sem medo, para um homem cheio de medos e receios.

A Alemanha não causou nenhum perigo e a guerra fria deu lugar à guerra do medo, principalmente depois da queda das torres gêmeas.

Hoje “muros de Berlim”, nos cercam, muros que nós mesmos fizemos.

O cadeado no portão, a bala perdida, o medo de sair à noite, o homem bomba, as drogas, o álcool, o fim do mundo, tudo isso nos rodeia.

E cada vez mais o ser humano, volta as suas origens, a selvageria e a moradia na caverna.

A pergunta que me fiz e não tenho resposta é:

- Quem é que vai derrubar o muro que me rodeia?


Autor: Amadeu Paes


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