O ''bom ladrão''



O "bom ladrão" que estava ao lado de Jesus Cristo, com todo respeito, já se encontra no paraíso! Alguém pode até querer duvidar dessa afirmação, mas não pode hesitar em dizer que não existem "bons ladrões" pelas ruelas e avenidas das cidades. Certo? É vero!

Esses dias, frente à TV, assistindo um noticiário, deparei com um assalto bizarro, solidário-malicioso. Um jovem afoito entra numa padaria para executar um assalto. De fato houve um assalto! Mas antes da conclusão do furto, o gatuno apontou o "trava coração" à senhora, dona Mônica, e forçou a mesma rezar o "Creio em Deus Pai". E pelo que me pareceu, o "Credo" era o niceno-contatinopolitano! A dona Mônica que não era a mãe de Santo Agostinho, não soube se quer chegar à metade da oração.

De repente o ladrão teve compaixão, deixou a arma sobre a távola, ajoelhou e rezou coletivamente com a cristã. Após o término da oração que era uma profissão de fé, o gatuno se ergueu, roubou o celular e quarenta reais e disse amém - assim seja. É um impudente mesmo! Pelo menos a dona ficou incólume!

Agora veja! Ante essa situação, afirmaríamos que esse ladrão é digno do paraíso? Eis a questão! Mas o que é cômico é que o "bandido cristão" se entregou aos policiais míopes. Eles não tiveram pena e o açoitaram. O jornalista, com sua língua-de-trapos, exclamou ironicamente: "ainda hoje ele deve ir para o paraíso!".

O gozado é que o ladrãozinho, gente fina, ficou cinco dias no xadrez, e o paraíso dele foi ver o sol quadradinho! Bem quadradinho! Que pena em! Nem sempre voltar atrás, livra-nos da condenação! Reza gente!


Autor: Ricardo Santos


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