UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE O VERDADEIRO AMOR



Tu, que lerás, entenda!

O verdadeiro amor nunca morre. Esta é a definição mais completa do que seja o amor. Ele persiste mesmo quando o tempo passa e os anos correm juntamente com o cair da areia da ampulheta da vida. Um amor jamais desiste e, sendo fecundo, às vezes se queda calado... E como! O amor passa muito tempo a contemplar o objeto de sua devoção sem ao menos uma palavra dizer. Geralmente, o mais puro e verdadeiro nasce ainda nos dias da infância e nunca acaba, pois, mesmo no mundo além, ele ainda assim é imortal.

Aquele que ama jamais se deixa mover pela aparência. Seus olhos não se contentam com o corpo, mas se movem em direção ao espírito. O amor verdadeiro é aquele que tem saudades. Sim, muitas saudades! Aliás, é aquele cuja distância não altera a saudade, pois, mesmo estando separados os amantes por alguns poucos metros ou por milhares de quilômetros, o anseio ainda é o mesmo e igual em todas as situações. Aliás, é o amor que não possui o mínimo receio, pois tem confiança de sobra no seu par.

Aquele que ama de verdade é inundado por total respeito, pois, devotado, fica mudo diante da possibilidade de seu par ser feliz nos braços de outro, mesmo que esta não sinta o mesmo. Assim, nunca poderá ir ao encontro da sua amada se ela ainda continuar, mesmo que oficialmente, ao lado de outro. Assim, o amor faz doer o coração, mas nunca, de forma alguma, pode se revoltar por meio da força. A verdadeira e mais potente força do amor são os poemas, as flores, os murmúrios e os leves toques, pois, se ultrapassarem esta barreira criando fúria, já não é amor...

O amor é tão paciente que é capaz de sentar-se solitário e se contentar com a leve e doce lembrança dos tempos passados. O verdadeiro amante nunca é egoísta. Ele não quer a pessoa em si, como se fosse uma mera propriedade ou possessão; ele anseia pelo amor dela. O amor tem leve ciúme, mas não como se fosse “uma coisa” que pode ser objeto de ganância alheia; não, ele tem ciúmes do sentimento.

O verdadeiro amor faz o amante notar a intenção de cada mínima ação do seu enamorado. Sim. Cada andar, cada palavra dita ao ar, cada movimento e cada nuance do tom de voz são logo captados e devidamente interpretados pelo coração daquele que suspira calado. Tudo nota ao ponto de perceber, até mesmo, a menor e mais imperceptível variação na cor dos cabelos, ou um brilho menor nos olhos acompanhado de um espírito mais quebrantado, denunciando o choro...

Aliás, chora por toda vida perdida. Cheio de bondade e fulgurando em compaixão, o amor jamais deixa de comover-se ante o fim da existência, seja de um ser humano ou de um simples animal. Quem tem a rara capacidade de emocionar-se com a perda de um animalzinho, tem a virtude do amor dentro de si, pois não reconhece as dores apenas nas pessoas, indo para mais além das paredes engessadas da existência... Quem chora ama.

O verdadeiro amor não é impedido por “medidas de amadurecimento”, aonde a profissão, o sucesso e os demais apetrechos da vida material vêm em primeiro lugar. A única oposição que ele encontra é ouvir um “não”, mesmo que não verbalizado, daquela à quem devota sua vida. O amor é, por isso, cheio de liberdade, cuja ação só pode ser impedida por uma das partes...

Assim, o amor se contenta com um inocente passeio em meio às flores do campo, ou apenas com a presença da enamorada no mesmo recinto, mesmo querendo afoga-la em meio aos beijos... Ele se contenta com um leve sorriso ou olhar, que para ele já vale todos os tesouros do universo. O amor é tão profundo que parece nadar para o interior dos sentimentos como se mergulha por entre as águas misteriosas de um bravio oceano á meia noite. O amor, tão sensível, nos faz entender o outro; entender psicológica, emocional e espiritualmente. Ele não conta idade, posição ou quaisquer tipo de status para desabrochar. Apenas necessita de um coração que, feito campo de terra fértil, possa ser semeado, arado e, com o tempo, sendo regado, dê bons e apetitosos frutos que serão deliciados por quem os proveu.

O amor é a “beleza plena”, ou seja, a formosura em seu ápice e plenitude, pois tudo torna encantador, fazendo do dia mais frio e nebuloso uma estação de sol e flores na alma que, mesmo com o mudar da temperatura terrena ou o esfriar do dia, ainda mantêm quente o coração. O amor verdadeiro torna o mundo melhor, devolvendo calor e humanidade, mesmo àqueles que já há muito se esqueceram do que é “sentir”. É formosa!

Pode-se dizer que o amor verdadeiro é uma caixinha de surpresas... Não sabemos ou temos idéia do que nos reserva o futuro e, ainda assim, temos ao menos a certeza de que, a despeito de tudo o que possa acontecer, o amor será, ao menos, o único sentimento que nos alimentará o ser e que permanecerá como fortaleza inespuguinável.

O amor é tão forte que é capaz de transformar os homens. Torna chatos ranzinzas em românticos poetas e os mais baixos pecadores em santos. E vejam só: faz até a Bela amar a Fera! O amor é quieto e ao mesmo tempo barulhento. Consegue guardar calado a verdade do que sente na alma e, ainda assim, quer sair gritando “Eureka! Eureka!” pelas ruas, acompanhado de sinos repicando e fogos de artifício coloridos...

Às vezes, o amor faz a gente ficar esperando o momento certo de dizer o que se sente... Mas, este mesmo amor ainda assim pode dar medo ou em nós por temor; temor de não ser correspondido, de ser motivo de riso ou apenas logo expelido. O amor é ao mesmo tempo corajoso e covarde...

Ainda assim, o amor é em tudo o servo mais fiel. Mesmo que não tenha a amada em seus braços, prefere a soledade a ter que “ficar” com quem não ama, pois compreende ser traição não apenas os gestos externos do corpo, mas também todas as posições tomadas pela alma. Assim, nunca cede aos caprichos e paixões da carne, pois, como dito, não quer trair a enamorada que ainda não o é de fato...

O verdadeiro amor não nos deixe envelhecer por dentro. Mesmo que os anos avancem impiedosamente sobre nós, marcando nossos rostos e alterando as belas expressões da juventude, como que deixando alvos os cabelos e mais sensíveis a pele, ainda assim o nosso espírito continua a possuir o mesmo vigor e força. E este amor acumula em si tanto a almejada sabedoria dos antigos quanto a indomável vontade dos jovens!

Jamais lhe dá desespero, apesar da dor. O amor não é fruto da razão ou da emoção; é algo que transcende a imanência das pessoas e, praticamente, as faz tocar os céus! O amor vê na face do semelhante uma centelha da glória divina e, assim, sem paganizar, venera a imagem de quem ama como se estive prostrado aos pés de um anjo!

É isso o que penso sobre o Verdadeiro Amor...

http://condedegranada.blogspot.com/
Autor: Dayher Gimenez


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