COM TODAS AS LETRAS



COM TODAS AS LETRAS

 

O problema da qualidade de ensino afeta muito no aprendizado das crianças, ou melhor, pode se considerar que as “crianças são facilmente alfabetizadas”: são os adultos que dificultam o processo de alfabetização delas. As crianças devem alcançar o “prazer da leitura”, para que possam expressar-se por escrito, a escrita é muito importante ela é um objeto interessante que deve ser conhecido. Para aprender a ler e escrever a criança precisa construir um conhecimento de natureza conceitual, precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa a linguagem. Desde as primeiras palavras emitidas pelas crianças percebe-se o entusiasmo para comunicar-se, um aprendizado da língua oral, o professor que dá as palavras às crianças e as escultam, descobre que seu trabalho torna-se mais interessante e divertido. O funcionamento da sociedade global requer indivíduos alfabetizados, portanto eles podem exigir o direito à alfabetização, o que não pode ser entendido como uma opção individual, mas como uma necessidade social, fazendo-se um direito e dever de todos tanto nas escolas públicas quanto nas privadas, não deixando que a privatização tome conta de todo poder aquisitivo. A busca de novas formas para a criança construir conhecimento, irá adquirir uma maneira de compreender os pré-requisitos da leitura e da escrita, buscando na criança o conhecimento sobre a língua escrita antes mesmo de estar alfabetizada, de ter participado de cursos formais de ter ingressado na escola primária, principalmente se for exercida na base do construtivismo, sendo que este método de ensino dá mais oportunidade á criança, fazendo com que ela perceba, pergunte, conheça e busque através de seus erros uma maneira de acertar, sendo que este erro não seja imposto pelo professor. O processo de construção da escrita na criança se dá pela construção que implica em reconstrução, ao qual deu-se o nome de construtivismo, que fala não somente num conjunto de práticas pedagógicas vagamente relacionadas entre si. O termo é sustentado pelo sentido estrito de construção, sendo usado este termo como Piaget o usou quando falou da construção real da criança, o real existe fora do sujeito, no entanto é preciso reconstitui-lo para conquistá-lo, é isso que a criança faz com a língua escrita, tem que reconstruí-la para poder apropriar-se dela. É importante compreender que o processo de construção envolve processos de reconstrução, e que os processos de coordenação integrada, diferenciação etc. também são processos construtivos. Assim a escrita não é somente a produção gráfica de signos por parte da criança é também interpretação de diferentes graus de complexidade em uma multiplicidade de usos sociais. Para fazer o estudo da escrita da criança foram utilizados dados que compreende: • as condições de produção • a intenção do produtor • o processo de produção • o produto • a interpretação que o produtor dá a esse produto, uma vez produzido. A partir desses dados formula-se idéia de como se dá o processo da escrita denominado psicogêne da alfabetização, ou seja, como a criança constrói a noção de leitura e escrita. Estudando crianças pré-escolares e escolarizadas de classe média e baixa, verificou-se que a propriação da língua escrita pela criança é fruto de um longo e trabalhoso processo evolutivo.  A criança não começa a aprender ler a escrever somente quando entra na escola, mas muito tempo antes.  Ela vai formulando hipóteses de como se lê e vai confrontando estas hipóteses com suas experiências, isto é, vai listando-as até chegar a construir ela mesma. Em uma visão construtivista o que interessa é a lógica do erro. Na fase evolutiva da escrita os erros não são apontados como um fracasso, mas um indicador do processo de aprendizagem da criança, pois a alfabetização não é a soma de aptidões, mas a construção de uma noção conceitual. O processo de construção e reconstrução é fundamental para a criança formular seu processo de escrita.

 

 Ferreiro, Emilia.Com todas as letras/Emilia Ferreiro; 5. ed. Tradução de Maria Zilda da Cunha Lopes; retradução e cotejo de textos Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez,1996. (Biblioteca da Educação – Série 8 – Atualidades em educação – v.2).

 

 


Autor: Antonia Vanda dos Santos Leite


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