As Duas Musas
Quando no caminho da vida
Num dia de sol e luz intenso
Vejo o brilho se esvair,
O céu se tornar cinza
Dentro do meu coração.
Era minha musa que se ia
Irradiando felicidade
Para outros amores,
Novos sabores,
Nova paixão.
E eis que ela subia
E no céu azul
Seu belo rosto feminino
Já não existia
Seus belos olhos
Se confundiam com o céu
E o céu, como um pesado fardo,
Era os seus olhos.
As lágrimas corriam em meu rosto
E, andando mais adiante,
Em meio à névoa turva
De uma visão lacrimejante.
Eis que vejo outra musa
Mais bela e mais radiante...
Dentro de mim veio um sorriso
E dentro do lugar mais profundo de Minha alma.
Brotou, como de um encanto, um sorriso.
Seu rosto como que surgindo de nuvem e luz
Irradiava um belo sorriso,
E seus olhos me fitavam com bela ternura
Como uma antiga amiga.
Seus cabelos, cor de Acácia,
Irradiam brilho e exalam perfume...
Então feliz me aproximei
Porém, ao tentar falar,
Percebo que sou incapaz...
É como se as antigas lágrimas
Afogassem a minha voz.
Então me sinto frágil, trêmulo...
Como estava tão próxima a felicidade...
E como está tão distante!!!
Então me distancio, olhando para trás, fitando-a
Profundamente pesaroso...
...É como astronautas
Que percebendo um distraído erro de cálculo.
Sabem estarem indo ao infinito escuro e frio.
Olham detidamente para a Terra
Tão pequena como teus belos olhos azuis,
E dizem em tom quase inaudível,
Enquanto ela diminui de tamanho:
"Adeus Hera...
Adeus Terra".
Autor: EDILSON TRIGO
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