Democracia na ótica de Schumpeter



Joseph Schumpeter o primeiro autor a discutir o conceito de democracia numa base mais real e pragmática, provocando uma verdadeira revolução na teoria política, que serviu de ponto de partida para uma série de estudos e análises que passaram a desenvolver novas bases conceituais sobre a democracia.

A Teoria clássica define a democracia como " o arranque institucional para se chegar a decisões políticas que realiza o bem comum fazendo o próprio povo decidir as questões através da eleição de indivíduos que devem reunir-se para realizar a vontade desse povo".

Essa concepção considera que o povo tem uma opinião definida e racional sobre todas as questões e que ele objetiva, escolhendo representantes que zelam para que essa opinião seja seguida, ou, em outras palavras, pressupõe a existência de um bem ou interesse comum, cujos executores e guardiões são os políticos. "Acontece, afirma Schumpeter, iniciando a sua crítica, que "não existe algo que seja um bem comum unicamente determinado", para diferentes indivíduos e grupos, o bem comum está condenado a significar diferentes coisas".

Outra crítica de Schumpeter atinge um dos pilares da concepção clássica da democracia: a soberania popular. O chamado governo do povo, diz ele, é uma ficção: o que existe, na verdade, é o governo aprovado pelo povo, "o povo como tal nunca pode realmente governar ou dirigir".

Para que a vontade dos cidadãos fosse um "fator político merecedor de respeito", afirma Schumpeter, seria necessário que todos soubessem precisamente o que desejam. A título de curiosidade Schumpeter, chega ao ponto de analisar, a psicologia, segundo Ribot, Freud e Le Bon, demonstrando que parte significativa da nossa conduta é motivada por elementos irracionais, que, além disso, os indivíduos transformados em multidão psicológica, na decorrência da aglomeração e da influência dos meios de comunicação.

A democracia, diz Schumpeter é basicamente " a livre competição pelo voto livre"; eis aqui um dos aspectos mais originais da sua concepção de democracia. Tal como no mercado econômico, em que empresários competem pela preferência do consumidor, encontramos no mercado político empresários que disputam a preferência dos eleitores ( consumidores de bens públicos). Nesse mercado, a contraprestação do eleitor é o voto. Curiosamente Norberto Bobbio e Raymond Aron adotam a mesma perspectiva de Schumpeter, afirmando o segundo que "a concordância por bens políticos pode ser comparada à concorrência por riquezas". Realmente há uma forte questão econômica, como compra de votos, somando a isso que me desperta mais temor é que muitas empresas colocam muito dinheiro em campanhas políticas, seria como um braço de ferro, onde muitas vezes se tem o apoio das mídias.

Como lembra José Saramago é complicado falar em democracia porque grande parte das mais importantes decisões são tomadas por empresas, bancos, grandes organizações internacionais como o FMI, sendo que nenhum desses organismos é democrático.

Na questão sobre a soberania popular, realmente é levado em conta o que certo grupo pensa, a democracia é marcada pela participação popular, onde a maior parte de um grupo escolhe seu representante, lembremos nesse momento de Sócrates, que afirma que muitas vezes não é porque a maioria compartilha uma ideia, que essa seja a correta.

Vivemos em uma democracia condicionada a certos meios, para não dizer que já nasceu amputada como lembra José Saramago, com a falta de mínimos conhecimentos políticos das pessoas, a única coisa que o povo escolhe é o seu representante a partir desse momento ele que vai tomar as decisões. Por tanto é necessário uma reformulação na própria educação para que o povo não apenas eleja o seu representante mas que de fato esse eleitor esse povo esteja apto a participar dessas decisões com consciência política.


Autor: Lucas Antônio Morates


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