REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICA E AS NOVAS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL( Resumo)



RESUMO


REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICA E AS NOVAS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

Franklin Dias Coelho

  • Atuando mais na área de políticas de uso do solo, poucos Municípios têm conseguido integrar política urbana e desenvolvimento econômico.

Reestruturação econômica, globalização e desenvolvimento econômico local

  • A integração de pontos do território pelas novas redes de telecomunicação, com a quebra de contigüidades regionais, só de materializa em função de decisões e estratégias.

  • Diante deste cenário, a ação dos governos municipais tem sugerido alguns caminhos:

- responder aos impactos da globalização exige ações públicas locais;

- eliminar a tensão entre localidades está na constituição de novos arranjos políticos/financeiros/institucionais capazes de viabilizar projetos locais e regionais;

- fortalecer os novos sujeitos destes processos;

- pensar a região como se pensa um país;

- atuar no sentido de projetar regionalmente estratégias espaciais de modo a se contrapor aos efeitos perversos da globalização;

- estruturar políticas socioeconômicas locais;

- capacitar agentes regionais;

- criar e fortalecer iniciativas econômicas locais;

- considerar que o desenvolvimento local consiste em potencializar o desenvolvimento socioeconômico tomando como base principal a mobilização de recursos humanos e financeiros locais;

- fortalecer o Governo local como promotor do desenvolvimento local, entendido como promotor do desenvolvimento e facilitador da participação organizada da comunidade.

Estes pontos aprofundam o conceito de desenvolvimento local, entendido como um plano de ação coordenado, descentralizado e focalizado, destinado a ativar e melhorar as condições de vida dos habitantes de uma localidade, e no qual o desenvolvimento estimula a ampla participação de todos os atores relevantes.

  • Toda proposta de potencializar a economia local deve partir da necessidade imperiosa de resolver o problema da fragmentação e exclusão social.

Desenvolvimento urbano e desenvolvimento econômico local

  • Um segundo tema que tem uma relação direta com o desenvolvimento econômico local é a emergência de novo padrão de relação entre setor público, empresas privadas e organizações não-governamentais, especialmente na área urbana.

  • As novas parcerias com as empresas privadas inseridas no quadro de descentralização e desconcentração com controle social, têm suscitado uma série de instrumentos jurídicos que procuram articular políticas de controle do uso do solo como políticas de desenvolvimento social.

  • A Constituição Federal de 1988 reafirmou o papel dos Municípios como agentes promotores do desenvolvimento urbano, principalmente através dos planos diretores para cidades com mais de 20 mil habitantes.

  • A implementação dos planos diretores mostrou os limites de pensar a cidade a partir de instrumentos de Poder Público para controle e regulação do uso solo.

  • Os planos diretores, entretanto, têm contribuído para incluir na legislação urbanística alguns instrumentos de parceria público-privada.

  • As legislações de desenvolvimento urbano como o Estatuto da Cidade, sistematizaram um conjunto de instrumentos que permitem pensar economicamente, e através de parcerias público-privadas, a ocupação espacial da cidade.

  • Estes instrumentos jurídico-urbanísticos permitem uma ampliação de negociação administrativa entre governo e setor privado.



Quem são os novos atores sociais no planejamento do desenvolvimento econômico local?

  • O reconhecimento dos novos atores sociais através da formação das redes pode ser entendido como o contraponto da crise dos movimentos sociais.

  • O processo de desenvolvimento local significa o fomento de formas associativas de pequenos empreendedores como motor de integração econômica no desenvolvimento local.

  • Pesquisa recente indica três vertentes de ação sobre estes setores:

- assistencialismo social;

- formas associativas de produção;

- setor econômico a ser integrado.

Desenvolvimento local, recursos próprios e marketing municipal.

  • Deve-se identificar os setores econômicos que podem ser potencializados e as possibilidades de atração em função de fatores locacionais.

  • Esta construção de uma imagem e de reconhecimento dos mecanismo de acumulação local têm produzido ações estratégicas de planejamento municipal. Estas ações têm se apropriado de metodologias que se caracterizam por:

- modelo de planejamento que trabalha com incertezas e previsibilidade estratégica do erro;

- o sujeito que planeja está compreendido no objeto a ser planejado;

- a realidade compartilhada com outros atores com capacidade de planejamento diferenciadas;

- o planejamento não é monopólio do Estado;

- método vivencial de aprendizado com processo indutivo.

Estas metodologias configuram um dimensão participativa da ação do planejamento do Estado.

A construção de uma esfera pública democrática e o desenvolvimento local.

  • A noção de esfera pública incorpora e impõe uma ação que trabalhe a diversidade de atores, suas estratégias, as parcerias possíveis e as novas formas de gestão.

  • A construção de uma esfera pública democrática exige o repensar do território.

  • Em geral os Municípios não têm uma estrutura voltada para o planejamento e ação econômica.Diferentes são os arranjos institucionais; exigem mudanças institucionais maiores quando trabalhamos com o cenário de participação de pequenos empreendimentos.

  • Ainda que o formato de representação destes setores seja diferenciado, ele traz à tona com maior força o debate sobre o papel das ONGS na construção da esfera pública.

  • No quadro da crise dos movimentos sociais urbanos, e da própria atividade de assessoria que tradicionalmente as ONGS desenvolviam, novas formas de ação se colocam para estas instituições na ampliação e democratização das esferas públicas, atuando com projetos que se opõem aos efeitos de fragmentação e exclusão socioespacial e na constituição e integração dos novos atores sociais, incorporando os novos formatos como a constituição de redes.Por outro lado, têm o perfil de instituições capazes de viabilizar junto com o Poder Público novos arranjos institucionais capazes de captar recursos e fornecer formas alternativas de financiamento.

Comentários finais

  • Três aspectos ficam ressaltados nas razões pelas quais os governo local deve exercer o papel de protagonista do desenvolvimento econômico:

- dispõe de um conhecimento muito mais profundo da dinâmica da economia local;

- encontra-se mais próximo da população e tem maior potencialidade para mobilizar as organizações comunitárias na luta pelo desenvolvimento;

- porque é mais pressionado para integrar a ação de desenvolvimento econômico com objetivos sociais.

  • Ficam evidentes as dificuldades dos Municípios para assumirem de forma mais efetiva esta ação, seja pela fragilidade de organização institucional e da capacitação de recursos humanos, seja pela ausência de fóruns e de vivência na construção destas parcerias conflitivas.


Autor: Juliana A. Santana


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